FIQUENE QUER FORÇAS ARMADAS NO COMBATE À VIOLÊNCIA URBANA



Ao considerar que "a guerra interna promovida pelos bandidos está merecendo cuidados enérgicos", o senador Ribamar Fiquene (PFL-MA) expressou seu apoio à proposta defendida pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, de as Forças Armadas colaborarem com seus efetivos para a segurança pública das cidades brasileiras. Na sua opinião, atualmente os conflitos são mais internos que externos, com o agravante de que eles têm um potencial de desestruturação social capaz de fragmentar os estados nacionais, como os países do Leste Europeu e da África o demonstrariam.
- O que exigimos é que ao menos se aceite debater a questão, pois a situação, tal como está, não pode ficar - insistiu.
O senador acredita que, como aconteceu na Eco-92, a mera presença das Forças Armadas nas ruas teria tal efeito de dissuasão e prevenção que o cenário da criminalidade no país seria profundamente modificado, particularmente no que diz respeito ao tráfico de drogas nas cercanias de estabelecimentos de ensino.
O fato de participar da segurança pública interna não implicaria, conforme o senador, que as Forças Armadas abandonassem suas funções próprias. No seu entendimento, a infantaria das três armas poderia ser muito mais útil ao país no atual momento, uma conjuntura em que o papel das Forças Armadas "não pode se restringir à defesa em relação aos agressores externos".
Para assumir seu papel no combate à violência urbana, observou Fiquene, os efetivos militares devem ter treinamento adicional, sendo também necessária a aquisição de equipamentos adequados à nova função.
Segundo Ribamar Fiquene, o aumento da violência urbana não pode ser atribuído ao atual governo, e as causas do problema, múltiplas, complexas e profundas, reclamam soluções de longo prazo. Por outro lado, acrescentou, a situação chegou a tal ponto de gravidade que cobra providências emergenciais. "Não podemos aguardar soluções de fundo".

19/09/2000

Agência Senado


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