Flávio Arns critica privatização das ferrovias e cobra investimentos no setor



Em pronunciamento sobre o desempenho das ferrovias no contexto da economia brasileira, o senador Flávio Arns (PT-PR) afirmou que, de acordo com técnicos do setor ferroviário, a estrutura do Sistema de Transporte por ferrovia no Paraná vem sendo subutilizado, transferindo ao setor rodoviário a responsabilidade de atender às demandas nos níveis impostos pelo crescimento econômico. Em 2003, prosseguiu ele, apenas 27% da movimentação do Porto de Paranaguá foi realizada pelos trens, enquanto os caminhões transportaram 69% das mercadorias.

- Precisamos, em caráter de urgência, que o rumo de nossos trens retomem a direção do objetivo da desestatização, ou seja, alavanquem os investimentos reais do operador privado para, revertendo a matriz de transporte, propiciar a redução do custo Brasil.

Conforme o senador, nos últimos anos a malha ferroviária sul encolheu 1.400 quilômetros de um total de 6.586 quilômetros, depois que o Sistema Ferroviário da Malha Sul (SFMS) foi privatizado. Naquela ocasião, o SFMS foi arrematado por R$ 216,6 milhões para pagamento parcelado em 30 anos.

Arns admitiu que não consegue entender por que um país de dimensões como o Brasil tem apenas 29 mil quilômetros de ferrovias, enquanto os Estados Unidos, por exemplo, têm 10 vezes mais do que isso.

No entanto, segundo ele, se no período de 1957 a 1996 as políticas de governo de priorizar o modal rodoviário provocaram o fechamento e a erradicação de 250 quilômetros de ferrovias em média por ano, "essa situação após a desestatização piorou".

O senador ressaltou que o programa de desestatização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) visava a modernização e ampliação da malha ferroviária e contribuiria para a redução do chamado custo Brasil. Mas, de acordo com Flávio Arns, "o tiro saiu pela culatra", e a prova disso foi que, nas mãos da iniciativa privada, o ritmo de desativação de tráfego em trechos ferroviários se deu à razão de mil quilômetros por ano, isto é, três vezes mais que no período de operação estatal.

- Se não mudarmos esse jogo, estaremos fadados ao apagão da ferrovia e ao caos econômico do Paraná, o que refletirá negativamente na balança comercial do país - advertiu Arns.



30/04/2004

Agência Senado


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