Flexibilização do horário do programa é defendida pela Radiobrás
A supervisora de A Voz do Brasil no horário destinado às notícias do Poder Executivo, Helenise Brant, afirma que a Radiobrás, responsável pela veiculação do programa, partilha da opinião de que a obrigatoriedade da transmissão das 19h às 20h reflete um certo autoritarismo desnecessário e vem defendendo publicamente a flexibilização do horário de transmissão.
-A Radiobrás trabalha por uma comunicação democrática e de qualidade, com foco no interesse do cidadão. Partimos do pressuposto de que, se for bom, pode passar em qualquer horário, pois vai gerar interesse - disse ela.
Em artigo publicado no ano passado pelo jornal Folha de São Paulo, o presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, manifestou-se favoravelmente à proposta de flexibilização.
"Estamos diante de uma daquelas mudanças com as quais todos saem ganhando. Os ouvintes ganharão, isso não se discute. As emissoras também ganharão, pois terão margens mais amplas para administrar sua programação noturna. Mas não serão esses os maiores beneficiados. É um engano supor que a flexibilidade seja uma demanda que só interessa às grandes cidades ou uma bandeira classista das emissoras privadas: ela é uma exigência de todos os que tentam construir uma comunicação estatal mais contemporânea, mais dialogada, mais saudável", afirmou.
A chamada Nova Voz do Brasil, com "foco no cidadão", como frisou Helenise, foi posta no ar pela Radiobrás em setembro de 2003, após um processo de reestruturação que começou a partir da constatação de que o programa, em seu formato tradicional, com os pesados acordes de O Guarani, do maestro Carlos Gomes, e da voz invariavelmente masculina dos locutores, era lembrado como marca viva dos regimes militares.
Passou-se a adotar, então, uma concepção mais moderna, com linguagem menos formal e maior proximidade com o ouvinte. A abertura e as vinhetas têm, hoje, a composição de Carlos Gomes ao ritmo de forró, choro, bossa-nova, capoeira, moda de viola, techno e drum and bass. Além disso, a população também é ouvida, e não apenas os governantes e parlamentares.
Rádio Senado
A jornalista Ester Monteiro, da Rádio Senado, editora da programação de A Voz do Brasil sobre o Senado, afirma que o programa é importante por mostrar "o que realmente acontece nos três Poderes".
- A mídia convencional privilegia os conflitos que ocorrem dentro dos Poderes e destaca aquilo que os donos dos veículos de comunicação determinam ser interesse público - observou.
Ester acredita que o debate sobre a não-obrigatoriedade ou flexibilização do horário de transmissão de A Voz do Brasil deve ser ampliado. Ela lembrou que a Voz tem um papel de integração nacional e contou que a Rádio Senado costuma receber retorno de locais em que o programa é o único veículo de informação da população.12/01/2007
Agência Senado
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