FOGAÇA: DE LA RUA ESTÁ LIDERANDO O MERCOSUL



O presidente da Argentina, Fernando De La Rua, é o grande líder do Mercosul neste momento, segundo o senador José Fogaça (PMDB-RS). Para ele, o Congresso Nacional e a equipe econômica do governo, não estão enxergando a necessidade de acelerar o processo de consolidação do mercado comum. De La Rua, ao contrário, tem dado declarações apontando com firmeza a urgência da criação de um padrão monetário comum - o gaúcho - para o Brasil, Argentina e Paraguai. Esse padrão seria o primeiro passo rumo à moeda comum.Para Fogaça, De La Rua está percebendo o quanto as moedas dos países da América do Sul estão fragilizadas frente ao fluxo instável dos capitais internacionais. Na opinião do senador, o Brasil, que optou por desvalorizar o real, está em melhores condições do que a Argentina, que por lei amarrou o peso ao dólar norte-americano. Ainda assim, o real não está livre das crises financeiras internacionais.- Este é o momento mais delicado vivido pelo Mercosul - disse Fogaça.O caminho apontado pelo presidente da Argentina é o do forte controle monetário e fiscal, o que causa desgaste a um político de esquerda. Mas Fogaça lembrou que também na Itália a esquerda é que teve de fazer reformas econômicas duras e dar ao país condições de aderir ao euro - a moeda européia.Se os países da América do Sul quiserem chegar a uma moeda comum, terão de adotar políticas padronizadas de controle monetário e das contas públicas, conforme o senador. - As declarações de De La Rua em favor da moeda única não são só políticas ele está tomando medidas e apontando caminhos concretos para que o Mercosul seja uma realidade - disse o senador.Fogaça reconhece que a adoção de uma moeda comum leva à perda de parte da soberania dos estados nacionais, mas no caso do Mercosul ele acha que a nova moeda dará aos países que a adotarem soberania para fazer frente à força do dólar e do euro. O senador alertou para a ameaça da dolarização das economias da América do Sul, defendida entre outros pelo brasilianista Albert Fishlow. Para o estudioso, o México e o Canadá dentro de algum tempo substituirão suas moedas pelo dólar.

20/03/2000

Agência Senado


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