FOGAÇA : MERCOSUL PRECISA DE UNIFORMIZAÇÃO ESTATÍSTICA



O senador José Fogaça (PMDB-RS) comemorou a formalização, na Argentina, de acordos para a uniformização de estatísticas econômicas do Mercosul. Os acordos pretendem, até setembro próximo, estabelecer regras comuns para que elementos da economia, como o Produto Interno Bruto (PIB), o déficit público e a dívida pública dos países do bloco possam ser comparáveis.
Fogaça, que é vice-presidente da Comissão Mista do Mercosul no Congresso Nacional, considera a adoção de critérios comuns para indicadores econômicos, um passo estratégico, fundamental para que os países do Mercosul andem no rumo da constituição de uma política monetária comum e, conseqüentemente, de uma moeda única.
- A partir dessa reunião de Buenos Aires, os números já poderão ser comparáveis entre si nos diversos campos da economia. Hoje, é quase impossível estabelecer um cotejo adequado entre dados estatísticos da Argentina e Brasil. Pode-se estar comparando alhos com bugalhos, o que não leva a uma aferição correta do comportamento econômico nos diversos países - afirmou Fogaça.
Com esse acordo, disse o senador, poderá ser dado novo passo no rumo da harmonização de políticas macroeconômicas, que busquem atingir um nível de segurança institucional e econômica dos diversos países do Mercosul, "que só acontece se houver controle consistente das finanças públicas".
Fogaça citou o déficit público como exemplo de indicadores que precisam ser comparáveis. Enquanto no Brasil, o déficit público leva em consideração o desempenho das contas de municípios, de estados e da União, na Argentina, esse indicador é medido apenas a partir do resultado das finanças federais.
O senador lembrou ainda que o Tratado de Maastricht, firmado pelos países da comunidade européia no início da década de 90, fornece o modelo padrão para garantir a estabilidade monetária necessária para a unificação dos mercados e da moeda. Segundo Fogaça, aquele tratado exigiu que os países do pacto cumprissem três requisitos indispensáveis: não ultrapassar 3% do PIB em déficit público, não ter dívida pública maior que 60% do PIB e não ter inflação maior que 1,5% superior à média de outros cinco países da comunidade européia.
- Foram essas condições que permitiram a constituição hoje vitoriosa da União Européia que sustenta uma moeda única que é o Euro - afirmou o senador, que lamentou o fato de a imprensa não ter dado o destaque necessário ao acordo de harmonização dos indicadores estatísticos, em processo na capital argentina.
O senador lembrou que o Tratado de Maastricht fez com que a Irlanda adotasse a rigidez fiscal necessária para se reerguer e encontrar mercado no mundo, principalmente na Europa, como nunca havia encontrado antes.
- Esse passo é um processo de convergência e amadurecimento institucional do Mercosul. Abrem-se condições para que se posa caminhar numa direção mais segura e mais promissora para o futuro - disse Fogaça.

09/06/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


Fogaça quer Mercosul fortalecido

FOGAÇA: DE LA RUA ESTÁ LIDERANDO O MERCOSUL

Fogaça analisa reunião dos chefes de estado do Mercosul

Fogaça cumprimenta Requião por debate na Comissão do Mercosul

Fogaça teme decadência acelerada dos avanços do Mercosul

FOGAÇA CONDICIONA SUCESSO DO MERCOSUL A EQUILÍBRIO DO CÂMBIO E DA MOEDA