FOGAÇA DEFENDE BC INDEPENDENTE



A crise política desencadeada pela intervenção do Banco Central no Banco Econômico levou hoje (dia 18) o senador José Fogaça (PMDB-RS) a pedir a "retirada da gaveta" da Câmara de projetos de lei dodeputado Francisco Dornelles e do então deputado César Maia que prevêem a implantação de uma autoridade monetária independente no país.

Fogaça argumentou que a autonomia do Banco Central, é necessária, sobretudo, devido ao poder dos políticos sobre o BC, "pior do que o poder exercido pelos banqueiros" na instituição. "Hoje compete aos senadores a aprovação da diretoria do Banco Central,logo o Senado também é responsável pelas questões financeiras do Brasil", lembrou o parlamentar.

O político gaúcho citou os modelos adotados pelos Estados Unidos e pela Alemanha, onde o Federal Reserve Board e o Bundesbank, respectivamente, agem com absoluta autonomia em relação aos seusgovernos. "Desconheço denúncias contra os dirigentes dessas instituições", afirmou Fogaça.

-Agora, se o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, não for íntegro e reto, o país está ferrado - ponderou. Segundo o senador,o país fica à mercê do caráter do titular do Banco Central. "Nem sempre teremos um Gustavo Loyola no BC", assinalou.

Fogaça afirmou que nesta semana os meios de comunicação social acabaram patrocinando a sobreposição do mundo virtual sobre o real, à medidaque a postura adotada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso havia sido claramente anunciada na segunda-feira (dia 14), mas a versão veiculada foi a de que o governo iria socorrer o Econômico, capitulando frente à pressão do senador Antonio Carlos Magalhães(PFL-BA) e da bancada baiana.

Para Fogaça, no entanto, ninguém pode atirar pedras em ACM. O senadorrecordou que há 10 anos, quando o Banco Sul brasileiro entrou em processo de liquidação, ele próprio e outros líderes gaúchos agiram como o senador baiano, defendendo os interesses de sua comunidade. Ressalvou, porém, a mudança institucional e do próprio Brasil nos últimos dez anos.

José Fogaça recebeu apartes dos senadores Jefferson Peres (PSDB-AM) e Jáder Barbalho (PMDB-PA).



18/08/1995

Agência Senado


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