Ciro é defendido por Brizola e Freire









Ciro é defendido por Brizola e Freire
Os presidentes nacionais do PDT, Leonel Brizola, e do PPS, Roberto Freire, defenderam ontem o candidato ao Palácio do Planalto Ciro Gomes. Tentaram amenizar os efeitos dos ataques de José Serra, do PSDB, e a má repercussão de recentes declarações de Ciro. Reafirmaram a candidatura da Frente Trabalhista como verdadeiramente de oposição. Freire disse que o programa de governo 'não se rende a humores do mercado nem assina carta para atender banqueiros', referindo-se a Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que se comprometeu a cumprir acordos. 'Lula não é mais o mesmo nem na pinta nem na posição em relação a mudanças', afirmou Brizola.


Lula visita hoje 3 cidades gaúchas
O presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre roteiro de campanha hoje no Estado. Desembarca pela manhã em Passo Fundo, onde participa de comício. Estará acompanhado do governador Olívio Dutra e dos candidatos ao Palácio Piratini pelo PT, Tarso Genro, e a vice, Miguel Rossetto. Lula e Tarso receberão carta de pequenos produtores com propostas para a agricultura familiar. Seguirão à tarde para Caxias do Sul. O ato político no município está previsto para as 18h. Neste horário, começará no largo Glênio Peres, em Porto Alegre, a concentração de filiados e simpatizantes para o comício de Lula. Shows antecederão os discursos.


Rigotto quer RS com o menor ICMS
Promete reduzir alíquota de produtos da cesta básica evitando sonegação e ampliando base tributária

O candidato do PMDB ao Palácio Piratini, Germano Rigotto, afirmou ontem, durante lançamento de seu programa de governo, que, se eleito, fará com que o Rio Grande do Sul tenha a menor alíquota de ICMS do país para os produtos da cesta básica. Ele defendeu monitoramento permanente dos índices dos outros estados, mantendo o percentual sempre abaixo do resto do país. Segundo o candidato, é possível reduzir alíquotas se o governo ampliar a base tributária e evitar a sonegação. O coordenador do programa, João Carlos Brum Torres, salientou que o efeito social da medida será maior do que o impacto que poderá causar nas contas do Estado. Rigotto enfatizou a necessidade de trazer empresas de todos os portes para o Rio Grande do Sul, afirmando que entrará na guerra fiscal. 'Vamos disputar pequenas, médias e grandes empresas porque isso significa aumento de arrecadação', disse.

Rigotto defendeu a criação de pequenas colônias penais em cada região para presidiários de baixa periculosidade. Argumentou que, em parceria com a iniciativa privada, trabalhariam dentro dos próprios presídios e ofereceriam mão-de-obra às empresas locais. 'Cerca de 20 mil condenados não estão cumprindo pena porque não há lugar nos presídios, o que significa mais insegurança', ressaltou. O candidato pregou ainda a manutenção de programas do atual governo, como o Primeiro Emprego, com sua ampliação para a terceira idade, fazendo com que tenham oportunidades no mercado de trabalho a partir da concessão de incentivos.

O combate às desigualdades regionais é outra prioridade de Rigotto. Segundo ele, reduziu muito a população em municípios de áreas com dificuldades. Ele questionou ainda a eficácia do Programa de Demissão Voluntária, do governo anterior, dizendo que não deveriam ser dispensados servidores de segurança e educação. Acrescentou que não foi consultado sobre o projeto e que, se dependesse dele, não teria saído do papel. Rigotto lançou o programa Segunda-Feira RS, também proposto pelo presidenciável José Serra para buscar a geração de mais empregos.


Tarso anuncia medidas para sanear finanças
Tarso Genro, candidato da Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PMN) ao Palácio Piratini, afirmou ontem que pretende adotar no primeiro ano de governo três medidas decisivas para o saneamento das finanças do Estado: a renegociação da dívida, a reforma tributária e o financiamento da previdência pública. Ressaltou que o objetivo é a valorização do funcionalismo, o investimento em políticas sociais e o incentivo a produtores gaúchos. O anúncio foi feito em painel promovido pelos técnicos do Tesouro do Estado. Tarso disse que vai dialogar com todos os governadores para negociação com o governo federal. 'Atualmente, repassamos cerca de R$ 1 bilhão por ano para a União. Já pensaram o que dá para fazer com metade desse valor?', questionou. Para o candidato, o novo presidente será obrigado a discutir o assunto. De acordo com Tarso, caso o Supremo Tribunal Federal quisesse, poderia intervir em metade dos estados da federação. 'Se eles quebrarem, a União, infelizmente, deixará de existir', constatou.

Tarso defendeu ainda política transparente de subsídios que fortaleça os produtores gaúchos. Salientou que o governo Olívio Dutra apresentou plano de incentivo ao crescimento que não foi aceito por motivos políticos. 'Nós vamos ampliar as negociações e apresentar projeto que modifique a matriz tributária, tornando mais competitivos nossos produtos e diminuindo as desigualdades regionais', declarou. Segundo o candidato, esse projeto não significará aumento da carga tributária, mas protegerá a base produtiva gaúcha. Sobre o Instituto de Previdência do Estado, afirmou que haverá ampla negociação para chegar a acordo majoritário sobre o que deverá ser feito. Segundo Tarso, existem três princípios norteadores para isso: a garantia dos direitos dos trabalhadores, a manutenção do caráter público da previdência e o controle democrático do instituto pelo Estado e pelo funcionalismo.


Proposta revê função da Fazenda
O candidato do PPB ao Palácio Piratini, Celso Bernardi, disse ontem que irá transformar a Secretaria do Planejamento em gabinete e que a elaboração do orçamento do Estado voltará à responsabilidade da Fazenda. 'Considero que quem faz o orçamento tem de acompanhar a sua execução', explicou. Ele participou do encontro dos técnicos do Tesouro do Estado. Bernardi informou que irá criar o fórum do serviço público, que reunirá a cada 60 dias os representantes das diversas categorias do funcionalismo com o objetivo de discutir caminhos para o serviço público e soluções aos principais problemas dos servidores. Ressaltou que em seu governo o funcionalismo será valorizado, que não irá demitir ninguém nem implantar programas de demissão voluntária. 'Tenho convicção de que isso estimula a saída dos servidores mais qualificados e precisarei deles na minha administração', afirmou.

Bernardi também garantiu ontam apoio ao Mutirão de Superação da Miséria e da Fome promovido pela CNBB. O representante da entidade padre Tarcísio Rech entregou documento solicitando que Bernardi entre na agenda juntamente com outros candidatos e organizações. O objetivo é participar do fórum permanente que irá discutir soluções para a fome e a miséria. Ao aceitar o convite, Bernardi ressaltou que seu plano de governo estabelece ações nesse sentido. Destacou que tem como principal meta cuidar das pessoas e proteger a família. Prometeu ainda dar atenção especial à agricultura familiar, evitando o êxodo rural e aumentando a produção de alimentos.


Debate na TV ressalta divergências
Houve troca de acusações e assegurados direitos de resposta. Desemprego foi o principal tema

Os ataques entre José Serra, do PSDB, e Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, dominaram o debate de ontem, na TV Record, entre os quatro principais presidenciáveis, o segundo da atual disputa na televisão. Serra questionou Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, sobre posições diferentes no passado e agora quanto a privatizações de estatais e à criação do fundo de financiamento da educação pelo governo federal, o Fundef. O ex-governador do Rio e candidato pelo PSB, Anthony Garotinho, criticou os três adversár ios principalmente pelos apoios recebidos: os ex-presidentes Itamar Franco e José Sarney para Lula, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, do PFL, para Ciro e o do governo federal para o tucano. 'Sou o único que está livre', indicou aos telepectadores.

O desemprego foi o principal assunto das perguntas dirigidas a José Serra pelos três oponentes. Ciro criticou o adversário por prometer gerar oito milhões de vagas e não explicar o estoque estimado hoje de 11,7 milhões de desempregados no país. O tucano disse que sua proposta indicava o caminho e que o candidato da Frente Trabalhista era 'especialista em campanha sórdida e em fazer promessas e não cumpri-las'. Os atritos entre os dois candidatos provocaram várias interrupções do debate. Serra e Ciro ganharam dois direitos de resposta por ofensas pessoais mútuas. O tucano disse que o candidato da Frente era o único com condenação na Justiça por agressão moral. O processo foi movido pelo ex-ministro da Saúde Henrique Santillo, já falecido. Ciro alegou que o processo estava encerrado devido à morte e que foi provocado por denúncias suas de conivência do ministério com o desvio de recursos na cidade de Sobral, Ceará. O caso ocorreu quando era govenador daquele estado. Serra e Lula chegaram a trocar elogios sobre experiências federais de prefeituras petistas na área da saúde, como a adoção de farmácias básicas. Garotinho cobrou do tucano, principalmente, a implementação da meta de gerar oito milhões de vagas.


Mello recomenda apresentação de projetos
Depois de reconhecer que o 'nível dos programas eleitorais caiu', o presidente da República em exercício, Marco Aurélio de Mello, recomendou ontem aos candidatos ao Planalto que evitem a propaganda eleitoral para trocarem ataques pessoais e usem esse tempo com o objetivo de apresentar projetos de governo. 'Creio que não se deveria partir para o que eu denomino como denuncismo, com ataques pessoais', disse Mello, que cumpre a quinta e última interinidade no cargo. A próxima viagem do presidente Fernando Henrique Cardoso ao exterior será depois das eleições de 6 de outubro e o vice-presidente Marco Maciel poderá assumir o cargo interinamente.

'A quem interessam os ataques pessoais?', indagou Mello, defendendo a instituição de legislação eleitoral mais duradoura. Segundo ele, 'não devemos ter uma lei para cada disputa'. Lembrou, porém, que essas mudanças no campo eleitoral dependem do Congresso Nacional. O presidente em exercício classificou como positivo o fato de a Lei Eleitoral de 1998 valer também para este ano. 'Não se conserta nada com novas regras', afirmou, acrescentando que 'precisamos nos acostumar com algo que é inerente à segurança jurídica, ou seja, precisamos de uma legislação estável'.

Mello cumpriu ontem intensa agenda. Depois de uma aula no Instituto Brasiliense de Direito Público, prosseguiu com diversas audiências, à tarde, no Palácio do Planalto. Entre outras reuniões, esteve com a juíza Maria Aparecida Pellegrina, do Tribunal Regional do Trabalho da 2a Região, e a ministra Fátima Nanci, do Superior Tribunal de Justiça, com quem conversou sobre a proposta que reduz o valor das causas trabalhistas nos juizados especiais. Mello condena a idéia, que reduz de 40 para 24 salários mínimos o valor das causas a serem apreciadas por esses juízes. O presidente em exercício defende a elevação do valor a 60 salários mínimos. Ele estará no Rio de Janeiro hoje para receber o Prêmio Mauá, da Associação Comercial do estado, e se reunir com magistrados que vão homenageá-lo pela criação da TV Justiça.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
14h: reunião no diretório estadual. 18h: Canoas. 19h45min: Sindicato dos Auditores de Finanças Públicas. 21h: showmício, em Parque dos Maias.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
Acompanha roteiro do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
12h: Santo Ângelo. 19h45min: lançamento livro '20 Anos de Luta Democrática', no Caixeiros Viajantes.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
19h: comício, em Novo Hamburgo.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)
Pelotas.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
19h: reunião coordenação campanha.


Alckmin considera falácia debate sobre guerra fiscal
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, candidato à reeleição, afirmou ontem que a discussão a respeito da entrada ou não do estado na guerra fiscal é uma 'falácia'. Esse é um dos principais argumentos utilizados pelo adversário do PPB, Paulo Maluf, na campanha eleitoral. Segundo Alckmin, a guerra fiscal tende a funcionar para regiões com baixo índice de industrialização, mas não se pode falar em isenção pura e simples em relação a São Paulo. O governador acha que no estado é preciso, no máximo, política fiscal seletiva.


AMPLIAÇÃO
O Tribunal Regional Eleitoral está ampliando o horário de atendimento de alguns setores ao público externo. Durante todo este mês até o dia da votação, 6 de outubro, o Protocolo funcionará das 8h às 19h, inclusive nos finais de semana. No setor, os partidos e os candidatos dão entrada em suas representações, pedidos de liminares e direitos de resposta, entre outras ações comuns ao período eleitoral. A Assessoria de Comunicação Social terá expediente a partir das 8h30min, de segunda a sexta-feira. Aos sábados e aos domingos, a assessoria atenderá das 11h às 19h.


Candidato do PPB diz que mudou e atenderá pobres
O candidato do PPB ao governo paulista, Paulo Maluf, prometeu ontem que, se eleito, fará administração voltada para o social. Disse que mudou e está mais sensível atualmente. 'Os banqueiros já têm os tucanos que os defendem, eu quero fazer governo para os pobres e humildes', afirmou o candidato do PPB, que também prometeu entrar na guerra fiscal para gerar empregos. Garantiu também que irá baixar os índices de criminalidade nos primeiros seis meses de governo senão 'trocarei de nome'.


Governo quer responder no programa da Frente
O governo federal pediu ontem ao Tribunal Superior Eleitoral que conceda direito de resposta na propaganda gratuita do candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes. A União contesta o programa noturno de Ciro exibido no último sábado que tratou do tema desemprego. 'Se em oito anos eles não fizeram, como em quatro anos irão fazer?', questionava a gravação. A resposta seria dada pelo ministro do Trabalho, Paulo Jobim.


Maluf segue na liderança com 35% segundo o Ibope
A pesquisa Ibope de intenção de voto para governador de São Paulo, divulgada ontem, mostrou pouca alteração no quadro eleitoral. O candidato do PPB, Paulo Maluf, continua na liderança com 35%. O governador Geraldo Alckmin, do PSDB, ficou com 25%, subindo um ponto. O candidato do PT, José Genoino, passou de 11% para 13%. Carlos Apolinário, do PGT, tem 2%. Foram entrevistados 1,6 mil eleitores entre o dia 29 de agosto e ontem. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.


Ministério Público nega inquérito sobre Zeca do PT
O Ministério Público do Mato Grosso do Sul negou ontem a existência de inquérito para apurar o suposto envolvimento do governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, com o crime organizado, mais especificamente com o caso DOF, no qual militares são acusados de corrupção. O Tribunal de Justiça do estado decidiu manter livre o major Marmo de Arruda, condenado a 20 anos por envolvimento no caso. A liberdade foi concedida com a participação do desembargador Horácio Pithan, parente de Zeca do PT.


Para Itamar, acerto de contas é político
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, reafirmou ontem que o impasse em relação ao encontro de contas com o governo federal é uma questão política. Ele ainda disse que o estado não deve à União. 'Apresentamos as reivindicações a que temos direito. É o contrário do que dizem, porque o governo federal nos deve. Há impasse total. O problema hoje é exclusivamente político', afirmou o governador. Acrescentou que a partir de 2003 o Brasil será diferente, referindo-se à possibilidade de vitória do presidenciável que apóia, Luiz Inácio Lula da Silva.


Partidos aceitam retirada de bandeirolas no Rio
O juiz Cláudio Brandão, coordenador de fiscalização da propaganda eleitoral de rua no Rio, deu ultimato ontem ao PSB, ao PPB, ao PT e a oito pequenos partidos para que se manifestem sobre a proibição ao uso de bandeirolas em postes, pontes, viadutos e passarelas. Em reunião no TRE, representantes de partidos chegaram ao consenso de retirar o material das ruas. Ausentes, os partidos citados terão 24 horas para se pronunciarem sobre a adesão.


Para Itamar, acerto de contas é político
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, reafirmou ontem que o impasse em relação ao encontro de contas com o governo federal é uma questão política. Ele ainda disse que o estado não deve à União. 'Apresentamos as reivindicações a que temos direito. É o contrário do que dizem, porque o governo federal nos deve. Há impasse total. O problema hoje é exclusivamente político', afirmou o governador. Acrescentou que a partir de 2003 o Brasil será diferente, referindo-se à possibilidade de vitória do presidenciável que apóia, Luiz Inácio Lula da Silva.


Partidos aceitam retirada de bandeirolas no Rio
O juiz Cláudio Brandão, coordenador de fiscalização da propaganda eleitoral de rua no Rio, deu ultimato ontem ao PSB, ao PPB, ao PT e a oito pequenos partidos para que se manifestem sobre a proibição ao uso de bandeirolas em postes, pontes, viadutos e passarelas. Em reunião no TRE, representantes de partidos chegaram ao consenso de retirar o material das ruas. Ausentes, os partidos citados terão 24 horas para se pronunciarem sobre a adesão.


Paulinho diz que defesa não teve acesso à ação
O candidato à vice-presidência na chapa de Ciro Gomes, Paulo Pereira da Silva, criticou ontem o procurador Célio Vieira da Silva, que investiga supostas irregularidades na compra da fazenda Ceres, em Piraju, São Paulo, para assentamento com verba do Banco da Terra e coordenado pela Força Sindical. Paulinho disse que seus advogados não tiveram acesso ao processo e que não foi notificado para depor.


Presidente garante que não tem medo de crítica
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem, em Johannesburgo, África do Sul, que não teme que a subida do seu candidato, José Serra, do PSDB, faça com que o governo seja criticado pelos adversários. FHC garantiu que nem dossiês nem a exploração do tema do desemprego podem atingir sua administração. Participou do lançamento do relatório Geo Brasil 2002, uma radiografia da situação ambiental do país, apresentada na Rio+10.


PSDB anunciará plano ao Nordeste
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, desembarcará amanhã em Recife para dar impulso à campanha no Nordeste. Anunciará programa de desenvolvimento específico para a região. Pequenos e microempresários terão acesso a linhas de crédito para ampliar seus negócios. Pesquisas que orientam a campanha de seus aliados locais indicam que Serra conquista em Pernambuco o melhor desempenho no plano regional. 'Já sentimos nas ruas a melhora da popularidade de Serra', disse o governador do estado, Jarbas Vasconcelos, do PMDB. O vice-governador, Mendonça Filho, do PFL, disse que o lançamento mostra a importância que o candidato dá ao Nordeste.


PT pretende ficar longe dos ataques
O PT decidiu que irá manter o candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva o mais longe possível das hostilidades que marcam este momento da disputa. A medida adotada deve permanecer pelo menos até ficar delineado qual será o adversário no 2º turno. 'Vamos manter o padrão e aguardar o resultado entre José Serra e Ciro Gomes', disse o ex-deputado Luiz Gushiken. Acrescentou que os coordenadores da campanha do PT estão preparados para responder a todos os ataques dos adversários. 'Porém, eles não vão nos pautar', garantiu o secretário de Organização Política do partido, Silvio Pereira.


Raul Gil assessora tucano e marqueteiro em intervalo
Num dos intervalos do debate realizado ontem na TV Record, o candidato da aliança PSDB-PMDB à Presidência, José Serra, teve a assessoria do apresentador Raul Gil, que trabalha na emissora. Ele chegou a trocar idéias com o marqueteiro Nelson Biondi. Ciro Gomes, do PPS, contou com a ajuda do economista Luiz Rabi, que participa da elaboração do seu programa, da mulher, atriz Patrícia Pillar, e do marqueteiro Einhart Jacome da Paz.


Retomadas obras do Fórum de SP
O Tribunal Regional do Trabalho retomou ontem as obras do Fórum Trabalhista de São Paulo, que estavam interrompidas desde 1998. Na época, a Justiça Federal decretou bloqueio de novos repasses do Tesouro em favor da construtora Ikal por suspeita de superfaturamento e desvio de verbas no montante de R$ 196,7 milhões. O fórum será concluído pela construtora OAS, contratada há duas semanas, ao preço de R$ 54,9 milhões, que deverá ser pago em regime de contraprestação de serviços. Noventa Varas serão instaladas nas duas torres de 19 andares cada. Hoje, estão funcionando em cinco prédios alugados, ao custo anual de R$ 5,5 milhões.


Rosinha contribui com Garotinho
O crescimento nas pesquisas de intenção de votos da candidata do PSB ao governo do Rio, Rosinha Matheus, está ajudando o seu marido, o ex-governador Anthony Garotinho, a manter viva a sua campanha à Presidência da República. A candidatura estava ameaçada há dois meses pela falta de dinheiro e perda de apoios. Segundo a pesquisa do Ibope de 22 a 25 de agosto, realizada com 1,2 mil eleitores de 35 cidades do Rio, Garotinho superou a situação de empate técnico com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, isolando-se na liderança, com 33% contra 27%. Ciro Gomes fez 16% e José Serra, 9%. Garotinho cresceu nas mesmas regiões e faixas de renda em que Rosinha disparou.


Terreiro fará homenagem a ACM por seus 75 anos
O candidato ao Senado Antonio Carlos Magalhães contará com extensa programação amanhã, quando comemorará 75 anos. Uma das homenagens será do Terreiro do Gantois. A ialorixá Mãe Carmen e Glicélia, diretora do afoxé Filhas de Gandhy, mandaram celebrar missa às 10h, na igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Após, ACM visitará o Mercado Modelo, onde será homenageado por comerciantes.


Artigos

Revitalização de hidrovias
Luiz Carlos De Césaro

Na condição de superintendente dos Portos e Hidrovias do RS, trabalhei na recuperação dos portos e dos canais navegáveis do Estado, cumprindo o objetivo de promover a integração dos modais de transporte (rodovias'ferrovias'hidrovias). A recuperação do parque de dragagem, antes sucateado, armazéns, guindastes e instalações, permitiu que as empresas voltassem a utilizar os portos de Porto Alegre e Pelotas. O resultado foi imediato: exportações pioneiras de carrocerias de ônibus da Marcopolo, frangos congelados de Doux-Frangosul, Avipal e Perdigão, produtos siderúrgicos da Gerdau, maçãs resfriadas da Schio e equipamentos de carga em geral, trazendo grande redução no custo logístico das empresas. A instalação do Tecon-PoA - Terminal de Contêineres em Porto Alegre, em funcionamento, trouxe um novo guindaste para a Capital, que permitirá dobrar a capacidade de movimentação do porto. No outro, instalado em Pelotas, para que as empresas possam, igualmente, lá operar, foi aumentado o calado de acesso, passando dos 10 pés para 17 pés.
Outra obra importante foi a sinalização para a navegação noturna, em finalização, para que os navios economizem 12 horas no trajeto Rio Grande'Porto Alegre. As dragagens da Zona Sul foram todas resolvidas: acesso a São Lourenço do Sul; Canal dos Pescadores, em São José do Norte; Canal dos Hortigranjeiros, em Rio Grande; Canal Miguel da Cunha (travessia Rio Grande'São José do Norte). Obras que a população reclamava havia mais de 30 anos. Com o Plano de Zoneamento do Porto de Porto Alegre, foram destinadas áreas para a cultura, o lazer e o turismo, junto à Usina do Gasômetro. Com o conjunto de ações, centenas de empregos foram criados. Com a criação de um novo estaleiro de construção naval, para a cidade de Triunfo, projeto já em processo de licitação, centenas de novos empregos serão oferecidos.

Agora, devemos realizar o grande projeto: aumento do calado de Rio Grande a Porto Alegre para 19 pés (5,8m). Haverá uma revolução na logística das empresas importadoras e exportadoras de todo o Estado. Com esse trabalho, contribuímos para o crescimento e o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

FALA DO MESTRE
Não adianta a candidatos e partidos baterem no escritório do consagrado publicitário Washington Olivetto, criador de propagandas memoráveis como a do garoto Bombril, no ar desde de 1978, para pedir que assuma o marketing de uma campanha eleitoral. Sua explicação, publicada ontem no jornal O Estado de Minas, é bem-humorada: 'Não promovo produtos que o consumidor não possa devolver se não gostar. E nessa categoria os políticos, infelizmente, estão incluídos. Devolução só com impeachment, que dá um trabalho danado'. Vai adiante criticando a excessiva valorização de seus colegas nas campanhas: 'Há casos em que a disputa fica restrita aos publicitários e não aos candidatos. Mas quem vai governar são os candidatos'.

NO SÉCULO XV
A alquimia dos marqueteiros em campanhas eleitorais não deve surpreender. No final do século XV, Maquiavel expunha princípios como 'os fins justificam os meios' e 'é melhor ser temido do que amado'.

MUDOU
A cúpula do PT andava cortejando o presidente FHC de olho no 2O turno. A queda de Ciro Gomes nas pesquisas e o crescimento de José Serra provocaram surpresas e preparativos para o giro de 180 graus.

SOBE
O jornal Clarín, de Buenos Aires, destacou ontem: 'Cresceu em 16% a arrecadação de impostos em agosto na Argentina. É o quarto mês consecutivo de aumento este ano. Permite ao governo mostrar situação fiscal mais estável, ainda que não pague a dívida'. É efeito do substancial ajuste interno nos preços de produtos e serviços e do aumento nas alíquotas de impostos. O governo enfim consegue arrecadar mais do que gasta.

TROCA DE GENTILEZAS
1) Candidato Germano Rigotto afirma que tem ao seu lado assessor reconhecido por todos: João Carlos Brum Torres foi secretário de Estado por duas vezes nos governos do PMDB e do PT na Prefeitura de Porto Alegre; 2) Torres retribui: 'Rigotto é o Juscelino Kubitschek que o Rio Grande do Sul estava esperando'.

TONIFICANTE
A melhoria de Rigotto no levantamento do Centro de Pesquisa Correio do Povo e a visita de José Serra a Porto Alegre injetaram ânimo na campanha da coligação PMDB-PSDB no Estado. Alguns que estavam quase jogando a toalha voltam ao centro do ringue com todo o gás.

ALÉM DO DISCURSO
Geração de empregos, tema preferido pelos presidenciáveis, exige investimentos do governo. Nenhum explicou ainda de onde vai tirar.

PORTA DE SAÍDA
Muitas empresas estrangeiras que assumiram setor de energia há seis anos, com privatizações, querem deixar o país, abaladas por crises em controladoras no exterior. Para agüentar rojão, só estatais.

UM OU OUTRO
A calmaria do final da sessão plenária de ontem, na Câmara Municipal, vai contrastar com o clima de conflito, amanhã, quando a bancada governista exigirá a votação do projeto que cria autarquia para previdência dos municipários. A oposição alega que apreciação de quatro vetos do Executivo tem prioridade.

ALUGAM-SE
Os argentinos que têm imóveis no litoral de Santa Catarina e costumam ocupá-los no verão deram ordem às imobiliárias: aluguem por toda a temporada. A crise fará com que cancelem as tradicionais férias.

APARTES
Candidatos a majoritárias mal colocados nas pesquisas assumem a cômoda posição de livre-atiradores.

Assessorias dos presidenciáveis deslumbradas com debate do dia 15 a ser conduzido por Sílvio Santos.

Brizola amacia o tom do discurso: reduz marcha e tira pé do acelerador.

São 3 mil em todo o país. Presidente FHC escreverá livro de memórias reservando capítulo especial para José Sarney e ACM.

'Ninguém merece seu voto, vote em Ninguém.' É o apelo do candidato a deputado federal José dos Santos, o Ninguém, em rádios e TVs do Recife.

Tramita projeto no Senado que regulamenta profissão de astrólogo.

Boletins da série 'Memória das Eleições', na Rádio Guaíba, às 10h57min; 16h27min e 23h57min.

Deu no jornal: 'Para Lula, oligarquia boa é oligarquia que apóia o partido'. Mais claro, impossível.

Outra do jornal: 'Serra afirma ter marcado gol'. E corre para o abraço.


Editorial

A MELHORA DAS EXPECTATIVAS

O acompanhar diário das informações sobre o desempenho da economia permite que se faça uma avaliação, no caso brasileiro, de que as oscilações das expectativas do mercado financeiro têm muito a ver com as conclusões sobre a crise. Quem se der ao trabalho de examinar os indicadores do primeiro trimestre do ano, vai constatar que predominava o otimismo sobre o desempenho da economia. O dólar estava cotado em torno dos R$ 2,30 e os analistas estimavam que no final do ano a moeda norte-americana poderia, no máximo, chegar a R$ 2,60. Viramos do primeiro semestre para o segundo com o dólar mantendo-se acima da casa dos R$ 3,00 e com o mercado financeiro atingindo um grau elevado de nervosismo, embora os fundamentos da economia não apresentassem abalos a justificar a incerteza quanto ao futuro.

A situação chegou a tal ponto que se tornou necessário, diante do que estava acontecendo, decidir o governo, para conter os efeitos nefastos de uma crise em gestação acelerada, buscar o apoio do Fundo Monetário Internacional, o que aconteceu com o aporte de 30 bilhões de dólares, dando fôlego ao país para fazer frente ao problema. Mesmo assim, e nem com o compromisso de parte dos candidatos de oposição, de que respeitariam, se eleitos, os contratos internacionais firmados pelo Brasil, a crise, embora tenha amainado, ainda não está solucionada. E não se poderia esperar mesmo que, como num passe de mágica, a expectativa quanto ao futuro, voltasse ao quadro de otimismo que vivíamos em março deste ano.

Há sempre o risco de sofrermos reflexos externos, como, por exemplo, o agravamento do processo de deterioração das relações dos Estados Unidos com o Iraque, o que poderá determinar um conflito armado numa região produtora, em grande escala, de petróleo. E no plano interno, queiramos ou não, há o episódio eleitoral da sucessão presidencial que mantém os grandes investidores cautelosos na tomada de decisões. Mesmo assim, no mercado financeiro observam os analistas que se respira um clima de otimismo em relação à capacidade brasileira de superar os problemas com que se defronta, notadamente no que diz respeito à administração da macroeconomia.


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09/03/2002


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