Frente Trabalhista acusa TSE de parcialidade









Frente Trabalhista acusa TSE de parcialidade
Os partidos que integram a Frente Trabalhista (PPS, PTB e PDT) e apóiam a candidatura de Ciro Gomes (PPS) fizeram ontem o mais duro ataque ao governo federal e colocaram em dúvida a imparcialidade das decisões tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na análise das disputas judiciais com o candidato do PSDB, José Serra.

Em nota à população e ao TSE, os presidentes do PDT, Leonel Brizola, do PPS, Roberto Freire, e representante do PTB na coordenação-geral da campanha de Ciro, o deputado Walfrido Mares Guia (MG), acusam o governo federal de permitir que órgãos da administração direta sejam usados para produzir notícias falsas contra Ciro e o seu vice, o sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

A nota é uma reação da campanha de Ciro à decisão da ministra-chefe da Controladoria-Geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues. Ontem, Anadyr enviou ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, e ao Trbunal de Contas União (TCU), relatório sobre o uso de R$ 38 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) pela Força Sindical - entidade dirigida por Paulinho. Nesse documento, Andayr aponta supostas irregularidades na prestação de contas da central sindical.

"Ministérios do governo federal, como o da Saúde, o do Trabalho e até a Corregedoria-Geral da União passaram a ser usados como usinas de falsas notícias e verdadeiras calúnias contra nossos candidatos a presidente da República - Ciro Gomes - e a vice - Paulo Pereira da Silva", afirmam Brizola, Freire e Mares Guia em um dos trechos da nota.

"Soltas ao vento, reproduzidas pela imprensa e transformadas em pauta da agenda nacional, essas mentiras terminam por macular o processo eleitoral e enodoar com suspeitas sem fundamentos a reputação e a biografia de políticos que sempre marcaram suas vidas públicas pelo compromisso com a verdade e com o bom debate de idéias", completam.

Depois da acusação direta ao governo, os três signatários da nota colocam em dúvida as decisões do TSE nas ações movidas pela Frente Trabalhista e pelos advogados de Serra em suspeita. "No Tribunal Superior Eleitoral, Corte Suprema onde se pronunciam em última instância os julgamentos do processo político ora em curso, surpreende-nos a freqüência com que pedidos de direito de resposta do candidato do governo, José Serra, são deferidos e executados antes mesmo de as decisões transitarem em julgado", escreveram.

"Mais grave, nega-se seguidamente efeito suspensivo aos agravos da Frente Trabalhista interpostos contra as decisões dos juízes auxiliares da propaganda eleitoral. Isso retira-lhes a eficácia e a razão de ser." Brizola, Freire e Mares Guia encerram o documento afirmando que se sentiram no dever "de alertar o País para os desvios pelos quais a disputa pode enveredar, o que não é democrático". Apesar das duras críticas ao governo e ao TSE, o senador Roberto Freire disse hoje não acreditar que a denúncia "resolva" a situação.

Freire explicou que o intuito é alertar a população para o que está ocorrendo na eleição, porque o uso da máquina administrativa do governo já era esperada, mas "o grau de parcialidade de alguns juízes, pois não se pode generalizar, é perigosa para a democracia". Freire aproveitou para fazer um alerta específico para o PT.

"Que tomem cuidado os companheiros do PT", afirmou.


Greve dos Correios afeta entrega de correspondência na Capital
O primeiro dia de greve dos funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) prejudicou a entrega de correspondência, como cartas e encomendas via sedex, em Porto Alegre e Região Metropolitana.

Os serviços de coleta, triagem e distribuição foram afetados. A greve, por tempo indeterminado, foi
deflagrada ontem, à meia-noite.

De acordo com a direção do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect), foi verificada uma adesão de 40% dos carteiros na Capital e Grande Porto Alegre. Nos municípios do Vale do Sinos, cerca de 10% das agências dos correios não funcionaram. Os grevistas fizeram manifestações nos centros de triagem da rua Frederico Mentz e da avenida Baltazar de Oliveira Garcia, além do complexo operacional dos correios na Avenida Sertório. Cerca de 400 servidores se concentraram na frente da sede da ECT, na rua Siqueira Campos. A paralisação atinge 15 estados brasileiros.

A categoria reivindica um aumento de 45,24% referente as perdas salariais de 1994 a 2000 (35,24%) e 10% de ganho salarial, além de aumento do piso salarial de 1,8 para cinco salários mínimos. No Rio Grande do Sul, a categoria é formada por 6,8 mil funcionários, sendo que 5 mil são carteiros. A direção dos Correios oferece 4% de reajuste salarial e um abono de R$ 600,00.

A greve ameaça atrasar a distribuição de mais de 300 mil urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 6 de outubro. Alertada sobre o risco de greve, a direção do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou a montagem de uma operação de emergência - com participação da Polícia Rodoviária Federal e das Forças Armadas - para evitar transtornos.


Bolsas despencam com ameaça de conflito
As principais bolsas mundiais despencaram em mais um dia de apreensão quanto à possibilidade de um conflito entre os Estados Unidos e o Iraque. O conflito poderia causar uma crise do petróleo e causar uma recessão mundial. Por isso, somente as ações de petrolíferas tiveram forte valorização. A divulgação dos dados econômicos norte-americanos, que ficaram abaixo das expectativas, também frustraram os investidores.

O temor de que o desaquecimento se agrave é cada vez mais real e as empresas mais uma vez alertaram para lucros menores no próximo trimestre. O relatório do Institute of Supply Management (ISM) mostra que o
setor de serviços dos EUA teve mais desaceleração em agosto. O índice de atividade não industrial caiu de 53,1 pontos para 50,9 pontos em agosto. As expectativas eram de 53,6 pontos. Em Nova Iorque, o índice Dow Jones recuou 1,68% e o Nasdaq 3,2%. O S&P-500 teve desvalorização de 1,60%. Na Europa, a bolsa alemã (DAX) despencou 2,08% e de Londres (FTSE) 0,39%.

O pessimismo influenciou os mercados brasileiros que ficaram passivos à insegurança. A Bovespa, com volume reduzido para R$ 395,737 milhões, encerrou em queda de 2,73%. A média diária de negócios do mês passado era de R$ 633 milhões. Este é o quinto dia consecutivo de baixa e o segundo pregão em que o índice fecha abaixo dos 10 mil pontos. A crise cria a situação de pânico que faz os investidores buscarem ativos prontos. Na BM&F, o ouro chegou a subir quase 5% e fechou positivo em 1,9%.

O dólar disparou 1,03% para R$ 3,152, na quarta alta consecutiva. "Na verdade há muito procura por dólar, mesmo que os vencimentos deste mês sejam mais tranqüilos, mas com a crise será difícil de rolar", diz um operador. As estimativas estão entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. O BC vendeu dólares à vista para reduzir a pressão sobre as cotações, mas ainda não se sabe o valor do montante.

Ontem o BC conseguiu rolar 36% da dívida de US$ 2 bilhões que vence na próxima quarta-feira, em contratos de "swap" cambial. Dos US$ 70 milhões ofertados nos leilões de linhas externas, o mercado comprou apenas US$ 52,5 milhões, a uma taxa de 4%. A demanda alcançou US$ 99,5 milhões, porém a autoridade monetária não aceitou taxa abaixo desse patamar.

Para o gerente de câmbio da Novação Corretora, José Roberto Carreira, a pressão para manter o dólar acima de R$ 3,10 também está relacionada ao interesse das instituições financeiras. "A alta está ocorrendo porque os investidores não querem que o Copom reduza a taxa Selic. É a política dos bancos", afirma.


Estado pode ser pólo de produção de rochas ornamentais
As empresas que operam na industrialização de mármore e granito querem a implantação de um pólo de produção no Rio Grande do Sul. O presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Rio Grande do Sul (Simag), Joaquim Faria, acredita que o 1º Seminário Internacional de Rochas Ornamentais, que iniciou as atividades ontem e se encerra hoje na cidade de Pelotas, seja um dos passos necessários para a efetivação da idéia.

O evento é promovido pelo gabinete da Metade Sul, ligado à Secretaria Estadual de Coordenação e Planejamento, com o apoio do Conselho Regional de Desenvolvimento e do Simag. "Para criarmos um pólo de produção, precisamos de linhas de financiamento e apoio governamental", afirma Faria. Ele lembra que com o consórcio Magic Brazil, composto por sete empresas, que conta com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e da Agência de Promoção as Exportações (Apex), o setor já começa a reverter a tendência de exportar material bruto. "O material trabalhado agrega valor ao produto.

Outra meta a ser perseguida é que as empresas de mármore e granito desenvolvam o pensamento de associação", defende Faria.

De acordo com dados do governo do Estado, o segmento de mármores e granitos registra um crescimento anual de 8% a 10%. Em termos de valor, a participação do Brasil gira em torno de 1% do que circula no mercado mundial. No Rio Grande do Sul, as reservas desses dois minerais são grandes e ainda não foram totalmente dimensionadas. Conforme o coordenador do gabinete da Metade Sul, da Secretaria da Coordenação e Planejamento, Luiz Henrique Schuch, existem três variedades gaúchas que já possuem mercado e prestígio internacional: o granito royal red - cujas jazidas se encontram nas imediações de Pinheiro Machado - e os mármores mudador e marrom guaíba - com maior incidência na região de Caçapava do Sul.


Artigos

Sangue dos debates começa a jorrar
Gaudêncio Torquato

Os debates entre os candidatos têm tido, nesta campanha, um papel fundamental. Servem para mostrar não apenas os programas de governo mas o estilo e o comportamento dos candidatos, oferecendo aos eleitores uma apreciável comparação de perfis. A propósito, cabe lembrar que a população gosta de saber como agirão os mandatários, o jeito de cada um, a maneira de agir e essa curiosidade acaba conduzindo as atenções e os interesses para a esfera da conduta pessoal. Nesse sentido, as acusações e o palavrório inserido no capítulo das impertinências verbais fazem parte do jogo. A pergunta mais recorrente é sobre a eficácia dos debates no índice de intenção de voto. Certas posições conhecidas merecem ser reafirmadas. A primeira é a de que o debate é mais importante para quem está perdendo do que para quem está ganhando. E a razão é esta: quem está atrás pode ganhar pontos com tacadas corretas; quem está à frente se arrisca a perder, caso não se saia bem, seja muito confrontado ou cometa uma gafe monumental. A segunda vertente é a de que o debate poderá ser uma ótima oportunidade para um candidato desfazer um mal entendido, provocado por uma declaração pinçada de um contexto ou a versão maldosa de um ponto de vista. Sob esse aspecto, o espaço do debate poderia interessar muito a Ciro Gomes, que tem um razoável conjunto de dissonâncias a corrigir.

E quando os candidatos se equivalem na força do ataque e num desempenho quase semelhante na defesa? Poucos hão de concordar que há empate técnico em um debate, porque a tendência dos eleitores é a de considerar que seu candidato venceu os adversários. Foi o que ocorreu no último debate entre os presidenciáveis, promovido pela TV Record. Serra e Ciro se digladiaram, Lula assistiu a luta de camarote, passeando olimpicamente pela arena, e Garotinho atacou por todos os flancos, com virulência maior dirigida ao tucano. Ao dizerem que Ciro não leva desaforo para casa, os ciristas querem dizer que seu candidato ganhou. Ao afirmarem que Serra demonstrou ser bom de briga, os serristas tentam passar para diante a convicção de que o ex-ministro da Saúde foi o vitorioso. Entre a insistência dos dois grupamentos, o melhor é constatar o processo de canibalização recíproca, algo como flechas opostas que caem no chão, depois de um choque no ar. Nesse caso, a vitória de um ou outro será conseguida mais adiante, quando a tuba de ressonância das campanhas, somada à influência das pautas jornalísticas e ao peso das pesquisas de opinião, derem o tom. A vitória será atribuída ao candidato com maior volume de comunicação. Se o adversário ainda contar com a indisposição e o tom negativo de parcela da mídia, levará a pior. Ciro Gomes, nesse caso, será o perdedor, porque Serra dispõe de maior poder de reverberação de discurso e Ciro cometeu o grave erro de brigar com a mídia e jornalistas. Outra discussão envolve a situação de Lula. Teria ganho com a discussão acirrada de dois concorrentes? É possível, mas uma aparente vitória de quem permaneceu à parte não quer significar adição de votos no índice de intenção de votos.

Quem já vai votar no candidato do PT apenas consolida a opinião com o debate, onde Lula tentou passar a imagem de uma pessoa equilibrada e sensata. Sob outro aspecto e para outros grupamentos, Lula poderá ter sido ofuscado pela contundência discursiva entre Ciro e Serra, perdendo em visibilidade. A polarização entre os dois chama a atenção dos eleitores, podendo gerar um conseqüente aumento de intenção de votos. Ou seja, se a campanha esquentar entre os dois poderá ofuscar o perfil de Lula. O Lula olímpico e distante até tem passaporte garantido para o segundo turno. Não se pense, porém, que o segundo turno é luta de peso pena.

São rounds para peso pesado nenhum botar defeito. Quem for lutar contra Lula no segundo turno, não entra fraco como imaginam os lulistas. O adversário entrará no jogo com a força das tacadas do primeiro turno, a imagem de vitorioso, a vibração das bases e uma tendência de crescimento na intenção de voto de indecisos.

Se for Serra, ele receberá o empuxo do establishment. Se for Ciro, Lula arrebatará os maiores contingentes.


Colunistas

ADÃO OLIVEIRA

Caso encerrado
A campanha política no Rio Grande está atingindo um nível nunca antes alcançado.

Do pescoço pra baixo é canela.

A rede internet está sendo usada para difundir uma série de boatos tendo como alvo o candidato da coligação O Rio Grande em 1º Lugar. O último captado informa que Antônio Britto, eleito, acabará com a Defensoria Pública.

É mentira!
A Defensoria Pública do Estado é um serviço da maior importância para os menos favorecidos. O Estado, através da Defensoria Pública, garante justiça àqueles que não podem custear as despesas do processo sem privar-se dos recursos necessários à própria subsistência.

Criada por Alceu Collares, ao tempo de Antônio Britto a Defensoria Pública se desenvolveu. Na hipótese da eleição de Britto, ela vai crescer ainda mais.

Portanto, não é verdade que Britto vá acabar com a Defensoria Pública . Ele vai é consolidá-la.

Esta é mais uma acusação que fazem contra os candidatos ao Palácio Piratini.

Britto tem enfrentado um monte.

No momento em que eu fechava esta coluna, os rapazes da rua Pelotas esperavam, ansiosamente, uma decisão do Tribunal Eleitoral. A coligação contestou uma acusação que lhe moveu o PT. A Justiça decidiu e o juiz prolatou duas sentenças determinando a perda de um espaço, no horário eleitoral gratuito, e o direito de resposta no próximo programa do PT. O PT recorreu e o juiz negou. O PT não se deu por vencido e recorreu ao Tribunal que concedeu o efeito suspensivo da execução das sentenças. Ontem, a coliga ção esperava a decisão: o Tribunal pode ter mantido, alterado ou revogado a sentença.

Pelo jeito que a coisa anda, esta não será a última acusação para a qual Britto buscará reparação.

Quarta-feira à noite, Britto foi a televisão para definitivamente falar sobre o assunto - emprego no Oportunitty - uma questão considerada pelo povo como mal explicada.

Valeu! Britto apareceu bem e na hora certa. Com a serenidade necessária, mas com a indignação precisa.

Causou efeito. Ele explicou bem e parece ter encerrado a questão.

Ontem, aqui nesta coluna, cobrei a presença de Britto na televisão para esclarecer definitivamente o assunto.

Enquanto eu escrevia a coluna, Britto gravava o programa que foi ao ar, quarta à noite. Seus marqueteiros estavam atentos ao problema e logo montaram uma estratégia para liquidar a questão.

No programa, descontraído Britto disse que o PT continua mentindo, como aliás já havia feito na campanha de 1994, quando os caluniadores foram condenados pela Justiça.

"Agora eles estão novamente usando da mentira, da covardia, da desfaçatez", Britto deixou claro que alguém pode até não gostar dele mas ninguém pode acusá-lo de não ter uma vida transparente. "Meus negócios estão todos na minha declaração de Imposto de Renda", disse.

Acho que o caso Oportunitty está encerrado!


CARLOS BASTOS

Campanha eleitoral chega na era do rádio
Com o debate entre oito candidatos ao governo do Estado, ontem pela manhã, através de mais de 150 emissoras de rádio do interior e algumas da capital, a campanha eleitoral no Rio Grande do Sul atingiu todos os quadrantes do Estado. Parece que tínhamos voltado à era do rádio, e a realização do debate demonstrou cabalmente a força do veículo e seu alcance. Não ficou nenhuma região do Rio Grande sem ser atingida pela excelente promoção da AGERT. Os candidatos puderam apresentar suas propostas e dizer o que pretendem fazer chegando ao Palácio Piratini. Tarso Genro, do PT, procurou demonstrar que pelos índices de desenvolvimento econômico, o atual governo teve melhores resultados que o anterior. E Antônio Britto, do PPS, chamou a atenção para o déficit de caixa do Tesouro. Celso Bernardi (PPB) e Germano Rigotto (PMDB) voltaram a se manifestar contra a polarização do pleito, sustentando que a disputa não deve ser travada entre ideologias, mas sim para o eleitor escolher a melhor proposta de governo.

Diversas
Apesar das críticas e dos confrontos ocorridos, o debate radiofônico manteve-se em alto nível, não tendo os candidatos despencado para o bate-boca.

Antônio Britto enfatizou que seu governo vai priorizar uma política de emprego, forte apoio ao setor agrícola, e atenção especial à área da segurança. E sustentou que as oposições tem de criar um novo modelo de governo, para corrigir os erros do governo do PT.

Tarso Genro se manifestou contra as privatizações realizadas no primeiro governo Britto. E destacou os resultados obtidos pela administração Olívio Dutra, que obteve números muito mais expressivos do que os da administração do atual candidato do PPS.

Celso Bernardi ressaltou que a educação será prioridade absoluta em seu governo, e que não vai demitir funcionários, para enxugar a máquina administrativa.

Germano Rigotto afirmou que o novo governo deve procurar atrair investimentos para o Rio Grande do Sul, e que o eleitor não deve ficar no impasse entre PT e anti PT. Deve haver um novo enfoque saindo-se da polarização do ódio e do rancor.

Ex-governador Alceu Collares (PDT), candidato à reeleição para a Câmara dos Deputados, assinalou seu septuagéssimo quinto aniversário com um grande jantar, ontem à noite, na Sociedade Gondoleiros.

Presidente do PSB gaúcho, Beto Albuquerque, provocou risos nos participantes da entrevista do candidato Anthony Garotinho, ontem, antes de seu regresso ao Rio de Janeiro, quando tratou a candidata ao governo do Rio, Rosinha Mateus, sua esposa, como a "nossa Garotinha".

Última
O candidato a senador Paulo Paim (PT) diz que pretende priorizar no Senado Federal a regulamentação do artigo 192 da Constituição, que limita os juros a 12% ao ano. Atualmente, a taxa de juros do país é a mais alta do mundo. Para Paim, a cobrança prejudica principalmente o pequeno e médio empresário, assalariado, trabalhador, aposentado e o produtor rural, que pagam de 10 a 15% ao mês ou até 300% ao ano de juros, para uma inflação anual de 3%.


FERNANDO ALBRECHT

A popularização do golfe
O colunista foi convidado para uma duelo de golfe com o comunicador Felipe Vieira neste sábado, no Belém Novo Golf Clube, no condomínio Terra Ville, ocasião em que os empreendedores apresentarão a nova sede do clube. Felipe se jacta de ser melhor que o americano Tiger Woods. Justiça seja feita, quem tomou a iniciativa de popularizar o golfe foi o vereador Juarez Pinheiro (PT), este sim um ás. O Belém é um dos 85 campos existentes no País. Juarez Pinheiro conseguiu até levar o então prefeito Raul Pont, em janeiro de 2000, a dar suas tacadinhas no Belém Novo.

Novidades noturnas
As novas casas da Dado Bier que deveriam inaugurar neste final de semana tiveram uma redução nas obras e esticamento de prazo de abertura. A Dado Bier do Bourbon Country era para abrir hoje, mas agora fala-se no dia 24. E a danceteria Caldeira, no DC Navegantes, por enquanto está em stand-by. Quanto às ex-instalações da cervejaria na Nilo, parte será ocupada pela Churrascaria Zelão, conforme antecipado aqui, e a outra deverá ser um fashion mall, com várias lojas grandes de 200/300 m2. Algumas já foram convidadas.

Posse
Será às 17h de hoje a solenidade de posse das juízas Vanda Krindges Marques, Ana Rosa Pereira Zago Sagrilo, Denise Maria de Barros, Eurídice Josefina Bazo Tôrres e Ione Salin Gonçalves, nomeadas para exercer o cargo de juízas do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região.

Jornalistas de opinião
Nesta sexta-feira O Clube de Editores e Jornalistas de Opinião realiza almoço no Sheraton para discutir duas pautas essenciais: ações para acelerar o projeto da Nova Lei de Imprensa, parado na Câmara Federal há 10 anos; e o relacionamento do novo governo do Estado com a imprensa gaúcha, com possível encontro com candidatos no 2º turno.

Alívio. Que alívio?
Por ocasião da prestação de contas da diretoria do Grêmio, o conselheiro Túlio Macedo disse que não entendia o "alívio" por ser a dívida do clube de apenas R$ 23 milhões. Não pelo valor em si, mas porque, devido à Lei Pelé, os clubes simplesmente não podem mais ganhar dinheiro com a venda dos jogadores. E isso não é problema só do Grêmio, mas de todos os clubes de primeira linha. Ou seja, a Lei Pelé inviabilizou os clubes de futebol. Macedo defende até uma linha de crédito do Bndes para eles.

Multiplicação de confrarias
As mulheres dos membros da Confraria dos Charutos foram à forra e criaram sua própria confraria, Sal e Pimenta, sob a liderança de Carol Gehlen. As reuniões são no mesmo dia dos charuteiros, no Embaixador.

Nenhum mortal teve acesso aos assuntos comentados. Falar em confrarias, elas estão a pedir um estudo mais sério. Se multiplicam como bactérias. Agora surgiu outra, a Confraria da Pesca, que se reúne em Palmares neste final de semana ([email protected])

Nova cara
A Arauto Publicidade está de cara nova. Além de ocupar nova sede no Morro Santa Teresa, o empresário Jorge Salim também investiu na composição de uma nova marca para a agência, com lettering escolhido seguindo tendências internacionais de design. Para complementar, a Arauto Publicidade passa a assinar com o slogan "Uma agência que resolve", reafirmando uma filosofia totalmente voltada à busca de resultados para seus clientes.

Por falar em Arauto...
...a ssim que abriu a nova casa, Jorge Salim recebeu um pedido especial do seu grande amigo e cliente Miguel Pergher. O gringo Miguelão, que já havia batizado os dois cães policiais que fazem a guarda da Arauto de Sazam e Serife , pediu ao publicitário que usasse seus amplos conhecimentos do show biz para conseguir um desconto para show que pretende bancar levando uma dupla sertaneja para sua cidade, Mato Perso. A dupla, segundo Miguelão, é Sitãozinho e Sororó.

Atroz, muito atroz
Tudo bem que a gurizada use e abuse dos trocadilhos para dar nome aos seus conjuntos e grupos, mas alguns são de arrepiar. Um destes grupos de arte leva o nome de Ménage Atroz , e está com as malas prontas para se apresentar em Portugal. Ménage Atroz é muito atroz...

Absurdos legislativos
Uma série de projetos apresentados por deputados e vereadores de Porto Alegre visam não só proíbe o comércio aos domingos, como também tanta disciplinar e diminuir o funcionamento das lojas nos dias úteis.

Em compensação, ninguém move uma palha para conter o crescente comércio ilegal e venda de produtos contrabandeados e falsificados - honrosa exceção de Adeli Sell (PT) - que não pagam impostos, levam divisas para fora, enganam o consumidor e diminuem empregos formais. Tenham dó, senhores e senhoras, qual a lógica?

Azar de morador
Morador do Morro Santa Teresa queixa-se do procedimento da CEEE com relação à poda de uma figueira na rua Hipólito da Costa. Ele nunca conseguiu podar a árvore por causa da rígida legislação - com a qual ele concorda - mas a estatal foi lá e podou os galhos deixando-os simplesmente no terreno - o morador que se virasse. Pior: estragaram seu jardim. Quatro dias e dezenas de reclamações depois, tudo está como dantes no quartel dos Abrantes. Os galhos continuam lá.

No dia 9, Dia do Administrador, o Conselho Regional de Administração fará open house durante todo dia.

Gramado Móvel Show já tem data marcada. Será de 17 a 20 de fevereiro de 2003.

Pioneiro da Internet comercial no Brasil, Aleksandar Mandic, fala dia 11 às 8h30min no Novotel.

Prêmio Revelação Literária Nova Prova 20 Anos foi entregue para os vencedores dia 3.

Laboratório Knijnik recebeu o Selo Master Qualidade de Atendimento.

Shopping Iguatemi inaugurou estacionamento Vip com manobristas à disposição.

Procempa comemora hoje o 25º aniversário de fundação com a presença do prefeito João Verle.

Iesa/Nissan apresenta dia 9 às 21h no Bagutta o sofisticado Maxima.


Editorial

REESTRUTURAÇÃO AÉREA PASSA POR MENOS CUSTOS

As empresas de aviação civil vinham mal no Brasil, antes dos atentados de 2001, nos EUA. A partir de então, a crise geral piorou a situação. Excesso de empresas, carga tributária o dobro da praticada no exterior e competição de tarifas insana, além da má administração, levaram a uma situação caótica, com a paralisação da Transbrasil, que seria apenas a primeira. Pois o governo acabou atendendo os apelos e, malgrado as críticas, fez um Proar, termo jocoso em alusão ao Proer, mas que salvou o dinheiro de milhares de brasileiros e saneou o sistema financeiro. A partir desta semana há mais do que aviões de carreira nos céus do Brasil. Também está voando uma nova formatação da mais antiga e emblemática companhia, a Viação Aérea Rio-Grandense, Varig, a fim de diminuir o seu endividamento, muitas vezes maior do que o da Vasp e Tam. Com 110 aviões e 16 mil funcionários, o Grupo Varig, que inclui a Rio Sul e a Nordeste, além da Pluna, do Uruguai, estréia um novo presidente. Arnim Lore, 62 anos, até então diretor financeiro da Rio Sul, cargo que ocupou na Varig, ex-diretor do Banco Central e do Unibanco, preenche os requisitos exigidos pelos credores, a GE Capital, de leasing de aviões, o BB, Bndes, Unibanco, Infraero e a BR Distribuidora. Com Lore, afasta-se a FRB-Par da governança corporativa, comprometendo-se a não alterar a composição do novo Conselho de Administração sem a concordância do Comitê de Credores e do Bndes. Haverá implementação dos processos de reestruturação financeira, societária, operacional e de recapitalização da FRB-Par e de suas empresas.

Cumprida esta etapa, o enxugamento de custos, que talvez passe por demissões. A unificação das operações das três empresas do Grupo Varig é o passo básico para diminuir os gastos. Não se justifica a superposição de vôos entre a Varig, a Rio Sul e a Nordeste. Com a diminuição da frota, informa-se que sobram 100 pilotos e cerca de 200 comissários de bordo. Com 110 aviões, a relação é de 145 funcionários por aeronave, 47% acima do recomendado, que é de 100.

A empresa, no entanto, é controlada pela Fundação Ruben Berta, dirigida por um Colégio Deliberante onde estão muitos funcionários, ou seja, era difícil cortar na própria carne. Em dezembro de 2001, a Boeing, que tem na empresa a grande usuária de seus aviões, comprou e depois alugou para a Varig alguns dos seus aviões, diminuindo a dívida para algo como US$ 700 milhões. Arnim Lore montou uma malha única ligando as 60 cidades do Brasil servidas pelas três companhias, por sua vez conectadas aos vôos internacionais da Varig, com 25 destinos em países das Américas, Europa e no Japão. Igualmente, serão utilizadas entre capitais brasileiras aeronaves de grande porte, MD-11 e o Boeing 777. A Varig, a Rio Sul e a Nordeste operam ou tinham Boeings 777, 747, 767 e o DC-10, intercontinentais, mais os 737-300, 737-500, 737-800 e 737-700, sendo a Rio Sul a única empresa nacional com o ERJ-145, 50 poltronas, da Embraer, sucesso mundial com 660 unidades vendidas. O Boeing 777, 280 assentos, fará a rota Porto Alegre/Paris/Amsterdã, com escala em São Paulo, a partir desta segunda-feira. O MD-11, 285 lugares, ligará Rio e São Paulo a Fortaleza, enquanto o Boeing 767, 220 passageiros, vai operar entre Foz do Iguaçu, Curitiba e São Paulo, com destino a Milão, na Itália, mais Lisboa. Mas, nesta reestruturação quem perdeu foram as cidades de pouco movimento, entre as quais Pelotas, Uruguaiana e Santa Maria, atendidas pelos turboélices Brasília. Aos 75 anos, ou a Varig se reformulava ou a turbulência a obrigaria a aterrissar, muito além de uma escala, levando para os hangares da ociosidade todo um patrimônio histórico, pioneiro e de conquistas que não pode ser desprezado.


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09/06/2002


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