Funcionário do Vasco confirma que Eurico Miranda o usou como "laranja"
O funcionário do Vasco, Aremithas José de Lima, disse em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol que o presidente do clube e deputado federal, Eurico Miranda (PPB-RJ), usou a conta bancária dele, Aremithas, para fazer pagamentos do clube. Disse ainda que recebia determinação direta de Eurico para preencher os cheques que, logo em seguida, eram encaminhados para o então diretor de futebol, Eurico Miranda. O funcionário do Vasco fez, portanto, o papel, de "laranja", como se diz na gíria.
Colhido durante diligência realizada pela comissão na última sexta-feira (dia 5), no Rio de Janeiro, o depoimento de Aremithas foi incluído em relatório lido na reunião da CPI desta terça-feira, antes de serem ouvidos os depoimentos do ex-presidente do clube Antônio Soares Calçada e do presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco, Carlos Alberto Cavalheiro.
O relatório revela que Aremithas "recebia ordens" para pagar as despesas pessoais de Eurico Miranda e que o funcionário ainda continua a receber recursos provenientes do clube, que são lançados em sua conta bancária.
Para o presidente da comissão, senador Álvaro Dias (PDT-PR), o depoimento de Aremithas reforça a tese de que o funcionário do Vasco foi usado como "laranja" de Eurico Miranda. Álvaro Dias observou que o presidente do Vasco chegou a lançar mão de dinheiro do clube para financiar a sua campanha eleitoral de 1998 a deputado federal e outras campanhas eleitorais de pessoas ligadas ao clube. O dinheiro do clube também foi usado por Miranda para pagar despesas pessoais, informou o relator da CPI.
Álvaro Dias adiantou que o depoimento de Aremithas abre caminho para que, no relatório final CPI, a ser votado até o dia seis de novembro, seja solicitado ao Ministério Público abertura de processo civil e criminal contra Eurico Miranda, bem como pedido à Câmara dos Deputados para abertura de processo disciplinar contra o deputado. O relatório está a cargo do senador Geraldo Althoff (PFL-SC).
09/10/2001
Agência Senado
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