Garibaldi: decisão sobre a ministra Matilde deve basear-se na apuração dos fatos
Ao comentar, nesta quinta-feira (31), notícias de uma possível demissão da ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, por causa do uso irregular do cartão corporativo, o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve tomar uma decisão apenas para evitar a repercussão no Congresso Nacional e a criação de uma comissão parlamentar de inquérito destinada a investigar o caso. Na opinião do senador, essa decisão deve ser baseada na apuração dos fatos.
- Se foi apurado e a ministra cometeu abusos, cabe ao presidente julgar e demiti-la, ou não. Ninguém vai demitir ou penalizar alguém só para atenuar a repercussão junto ao Congresso ou pela possibilidade de uma CPI. Acredito que ela deva ser penalizada se realmente for apurado abuso, como se levantou na imprensa - argumentou.
Lobão Filho
Ao ser questionado se o senador Lobão Filho (DEM-MA) vai entregar sua defesa para responder às denúncias de suposto uso de terceiros para ocultar sociedade em uma distribuidora de bebidas acusada de envolvimento em esquema de sonegação de impostos, Garibaldi disse que o parlamentar, durante sua cerimônia de posse, não comentou o assunto. Lobão Filho assumiu, na tarde desta quarta-feira (30), a vaga deixada por seu pai, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Garibaldi ressaltou ainda que não pode prever como será o "clima" no Congresso com a presença do novo senador. O presidente não quis comparar esse caso com os que ocorreram em 2007 relativos a denúncias contra parlamentares. Disse, apenas, que o senador recém-empossado garantiu que vai participar ativamente dos trabalhos legislativos.
- Não sei o que vai acontecer porque não sou profeta, muito menos profeta do desastre. Cada caso é um caso; a circunstância do caso Renan é uma, essa agora é outra. A história não se repete - afirmou.
Na mesma entrevista, o presidente do Senado criticou a postura, especialmente da imprensa, de "vasculhar" a vida das pessoas e disse que suposições sobre o envolvimento em irregularidades de indicados pelo PMDB a cargos no Ministério de Minas e Energia devem ser analisadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
- A Abin é quem faz esse serviço e não eu, nem ninguém. À Abin é que cabe apurar e ver quem merece entrar para o governo - ressaltou Garibaldi.
31/01/2008
Agência Senado
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