Garibaldi defende prioridade para medidas de combate à crise financeira



Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (6), presidente do Senado Garibaldi Alves Filho disse que os parlamentares devem dispensar tratamento prioritário às medidas de combate à crise financeira internacional.

Nesse sentido, o presidente do Senado considerou importante a vinda do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para explicarem as providências a serem adotadas em relação às turbulências que atingem os mercados financeiro e de capitais em todo o planeta. A data da reunião será agendada posteriormente.

- Acho que o que tem prioridade agora são as medidas voltadas para a crise. O importante é que venham o ministro da Fazenda e o presidente do BC [Banco Central] para a comissão e se discuta isso. Sem se discutir, nada vai ser aprovado aqui. A discussão parece que não vai contribuir para um consenso, mas termina contribuindo - afirmou.

A decisão de convidar Mantega e Meirelles para um debate com os senadores foi tomada pelos membros da CAE pela manhã, quando foram aprovados três requerimentos em bloco convidando as duas autoridades a comparecer à comissão. Os requerimentos são de autoria dos senadores Aloizio Mercadante (PT-SP), que preside o colegiado, e dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e João Tenório (PSDB-AL).

Ao ser indagado se haverá tempo para a votação de matérias importantes até o segundo turno das eleições municipais, programado para o próximo dia 26, Garibaldi disse que o pleito não deverá atrapalhar o andamento dos trabalhos legislativos.

- Vai [dar tempo]. Realmente, foi o primeiro turno que gerou essa pausa nas votações, mas agora eu acredito que, no segundo turno, que só ocorre em alguns municípios e capitais, vamos poder votar - afirmou.

Garibaldi avaliou ainda que a adoção de medidas provisórias poderá ser útil para proteger a economia brasileira diante da crise financeira, ao ser questionado sobre o apelo feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos líderes partidários para que agilizem a votação da reforma tributária e da proposta de um fundo soberano.

- Eu diria que com essa crise não podemos deixar de considerar que, aí, sim, cabe uma medida provisória, por ser verdadeiramente urgente e relevante, e não aquelas outras que tratavam de coisas absolutamente irrelevantes - disse o presidente do Senado, referindo-se a outras medidas provisórias já aprovadas pelo Senado.

Garibaldi lembrou ainda que a proposta de reforma tributária tramita na Câmara, e que o andamento da matéria vai depender do encaminhamento a ser dado pelos deputados.

Ressaltou ainda que o Senado já aprovou uma proposta de reforma tributária, elaborada por uma subcomissão com essa finalidade, que teve como relator o senador Francisco Dornelles (PP-RJ).

- Aqui [no Senado] a reforma tributária vai andar mais rápido do que muita gente pensa, mas só posso ter uma posição mais segura após falar com as lideranças - afirmou.

Com relação à criação de um fundo soberano, Garibaldi preferiu não fazer comentários sobre a matéria, observando que cabe ao governo convencer os parlamentares sobre a importância da proposta.

- Não sei se é preciso agora ter discussão a respeito do fundo soberano, porque ele era uma coisa antes da crise e outra coisa depois da crise. Não posso adiantar prognóstico sobre isso. Cabe ao governo convencer os parlamentares de que o fundo soberano é necessário - concluiu.



07/10/2008

Agência Senado


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