Gerson Camata comemora "fracasso" da marcha da maconha



Ao contrário do que afirmam os defensores da maconha, a droga não seria nada inofensiva, segundo o senador Gerson Camata (PMDB-ES). De acordo com estudos médicos mencionados em discurso do senador nesta terça-feira (6), a droga seria mais perigosa que o cigarro convencional. O parlamentar capixaba ocupou a tribuna do Senado nesta terça-feira (6) para fazer esse alerta e manifestar sua satisfação com o que chamou de "fracasso" da Marcha da Maconha.

Proibida pela Justiça em nove cidades, a manifestação chegou a ser realizada em Vitória, Recife, Florianópolis e Porto Alegre, mas o número de participantes não ultrapassou cem pessoas, de acordo com o senador. Em Vitória, capital do Espírito Santo, a marcha reuniu apenas "40 viciados", nas palavras de Gerson Camata.

O senador começou citando um estudo da Sociedade Espanhola de Toxicomania, que teria comprovado a relação entre o hábito de fumar maconha e prejuízos ao aprendizado. Os consumidores da droga ainda estariam, segundo o estudo, propensos a desenvolver sintomas psicóticos.

Na Austrália, 316 gêmeos observados durantes décadas pelos cientistas forneceram importantes constatações. Aqueles que usaram a maconha antes dos 17 anos tinham de duas a cinco vezes mais riscos de usar outras drogas ou de desenvolver dependência de álcool e drogas.

Mas a descoberta de mais impacto, na opinião do senador, foi feita por pesquisadores canadenses e da Fundação Britânica do Pulmão, que concluíram que fumar maconha pode ser até mais prejudicial aos pulmões que fumar cigarros de tabaco. Segundo esses dados, cigarros de maconha contêm 50% a mais de substâncias que causam câncer que os de tabaco.

Um "baseado", como é chamado na gíria o cigarro de maconha, teria a quantidade de amônia presente em 20 cigarros convencionais. E os níveis de cianeto de hidrogênio e de óxido nítrico, que afetam coração e pulmões, seriam de três a cinco vezes superiores aos do cigarro comum. Os cientistas chegaram à conclusão de que a manipulação genética das sementes fez com que aumentasse em grandes proporções a concentração de THC, o componente psicoativo da maconha, potencializando os efeitos tóxicos.

Os hábitos dos usuários da maconha também tornariam mais intensos os malefícios da droga. É que, explicou o parlamentar, o fumante de um "baseado" inala profundamente e prende a respiração para manter a fumaça no seu pulmão por mais tempo. Assim, mais monóxido de carbono e alcatrão entram nos pulmões.

Outro perigo relatado pelo senador, com base nos estudos científicos: fumar o cigarro de maconha até o último milímetro faz com que os lábios e a língua fiquem expostos a um calor intenso, que é grande indutor do câncer de boca. Em resumo, três cigarros de maconha causariam danos correspondentes aos provocados por 20 cigarros convencionais, segundo pesquisa feita na Grã-Bretanha.

A masculinidade dos fumantes também seria afetada pela droga, conforme pesquisa do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (USP). A maconha diminuiria em até 60% a produção de testosterona pelo homem, tornando-o infértil.

- A gente já observa isso também na cara deles - disse o senador, referindo-se aos participantes da marcha.

E acrescentou:

- Quem viu as fotografias nos jornais dos quarenta participantes da passeata da maconha percebeu que todo mundo estava com aquela cara de psicótico, doente mental, desafiando a polícia, quebrando automóveis. Isso é o que esse povo deseja - alertou o senador.

Gerson Camata teme a liberação da droga, entre outras razões, por acreditar que um "baseado" poderia custar o mesmo que um cafezinho, facilitando o consumo em larga escala, inclusive nas ruas e nas escolas.

- Talvez até um piloto de avião fizesse uso de um deles para iniciar uma viagem - ironizou o senador, já que o termo "viajar" é usado para definir o estado de alteração da consciência causado pela maconha.

O senador também salientou a reversão na tendência à liberalização do consumo de drogas. A Holanda, que adotou durante tempos atrás uma legislação complacente, estaria aos poucos endurecendo suas leis, depois de verificar que o consumo de maconha subiu 400%, e que 5 mil dos 25 mil dependentes existentes no país são responsáveis pela metade dos crimes ali cometidos. Na Grã-Bretanha, a maconha deve ser reclassificada na lista das drogas perigosas.



06/05/2008

Agência Senado


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