Governo federal lança Observatório da Eqüidade para avaliar desigualdades do país
Verificar as causas das desigualdades existentes no país, identificar as políticas públicas que combatem tais problemas e elaborar indicadores que permitam avaliar a sua eficiência. Esses são alguns dos objetivos do recém-criado Observatório de Eqüidade, que atuará no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da Presidência da República. O comitê técnico desse novo órgão é composto pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A diretora de Estudos Sociais do Ipea, Anna Peliano, afirmou, durante palestra realizada no Interlegis nesta quinta-feira (17), que o debate político não pode se restringir aos indicadores econômicos, e que o Observatório de Eqüidade poderá contribuir para a discussão ao apresentar indicadores sociais que apontem como o Brasil está se desenvolvendo e "para onde está indo".
- Mas é claro que isso é muito mais complexo, pois estamos falando de qualidade de vida, ou seja, de muitas dimensões, como saúde, educação, qualidade e moradia, entre outras - ressaltou ela.
Anna Peliano destacou que, justamente por causa dessa multiplicidade de dimensões, um dos principais desafios do Observatório de Eqüidade será definir qual o conjunto mínimo de indicadores que possam retratar a qualidade de vida da população brasileira , "sem que se percam, por exemplo, informações sobre diversidades e desigualdades regionais, raciais, de gênero e de etnia".
- É difícil encontrar um indicador que, sozinho, consiga representar todas essas questões - frisou ela.
Como exemplo, a diretora do Ipea citou casos de municípios onde a qualidade da educação pode ser boa, mas não a da habitação ou a da segurança. Segundo ela, "indicadores médios não são capazes de retratar bem essa complexidade".
Já Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese e integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), destacou que os indicadores sociais "devem subsidiar as ações dos atores sociais na criação, condução ou alteração das políticas públicas que visam reduzir as desigualdades sociais".17/08/2006
Agência Senado
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