Grazziotin faz manifestação contra a impunidade



Ao ocupar a Tribuna, na tarde de hoje (20/06), o deputado Roque Grazziotin (PT), presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembléia Legislativa, manifestou indignação com o resultado do julgamento do assassinato da líder sindical rural Margarida Maria Alves, morta a tiros no dia 13 de agosto de 1983, em Alagoa Grande, Paraíba. O acusado de mandante do crime, fazendeiro José Buarque Gusmão Neto, foi absolvido, segunda-feira (18/06), pelo júri popular por cinco votos contra dois. Ao relatar o episódio, o deputado lembrou que Margarida Alves simboliza a luta pela terra e pelo direito ao trabalho digno. Disse que ela foi perseguida por ter lutado, como presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, pela defesa dos direitos do trabalhador sem terra, pelo registro em carteira, pela jornada de 8 horas, pelo 13º salário, férias, entre outros direitos. "Mulher corajosa, Margarida Alves soube enfrentar o poderio econômico e político da região, chegando a levar 16 fazendeiros para a polícia por crimes no campo. A impunidade, no entanto, permitiu que todos continuassem gozando de liberdade", lamentou Grazziotin. O assassinato de Margarida Alves ganhou repercussão internacional e se encontra na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, da qual o Brasil é membro. Mesmo com um novo julgamento do acusado, o presidente da CCDH acredita que o governo brasileiro deve ser julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA. Outro episódio de repercussão internacional relembrado hoje pelo deputado foi o massacre do Carandiru, há quase nove anos. "Foram 111 presos mortos, e todos encurralados nas celas, sem chances de defesa", relatou o deputado, lembrando que o comportamento das autoridades, tentando esconder o verdadeiro número de mortos da imprensa e das famílias das vítimas, também foi um fator que contribuiu para que o caso ganhasse mais repercussão. O deputado Roque Grazziotin trouxe o caso à tona a fim de chamar a atenção da sociedade para o julgamento do coronel da reserva Ubiratan Guimarães, comandante do massacre, que terá início hoje, em São Paulo. "Não podemos nos conformar com os arbítrios praticados em julgamentos vulneráveis aos interesses políticos e econômicos, que beneficiam a poucos em detrimento de todos e da nação", alertou Grazziotin.

06/20/2001


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