HARTUNG CRITICA POLÍTICA DE SEGURANÇA DO GOVERNO FEDERAL



O programa "Brasil diz não à violência - Plano Nacional de Segurança Pública", que deverá ser apresentado pelo governo nos próximos dias e prevê o reaparelhamento das polícias federal e estaduais, além da valorização do profissional de segurança pública foi considerado pelo senador Paulo Hartung (PPS-ES) tímido e insuficiente.
O senador sugere outras soluções para a questão da violência, como quebra de sigilo bancário de pessoas envolvidas com o tráfico e a criação de mecanismos que impeçam o uso do dinheiro do crime na eleição de parlamentares ou financiamento do ingresso de apadrinhados do tráfico no serviço público. Hartung sugeriu ainda o fim da imunidade parlamentar na sua forma atual, além da criação de uma força tarefa reunindo representantes do Ministério Público, Polícia Federal, Banco Central, Conselho de Controle de Atividades Financeiras para fiscalizar e punir infratores.
Outra sugestão do senador é que o governo reúna especialistas para apresentar diretrizes e estudar experiências bem sucedidas, inovadoras e vitoriosas de redução de criminalidade em outros países e adaptá-las a nossa realidade.
- O problema da violência, da impunidade ligada ao tráfico de drogas, de armas, da corrupção e o seu entrelaçamento com as autoridades públicas é um desafio. Coloca um interrogação na mente do cidadão sobre se vale à pena pagar impostos e ter governo. Todos nós do Legislativo, Judiciário e Executivo temos que provar que sim.
Outra forma de diminuir os índices de violência, na avaliação do senador, seria a criação de uma política nacional de desenvolvimento urbano. Hartung disse que o governo federal não investe em saneamento básico há mais de dois anos e, além disso, não apresenta uma política de urbanização de favelas nem encara o caos do transporte público. Hartung destacou que 125 milhões de brasileiros, 78,4% da população, vivem em centros urbanos, a maioria sem qualquer planejamento urbano e com insuficiência de recursos para as áreas de saneamento, habitação, transportes e segurança.
Em aparte, o senador José de Alencar (PMDB-MG) afirmou acreditar que o problema da violência será solucionado quando o Brasil retomar o crescimento econômico. Também em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) afirmou que o discurso de Hartung é um grito de insatisfação contra a situação de violência em que vivem os brasileiros.
O senador Jefferson Peres (PDT-AM) apoiou o repúdio manifestado por Hartung às agressões sofridas pelo governador de São Paulo e pelo ministro da Saúde José Serra. O senador Lauro Campos (PT-DF) lamentou qualquer tipo de violência, inclusive aquela praticada pelo governo.

06/06/2000

Agência Senado


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