Hélio Costa defende ensino de noções de cidadania nas escolas



Ao abrir os debates com o ministro da Educação, Cristovam Buarque, o vice-presidente da Comissão de Educação (CE), senador Hélio Costa (PMDB-MG), afirmou ter ficado estarrecido com os resultados de recente pesquisa realizada entre universitários mineiros. Nada menos que 40,5% dos entrevistados afirmaram achar a tortura justificável e 44,5% manifestaram concordar com o fechamento do Congresso Nacional.

No entender de Hélio Costa, a pesquisa revela claramente que grande parte dos universitários brasileiros não recebeu ensinamentos de cidadania e indagou ao ministro se há projeto no ministério para que os jovens brasileiros passem a ter ensinamentos nessa área.

Em resposta, Cristovam Buarque informou que sempre defendeu o ensino de noções de cidadania desde o ensino fundamental, mas observou que resultados absurdos como os da pesquisa citada pelo senador não ocorrem apenas no Brasil. Como exemplo, informou que 70% da população norte-americana aprovam a completa devastação de todo o território iraquiano.

Referindo-se a pesquisa que mostra o baixo nível do ensino de Matemática nas escolas públicas, a senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) cobrou do ministro mais investimentos no ensino fundamental. Iris relatou que, na pesquisa, 3% dos alunos não demontraram capacidade de ler preços de produtos no comércio ou anotar números de telefones. Cristovam Buarque concordou e disse que o problema só será resolvido com a valorização, formação, incentivo e melhores salários pagos aos professores.

- O programa educacional brasileiro não pode ser de um governo, mas de toda a sociedade - disse o ministro. Ele anunciou que manterá projetos e ações do governo anterior, entre os quais o chamado Provão. Segundo ele, a avaliação periódica de alunos e de professores é o melhor caminho para que a educação tenha qualidade. Cristovam deu essas informações em resposta ao senador José Jorge (PFL-PE). O parlamentar entende que muita coisa foi feita pelo governo anterior, razão pela qual pediu ao ministro que envie ao Congresso Nacional os projetos com antecedência, para que a Casa possa discutir e votar com prudência todas as matérias.

O senador Flávio Arns (PT-PR) pediu ao ministro a criação de uma política específica destinada a atender aos portadores de deficiência física. Segundo informou, nada menos do que 10% da população brasileira, cerca de 17 milhões de pessoas, têm algum tipo de deficiência. Segundo o ministro, os deficientes devem merecer atenção especial, mas reconheceu que nesse setor o país ainda está bastante atrasado. Cristovam inclusive desculpou-se com o senador, ao informar que até hoje não nomeou uma pessoa para dirigir a área do ministério que trará das questões relativas aos deficientes.

Já o senador Almeida Lima (PDT-SE) cobrou de Cristovam o retorno e a ampliação do crédito educativo. O ministro informou que, a partir de maio, o programa será reativado e deverá beneficiar cerca de 30 mil alunos, que receberão bolsas de estudo integrais. Almeida Lima também cobrou providências do Ministério da Educação para que as faculdades particulares deixem de cobrar altas mensalidades. Conforme o senador, muitas alunas estão se prostituindo para pagar as mensalidades.

O senador Eurípedes Camargo (PT-DF), por sua vez, defendeu a valorização dos professores, enquanto o senador Reginaldo Duarte (PSDB-CE) solicitou ao ministro a utilização de parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para custeamento de estudos. O ministro considerou a proposta interessante e prometeu estudá-la com atenção.



01/04/2003

Agência Senado


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