HELOÍSA APELA ÀS LIDERANÇAS DO GOVERNO POR NEGOCIAÇÃO COM SERVIDORES GREVISTAS



A senadora Heloísa Helena (PT-AL) rebateu nesta quarta-feira (dia 31) os argumentos do ministro do Planejamento, Martus Tavares, que, em nota, apresentou dados justificando a impossibilidade governamental de atender as reivindicações dos servidores públicos federais em greve. Ela afirmou que os números apresentados "são mentirosos e inverídicos", e fez um apelo às lideranças do governo no Congresso para que intercedam junto ao ministro do Planejamento para que receba os líderes dos servidores grevistas.Heloísa Helena - que denominou seu pronunciamento de "Exterminador do Futuro III - Parte II" - contestou seis itens da nota emitida pelo ministro do Planejamento, abordando desde o reajuste de 28,86% , decidido pelo STF em 1988, até a recente reabertura do Programa de Demissão Voluntária. Sobre o reajuste - que o governo alega ter decidido estender a todos os funcionários - a senadora disse que o governo federal, na verdade, não "decidiu" repassar o reajuste.- O governo demorou muito a admitir uma derrota irreversível no STF. E, ao fazê-lo, utilizou-se de uma chicana jurídica para reduzir a aplicação do reajuste de 28,86%. Milhares de servidores receberam zero de aumento que, aliás, é mera reposição de perdas ocorridas antes de 1993, que haviam sido negadas quando Fernando Henrique Cardoso era ministro das Fazenda - afirmou a senadora.Quanto à reabertura do Programa de Demissão Voluntária, Heloísa Helena salientou ser mais uma demonstração da "obsessão do governo em demitir servidores em massa, estando em greve ou não". - A repressão à greve dos servidores públicos revela, mais uma vez, a intolerância do governo. O governo FHC deliberadamente nega o direito do servidor ao exercício do direito de greve, que ainda não está devidamente regulamentado, depois de 12 anos de vigência da Constituição - protestou a parlamentarEm apartes, o senador Geraldo Cândido (PT-RJ) destacou que o governo Fernando Henrique, com as seguidas investidas contra o funcionalismo público, está transformando servidores em "cidadãos de segunda classe". Já o senador Artur da Távola (PSDB-RJ) argumentou que os problemas dos funcionários públicos são uma herança do passado, "desde os tempos da ditadura, quando a máquina estatal inchou demais".

31/05/2000

Agência Senado


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