Heloísa Helena elogia professores e diz que reforma da previdência prejudicou a categoria



Ao elogiar os professores brasileiros pelo transcurso do seu dia, durante discurso no Plenário do Senado nesta sexta-feira (15), a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) disse que a reforma da previdência foi especialmente injusta com essa categoria. Heloísa contou ter ouvido na época depoimentos de professoras que estavam há 15 dias da aposentadoria e passaram a ter que esperar mais sete anos pelo benefício.

A senadora, que dá aulas na Universidade Federal de Alagoas, lembrou professoras importantes em sua vida, como Dona Rosinha, que na Palmeira dos Índios, terra natal de Heloísa, a ensinou a ler e escrever e sempre a poupava da palmatória, em consideração à frágil saúde da menina. "Eu era uma menina pobre, mas sempre fui tratada com carinho e afeto pelos professores", contou.

Heloísa Helena citou também a professora Salete, que lhe mostrou as potencialidades que tinha para o estudo e a ajudou no primeiro discurso que fez na vida, no dia das mães.

Durante o discurso, Heloísa criticou também a medida provisória apresentada pelo governo que liberou o plantio e comercialização de produtos transgênicos. A senadora afirmou que há muitas pesquisas indicando que os transgênicos fazem mal à saúde e que mercados importantes como China e alguns países da Europa não aceitam esses produtos.

- Repudio a ação do governo em relação à medida provisória que legitima o plantio e a comercialização dos transgênicos. Infelizmente o Brasil, ao mesmo tempo em que sepulta os dados técnicos que mostram o risco dos transgênicos ao ambiente e à saúde humana mostra covardia ao escolher parceiros internacionais - disse.

São Francisco

Heloísa Helena criticou ainda o que considera "falta de respeito às leis" demonstrada pelo governo na discussão sobre a transposição de águas do Rio São Francisco. A senadora é contra a transposição. Segundo Heloísa, o São Francisco encontra-se fragilizado e precisa de revitalização e o governo não está seguindo as recomendações do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, como determina a lei. Ignorando as decisões do comitê, liberou a realização de licitação de compra de maquinário para a transposição e de preparação do licenciamento ambiental para a obra, informou a senadora.

- Dizem que a transposição é para matar a sede dos irmãos nordestinos e com esse argumento está se conseguindo dividir o Nordeste entre os estados que têm o rio e os que supostamente seriam beneficiados com a transposição - disse.

Heloísa afirmou que menos de 5% da obra estará perto do semi-árido e que os grandes beneficiados com a obra serão os latifundiários. Para ela, o São Francisco precisa de cinco anos de revitalização, de obras de saneamento básico em 503 municípios e investimento em outras matrizes energéticas que não hidrelétricas para garantir a renovação do curso d'água. Em aparte, o senador Efraim Morais (PFL-PB) disse ser favorável à transposição e que o tema precisa continuar sendo discutido.

- A transposição é importante para a Paraíba. Temos que unir o Nordeste para dividir a água que os estados precisam - disse.



15/10/2004

Agência Senado


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