Heloísa Helena: mudança na reforma da Previdência é uma "surpresa benéfica"



A senadora Heloísa Helena (PT-AL), que nos últimos meses vem criticando o projeto do governo de reforma da Previdência Social, considerou uma -surpresa benéfica- as mudanças que os governistas passaram a admitir desde a quarta-feira (9). A senadora, no entanto, não amenizou suas críticas sobre os altos salários de uma parte do funcionalismo.

- Como se transforma um leão valente num gatinho manhoso diante de uma toga. Isso é impressionante - afirmou Heloísa Helena, sem se referir nominalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Maurício Corrêa, que se reuniram na segunda-feira (dia 7).

Entre as mudanças do projeto da reforma da Previdência a senadora citou a possibilidade, ainda de acordo com as notícias, de que os funcionários possam se aposentar com salário integral, desde que atendidas três condições: idade de 60 anos (homem) e 55 anos (mulher), 35 anos (homem) e 30 anos (mulher) de trabalho e 25 anos de serviço público.

- Quando nós falávamos de integralidade, éramos acusados de radicalóides, defensores dos privilegiados, dos marajás. Isso era muito grave, pois os acusados estavam legitimando no imaginário popular que no serviço público todos são privilegiados. Na verdade, quem precisa do serviço público são os filhos da pobreza - disse.

Duas perguntas, de acordo com Heloísa Helena, ainda não foram respondidas pelo governo sobre a Previdência, que ela vem repetindo há tempos.

- Onde está na reforma o corte dos altos salários do serviço público? O que é que essa reforma faz de verdade para as pessoas pobres? - questionou.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy disse que dava força à idéia da senadora para que os presidente da República, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal se reúnam para fixar o teto salarial do funcionalismo. Suplicy afirmou ainda que houve uma coincidência entre o encontro do presidente Lula com o presidente do Supremo Tribunal, a greve do funcionalismo e a mudança de atitude dos líderes governistas na Câmara, que admitiram mudanças na reforma previdenciária.



10/07/2003

Agência Senado


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