Heloísa Helena quer voto contrário do Senado a retaliação dos EUA a atentado terrorista



Durante discussão sobre a questão judaico-palestina na sessão plenária desta quinta-feira (dia 13), a senadora Heloísa Helena (PT-AL) anunciou a apresentação de requerimento cobrando do Senado uma posição contrária a qualquer retaliação dos Estados Unidos contra outros povos. Apesar de se dizer "sensível" à dor das famílias norte-americanas vitimadas pelo recente atentado terrorista, Heloísa acusou os Estados Unidos de praticarem atos terroristas contra várias nações. "A retaliação é muito difícil para a paz mundial", afirmou.

Além de Heloísa Helena, os senadores Lúcio Alcântara (PSDB-CE), Roberto Saturnino (PSB-RJ), Luiz Otávio (sem partido-PA) e Casildo Maldaner (PMDB-SC) apoiaram os requerimentos dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Eduardo Suplicy (PT-SP) sobre o conflito no Oriente Médio. Para Alcântara, a escalada do terrorismo internacional tem como raiz o enfraquecimento de organismos multilaterais, como a ONU, "incapazes de negociar saídas diplomáticas para atenuar antagonismos que podem levar a resultados dolorosos".

Na opinião de Saturnino, a hora é de revitalizar entidades como a ONU e exigir dos países esforços conjuntos de combate ao terrorismo. "A ação de vingança para atingir civis e inocentes é lamentável e deve ser contestada", defende, considerando "desprezível" a eficácia da manifestação de repúdio do Senado à disputa entre árabes e israelenses, diante da "magnitude e força" do atentado aos Estados Unidos.

Ao enquadrar os autores do atentado como "inimigos de guerra", os Estados Unidos já estariam colocando o mundo, segundo Luiz Otávio, em um "beco sem saída". "Queiram ou não, a eclosão da terceira guerra independe da solidariedade ao povo norte-americano ou da luta pela paz mundial", disse.

Já o senador Casildo Maldaner defendeu a necessidade de a resposta do governo norte-americano ao episódio ser negociada com intermediadores internacionais, de forma a evitar mais violência. "É preferível haver duas horas de diálogo que cinco minutos de tiroteio", observou. Maldaner disse compreender a disposição dos Estados Unidos de punir os responsáveis pelo atentado, já que foram agredidos em sua soberania,, mas clamou por "cautela" na condução da questão.

13/09/2001

Agência Senado


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