Heráclito anuncia ação popular contra plano de investimentos do Brasil na Bolívia



O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse, em pronunciamento nesta quinta-feira (17), que entrará com ação popular contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante do anúncio feito pelo senador petista Sibá Machado (AC), em discurso na quarta-feira (16), de que o Brasil faria novos investimentos para exploração de gás natural na Bolívia.

O parlamentar registrou que, após seu protesto durante o discurso do colega, recebeu e-mails que davam conta de novas ameaças do presidente boliviano Evo Morales de cortar o fornecimento de gás ao estado do Mato Grosso. A informação teria sido publicada, de acordo com Heráclito, no jornal Diário de Mato Grosso, segundo o qual o governador Blairo Maggi teria pedido a intercessão do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para que tentassem evitar a suspensão do fornecimento

- Mato Grosso poderá parar. Esse será o reflexo do desabastecimento de gás natural - afirmou o senador, acrescentando que o produto é indispensável ao funcionamento da usina termelétrica de Cuiabá, responsável por 70% do suprimento da energia no estado.

Em aparte, o senador Sibá Machado negou ter feito tal afirmação em seu discurso. Disse que havia comunicado novos investimentos da Petrobras no Brasil e anunciado uma nova rodada de negociações acerca do preço do gás boliviano.

Renúncia de Jânio

Heráclito Fortes lembrou o aniversário, no dia 25, da renúncia do então presidente da República Jânio Quadros, em 1961. Frisou que Jânio, "que encantou o Brasil com o seu discurso de renovação, de promessa de mundo novo e de mudanças, no sétimo mês, quando percebeu que estava traindo o povo brasileiro e que não estava cumprindo as promessas feitas e o compromisso assumido com a Nação brasileira, renunciou".

Recordou que os sete meses de governo de Jânio Quadros "foram sete meses de factóides", com suspensão de briga de galo e proibição de biquíni na praia de Copacabana, observando, no entanto, que Jânio "pelo menos, teve coerência".

- Não atentou contra as instituições democráticas, não quis cercear a imprensa, não pediu em nenhum momento que a imunidade parlamentar fosse quebrada. Viu que não tinha força para honrar a própria palavra, a expectativa criada, e optou pela única saída com que pudesse, posteriormente, ele próprio, acompanhar a conseqüência dos seus gestos - disse Heráclito.

O senador acrescentou que, embora Jânio não tenha tido forças para combater estruturas implantadas no país, "teve força e foi implacável no combate à corrupção".

- Não se tem notícia de um companheiro de Jânio fazendo 'caixa 2', ou da malversação do dinheiro público. Muito pelo contrário, os barnabés, como eram chamados, à época, os funcionários públicos, tremiam de medo de serem pegos em algum desacerto e serem vítimas dos sarcásticos bilhetinhos do Jânio. Muito diferente do que ocorre hoje - afirmou.

17/08/2006

Agência Senado


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