Heráclito defende jornalista que errou no caso Ibsen



O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) defendeu nesta quinta-feira (19) o jornalista Luis Costa Pinto, que declarou ao ex-deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) ter publicado na revista Veja informações erradas a respeito do parlamentar. Ibsen foi cassado em 1993, acusado de movimentar em sua conta bancária US$ 1 milhão, recursos à época atribuídos a operações ilegais com doleiros.
Na verdade, a movimentação não passou de US$ 1 mil, mas só recentemente Costa Pinto decidiu assumir seu  erro e o da revista, que durante a Comissão Parlamentar de Inquérito do Orçamento tinham como fonte o então assessor do deputado José Dirceu (PT-SP) Waldomiro Diniz e o deputado Benito Gama (PFL-BA). Waldomiro hoje é acusado de fazer a ligação entre o PT, bicheiros e donos de bingos e Dirceu exerce o cargo de ministro-chefe da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva. - Qualquer um que tenha acompanhado os acontecimentos relativos à CPI do Orçamento pode constatar o quanto de “fogo amigo” existiu de ingrediente para que o processo tivesse o desfecho que teve, já que Ibsen era lembrado como um dos possíveis candidatos à Presidência da República – afirmou Heráclito.

Referindo-se à análise do caso feita pelo jornalista do Correio Braziliense  Rudolfo Lago, o senador piauiense observou que o erro de Veja e Costa Pinto teve “importância mínima” na cassação de Ibsen. O parlamentar disse acreditar que a confissão do jornalista só engrandece Costa Pinto e recomendou que o episódio seja usado de forma didática pela classe jornalística e pelos estudantes de Comunicação. E que não sirva de justificativa para a aprovação do projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo, da maneira como foi encaminhado pelo governo ao Congresso, ou qualquer outra forma de restrição à livre manifestação do pensamento.



19/08/2004

Agência Senado


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