Heráclito diz que Ingrid Betancourt deve exercer papel de líder
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) manifestou na noite desta quinta-feira (3) sua satisfação com a libertação da ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt, seqüestrada há seis anos e mantida como refém pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( Farc ). Para ele, além do alívio, o que se percebeu nesta quarta-feira (2) foi uma sensação de recomeço, acima de tudo.
Heráclito disse que esperava ver "uma mulher cambaleante, com dificuldade de locomoção e totalmente estraçalhada pelos momentos que passou ao longo desses seis anos".Ao contrário, constatou que Ingrid é uma pessoa forte e de muita fé.
- Ela invocou várias vezes o nome de Deus. Parece-me que, nas horas de solidão - que devem ser terríveis -, se ela não tivesse um equilíbrio psicológico muito forte e não tivesse ao seu lado um sentimento de fé, talvez não estivesse ali ontem [quarta-feira] para contar agora ao mundo o que viveu nesses anos todos - disse o parlamentar.
Heráclito disse esperar que, agora, a ex-senadora, depois de descansar com a família e de uma avaliação médica, assuma com a mesma coragem de sempre papel de relevo na política colombiana e mostre que violência gera violência.
O senador fez também uma cobrança ao governo brasileiro, que, em sua opinião, demorou mais de quatro horas para mostrar solidariedade a Ingrid, e, mesmo assim, "não foi nada firme como o caso merecia".
- Temos que ter uma posição bem mais clara e mais definida com relação ao terrorismo, à violência, a esse expediente do qual o Brasil felizmente está livre, pelo menos por ora - disse Heráclito.
O senador reconheceu o direito de as Farc continuarem existindo, mas fazendo do seu campo de luta o debate, a defesa democrática de suas convicções.
Em aparte, o senador João Pedro (PT-AM) discordou das afirmações do senador do DEM sobre a postura do governo brasileiro e classificou-a de "firme e imediata". Por outro lado, criticou "o exagero e o despropósito da operação".
João Pedro disse ainda concordar com a necessidade de as Farc libertarem todos os reféns em seu poder, mas, a seu ver, o governo colombiano precisa também libertar todos os presos desse processo de lutas que já dura 40 anos.
03/07/2008
Agência Senado
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