Heráclito vê falta de ética em participação de ministro na campanha de Mercadante
O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) criticou, nesta terça-feira (22), a participação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em vídeo da campanha eleitoral do candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, após ter se reunido com as autoridades do governo paulista para tratar dos problemas relativos à segurança pública. Na opinião do senador, o ministro "não foi ético".
- Num dia, ele fala como ministro sobre os problemas de São Paulo. No dia seguinte, fala como militante partidário no horário eleitoral com as mesmas informações e confunde a população. Um ministro que defende ações republicanas não pode passar informações da sua conveniência na propaganda do seu candidato. É o começo do caos - afirmou.
Heráclito criticou declaração do presidente da República em entrevista, em que compara as investigações da Polícia Federal na área da corrupção com a Operação Mãos Limpas feita na Itália. O senador disse que os índices de corrupção no Brasil vêm crescendo ano a ano e, no governo Lula, cresceram mais que os índices da economia.
- Querer comparar com a Itália é um absurdo. Aqui foi feita a operação mãos sujas, do dólar na cueca, da evasão de divisas. Que autoridade tem o presidente Lula para falar em mãos limpas? Na Itália houve perseguição aos bandidos, prisões e mortes. Aqui só teve conivência, silêncio, esquecimento e perdão - disse.
Para Heráclito, o governo Lula está tentando instrumentalizar a Polícia Federal. Ele frisou que a PF pertence ao Estado e não a um governo transitório e recebeu o apoio do senador Romeu Tuma (PFL-SP).
- A PF não é de nenhum governo, não é polícia particular de ninguém e tem a responsabilidade de apurar fatos relacionados a agentes públicos ou não. O diretor da PF, Paulo Lacerda, não aceita pressão política e tem sofrido conseqüências com a falta de recursos - lamentou Tuma.
O senador Sibá Machado (PT-AC) saiu em defesa do ministro da Justiça afirmando que não viu qualquer problema ético na conduta de Márcio Thomaz Bastos. Sibá concordou que a PF não é uma propriedade privada e afirmou que não sofre qualquer interferência do presidente Lula. Ele observou, no entanto, queno passado a PF "foi orientada para ser uma polícia política".22/08/2006
Agência Senado
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