Ideli pede documentos que pararam investigação sobre evasão
A senadora Ideli Salvati (PT-SC) apresentou nesta terça-feira (10) requerimento à Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) solicitando ao Ministério da Justiça cópias de dois documentos relativos à investigação sobre a evasão de divisas através de contas CC-5 para a agência do Banestado em Nova Iorque. Ela explicou que o primeiro documento foi enviado pelo governo norte americano ao governo brasileiro solicitando documentação e provas que sustentem o pedido de quebra de sigilo bancário naquele país. O segundo documento foi endereçado ao diretor geral do Departamento de Polícia Federal pelo Ministério Público Federal, informando que o delegado Francisco Castilho Neto foi excluído do grupo que investiga o caso.
Ideli disse que existe um impasse entre os dois governos porque os Estados Unidos chegaram a quebrar o sigilo de algumas contas e pediram ao governo da Suíça que quebrasse o sigilo de outras contas, confiando na promessa do delegado Castilho de que o governo brasileiro enviaria a documentação necessária.
- Podem instalar 500 CPIs que, se não resolver o impasse entre o governo americano e o nosso, só conseguiremos desgastes políticos - alertou.
A senadora citou matéria do jornal Correio Braziliense em que um deputado distrital é acusado de realizar transferência de cerca de US$ 250 mil para uma agência do Banco Real em Miami. Ela disse que o deputado explicou que sua família viveu em Miami por 10 anos e por isso precisou fazer as transferências de dinheiro.
- Sem a quebra de sigilo das contas nos Estados Unidos, serão levantadas insinuações como esta e ninguém poderá provar nada. CPI brasileira não quebra sigilo nem rastreia conta nos Estados Unidos. Se não desatarmos este nó, não adianta fazer mais nada - afirmou.
Ideli sugeriu que seja realizada uma reunião entre os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, todos os líderes partidários das duas Casas e os responsáveis pela investigação no governo para decidirem se a CPI deve ser instalada ou não.
O senador Almeida Lima (PDT-SE) sugeriu que a CPI poderia ser o caminho para conseguir a documentação que embasaria o pedido de quebra de sigilo bancário nos Estados Unidos. O senador Romeu Tuma (PFL-SP) revelou conversa que teve com delegados da PF, quando soube que o impasse entre EUA e Brasil é mais jurídico do que político, pois as legislações americana e suíça exigem provas para quebrar sigilo bancário. O senador Paulo Paim (PT-RS) sugeriu a instalação de uma CPI mista em que a Presidência seria ocupada pela Câmara dos Deputados e a relatoria seria dada a Ideli Salvati.
10/06/2003
Agência Senado
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