Ideli repudia vazamento de informações e quebra ilegal de sigilo
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) criticou nesta segunda-feira (20) o vazamento de informações sigilosas coletadas pelas comissões parlamentares de inquérito, mas cobrou coerência dos parlamentares, pedindo que todos fiquem indignados quando esses vazamentos também atingirem pessoas ligadas ao governo.
- Todo vazamento e quebra ilegal de sigilo deve ser combatido. Infelizmente, há dois pesos e duas medidas: quando os atingidos são pessoas do governo, parece não haver problema - ironizou a senadora.
Ideli referia-se às críticas feitas por vários parlamentares que reclamaram da divulgação de extratos bancários do caseiro Francenildo Santos Costa, caseiro que acusou o ministro Antonio Palocci de ter freqüentado a mansão em Brasília onde seus ex-assessores, suspeitos de tráfico de influência, se reuniam. De acordo com os extratos, Francenildo teria recebido depósitos que totalizam R$ 38 mil nos últimos três meses. A senadora lembrou que quando foram divulgados trechos dos depoimentos sigilosos de Rogério Buratti e do presidiário Toninho da Barcelona, não houve reclamações contra esses vazamentos.
Liminar
A senadora também destacou em Plenário trecho da liminar concedida na semana passada pelo ministro do STJ Cézar Peluso, suspendendo o depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa, que acusa o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de freqüentar a mansão em Brasília onde seus ex-assessores faziam partilha de dinheiro supostamente obtido com tráfico de influência.
No trecho destacado por Ideli, o ministro justifica a concessão da liminar dizendo que a CPI dos Bingos não pode apurar denúncias que não tenham relação com a investigação das casas de jogos, pois "qualquer notícia ou reportagem sobre corrupção poderia ser abrangida como alvo dessa CPI, a qual se transformaria numa Comissão Geral de Investigação da República ou reviveria órgão análogo de épocas de autoritarismo".
- A liminar deixa no ar que determinado tipo de procedimento, afrontando a Constituição e desfocando fato determinado, se assemelha ao que fazia a Comissão Geral de Investigação na época da ditadura - afirmou Ideli.
20/03/2006
Agência Senado
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