Ideli substitui Paim na comissão do salário mínimo
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), distribuiu na tarde desta sexta-feira (7) nota oficial em que explica a substituição do senador Paulo Paim (PT-RS) na Comissão Mista do Salário Mínimo. Segundo a senadora, tanto ela como o líder do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), resolveram nomear para a Comissão Mista do Salário Mínimo "representantes que defendessem a posição do governo".
Conforme é dito na nota, a nomeação dos novos representantes deu-se após acordo entre a base do governo e a oposição para desobstruir a pauta na Câmara dos Deputados em troca da instalação da comissão. Esta não poderia funcionar devido a problemas regimentais - um deles é que, sendo comissão mista, não poderia ter como presidente e vice dois senadores. Um dos dois cargos deveria ser preenchido por deputado.
A ser seguido o tradicional critério de nomeação automática, os representantes do PT e do bloco de apoio ao governo seriam a própria Ideli Salvatti e os senadores João Capiberibe (PSB-AP) e Duciomar Costa (PTB-PA), como titulares, e os senadores Roberto Saturnino (PT-RJ), Ana Júlia Carepa (PT-PA) e Flávio Arns (PT-PR) como suplentes. Na quarta-feira (5) pela manhã, antes da reunião da comissão considerada por Ideli "irregular e surpreendente", a senadora Ideli trocou o nome de Capiberibe pelo de Paim, segundo ela, a pedido do senador gaúcho.
"Isso ocorreu antes da instalação inédita de uma comissão para deliberar sobre medida provisória, fato que criou um problema político", diz Ideli na nota. E completa: "depois do acordo entre as lideranças da Câmara e Senado, resolvemos nomear representantes que têm a defesa do governo nessa questão polêmica como prioridade e que estivessem presentes em Brasília". Ainda segundo a nota, "tudo isso foi explicado ao próprio Paim, em outra reunião".
De acordo com a nota, após o acordo entre oposição e base, permitindo o funcionamento da comissão mista, a líder indicou, para titularidade, o seu nome, o de Tião Viana (PT-AC) e o de Sibá Machado (PT-AC). Os suplentes são Fátima Cleide (PT-RO), Roberto Saturnino (PT) e Fernando Bezerra (PTB).
- Não foi uma decisão isolada. Eu e o Arlindo tiramos uma estratégia comum - salientou Ideli.
De acordo com a assessoria de imprensa de Paim, ele soube da decisão na noite de quinta-feira (6) pelo presidente do Senado, José Sarney.
- Estou chocado. Sempre fiz parte de todas as comissões em que se discutiu o salário mínimo. Tenho a impressão é de que não querem que a gente faça um bom debate - afirmou Paim.
O senador disse que pretende ignorar o ato da líder e continuar participando da discussão na comissão, mesmo sem direito a voto.
- Estarei em todas as reuniões, sentado à mesa. Estou sendo tolhido no meu direto de participar - protestou.
Segundo o senador, caso o PT feche questão em torno dos R$ 260, ele votará contra.- O PT tem todo o direito de encaminhar pedido para minha expulsão. Não tenho nenhum problema em seguir o meu caminho - afirmou.
07/05/2004
Agência Senado
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