Impasse entre Governo e prefeituras mantém farmácias de manipulação fechadas
Prefeitos, Secretários de Saúde, técnicos e parlamentares discutiram em audiência pública da Comissão de Saúde, na manhã de hoje, a situação das farmácias de manipulação e dos laboratórios municipais.
O secretário substituto da Secretaria de Saúde do Estado, Gilberto Barrichello, afirmou que das 40 farmácias que existem, 24 foram fechadas por não terem condições de funcionamento. "O que nós precisamos é criar uma consciência técnica de que não podemos produzir medicamentos, sem nenhuma garantia de qualidade, colocando em risco a saúde da população", disse.
A diretora da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde, Jamaira Moreira Giora, disse que foram encontradas irregularidades nos estabelecimentos visitados. "Encontramos problemas de embalagem, peso, volume, aspectos e homogeneidade dos produtos", afirmou.
Em contrapartida, o prefeito de Santa Cruz do Sul, Sérgio Moraes, repudiou estas afirmações dizendo que a farmácia que foi fechada em sua cidade, produzia medicamentos de qualidade. "Venho pedir socorro a este Parlamento, para que a população carente de Santa Cruz, não sofra ainda mais, por falta de medicamentos", protestou.
O presidente da Comissão, deputado Eliseu Santos (PTB), afirmou que o objetivo deste órgão não é autorizar a abertura de farmácias. "Nós abrimos o diálogo entre o Governo do Estado, os prefeitos e as farmácias, vamos discutir amplamente este problema e com certeza encontraremos uma solução viável para todos", concluiu.
Segundo o vice-presidente da Comissão, deputado José Farret (PPB), o que o Governo quer é tirar das prefeituras as farmácias de manipulação para construir laboratórios regionais do Lafergs.
Para o deputado Francisco Appio (PPB), o Estado está impedindo que milhões de gaúchos tenham acesso a medicamentos de menor custo. "Não podemos assistir de braços cruzados o fechamento das farmácias de manipulação", alertou.
04/11/2001
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