Indiciado assassino de promotor






Indiciado assassino de promotor
O empresário Luciano Farah, que confessou ser o mentor do assassinato do promotor mineiro Francisco José Lins do Rego, será indiciado por homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha. Farah, preso em uma casa de detenção de Belo Horizonte, assinou sua confissão ontem.

A polícia descobriu que o empresário, um dos donos da rede de postos de combustíveis West, da capital mineira, adulterava gasolina, vendendo o produto com até 35% de solvente. O promotor Lins do Rego investigava a formação de cartéis de postos e outras irregularidades, como a adulteração dos combustíveis.

Cristiano Farah, irmão de Luciano, também está preso por participar da quadrilha. O policial militar Édson Nogueira Souza, apontado por Luciano como o homem que disparou mais de dez tiros contra o promotor, também está preso.
Ele deverá ser julgado por homicídio qualificado caso sua participação no crime seja comprovada. Souza ainda não confessou o assassinato.


Chile pede extradição de seqüestrador de Olivetto
O governo do Chile pediu a extradição de Mauricio Hernández Norambuena, líder da quadrilha que seqüestrou o publicitário Washington Olivetto. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio Mello, disse ontem que, se o pedido fosse feito, seria aceito.
Marco Aurélio Mello acredita que o STF deve deferir o processo, já que o seqüestrador Norambuena é acusado do mesmo crime no Chile e está condenado à prisão perpétua. Mas a decisão final sobre o destino do seqüestrador caberá ao governo federal.

As autoridades chilenas fizeram a solicitação à ministra Sonia Araneda. O trâmite foi realizado em sigilo pelo chefe da divisão jurídica do Ministério do Interior, Carlos Mackenney.
Nos próximos dias, Sonia Araneda deverá analisar a petição para decidir se enviará os antecedentes criminais do seqüestrador à Justiça brasileira.
O pedido de extradição diz respeito apenas a Norambuena, conhecido como "comandante Ramiro". O Ministério informou que se os outros cinco seqüestradores presos tiverem penas pendentes no Chile, o pedido será estendido a eles.
Integrantes da polícia chilena virão ao Brasil para acompanhar as investigações sobre o seqüestro de Olivetto. Os policiais poderão dar mais detalhes sobre os seis estrangeiros, alguns com identidade chilena.

Publicitário estava em lista
O seqüestrador Mauricio Hernández Norambuena afirmou que seu grupo tinha uma lista com nomes que poderiam ser alvos do crime no Brasil.
"O Mauricio me disse que de fato havia uma listagem, com o nome de Olivetto, mas não quis informar quem eram os outros", afirmou Wagner Giudice, da Delegacia Anti-Seqüestro.
"Escolhemos Olivetto porque achamos que era melhor", disse o seqüestrador, segundo o delegado.

Transferência para presídio
Dois seqüestradores do publicitário Washington Olivetto foram transferidos do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) para a Casa de Custódia de Taubaté (a 130 quilômetros de São Paulo).
O chileno Mauricio Hernández Norambuena, líder do grupo, e outro seqüestrador, identificado como Ruben Oscar Sanchez, foram levados para o presídio, considerado de segurança máxima.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não informou onde estão detidos os outros quatro seqüestradores, presos em uma chácara em Serra Negra (a 150 quilômetros de São Paulo), na última sexta-feira. Olivetto foi encontrado no dia seguinte, sábado, às 22h40.


Polícia derruba helicóptero da polícia em presídio paulista
Responsável pela vigilância em uma das torres da Penitenciária 2 do Complexo de Hortolândia, São Paulo, um soldado da Polícia Militar cumpriu à risca a ordem do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de atirar contra qualquer helicóptero que se aproximasse demais do presídio. Por volta das 7h50 de hoje, o soldado atirou contra um helicóptero que alcançava as dependências do Complexo. Era o helicóptero da PM, o Águia 4.

Atingida no tanque por tiros de fuzil, a aeronave ocupada por quatro policiais teve de fazer um pouso forçado próximo ao presídio. Ninguém ficou ferido. Ao obedecer a ordem do governador, o soldado que fazia a vigilância atirou duas vezes, temendo um resgate aéreo de presos, como o ocorrido no dia 17 do mês passado, em Guarulhos.

Na época, quatro PMs foram afastados por não terem impedido a fuga. O resgate provocou a determinação pública de Alckmin para que os policiais atirem quando houver aproximação de helicópteros não-autorizados.
O helicóptero tinha ido até Hortolândia para apoiar a escolta de 160 presos, transferidos do Complexo Penitenciário para cadeias nas cidades de Dracena e Pracinha. A falha de comunicação pode ter ocorrido, conforme a PM, porque a operação era sigilosa. A área foi isolada, pois os 5 mil litros de combustível poderiam provocar explosão ou incêndio de grande porte.


Postos de Goiás serão punidos
A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda emitiu parecer ontem recomendando a condenação do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Goiás, por induzir a uniformização dos preços de venda de gasolina, álcool e diesel. Segundo o secretário Cláudio Considera, o parecer prevê multa para os postos e reforça o processo já em tramitação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica.


Transbrasil já está proibida de voar
O Departamento de Aviação Civil (DAC) suspendeu o certificado que habilita tecnicamente a Transbrasil a voar, mas aceitou prorrogar, até dia 14, o prazo para que a administração da empresa apresente um novo plano. Na prática, caso consiga resolver seu imbróglio acionário e levante os recursos necessários, a empresa deverá ficar fora de operação por prazo de 30 a 45 dias, tempo necessário para que corrija os problemas detectados pelo DAC


Dengue faz até rei Momo emagrecer
Quase que o rei Momo do carnaval carioca perde o emprego. Em 10 dias de cama, abatido pela dengue, Alex Oliveira, 29 anos, perdeu cinco dos seus 140 quilos mas não perdeu a majestade. "Como pode um mosquitinho de um grama derrubar um homem de 140 quilos?", brinca o Momo, ao retomar nesta segunda-feira o trabalho. A doença fez o símbolo do carnaval carioca cancelar vários compromissos que fazem parte do seu contrato com a Riotur, fato inédito em sua carreira de seis anos no cargo. Mas daqui para a frente, promete ele, é só alegria.


Artigos

Discursos próximos
Cláudio Lysias

O Fórum Econômico Mundial, em Nova York, e o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, quem diria, tiveram mais coisas em comum do que se poderia imaginar. O discurso do secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, por exemplo, levantou a suspeita de que ele, George W. Bush e os assessores mais próximos do presidente não falam mais a mesma língua. Powell anunciou que os Estados Unidos vão liderar uma luta mundial contra a pobreza para vencer o terrorismo e que é preciso “pôr novamente esperança no coração das pessoas”. Nada mais Fórum Social do que isso.

Três dias depois, na última segunda-feira, Bush pedia ao Congresso um aumento de US$ 48 bilhões nas verbas do Pentágono e acenava com a possibilidade das despesas adicionais serem financiadas com o dinheiro liberado por cortes na área social e de infra-estrutura. Anunciou também cortes nas verbas destinadas ao meio ambiente. Nada mais Bush e Guerra Fria do que isso.

Está certo que discursos são discursos, e é enorme a distância entre intenção e gesto nos discursos de autoridades. Powell deixou claro que olha o mundo com outros olhos, bem diferentes dos olhos do presidente Bush. Es te, porém, dispõe de verbos e verbas mais concretas, para desespero dos que acreditavam que os Estados Unidos haviam aprendido algo com os atentados e 11 de setembro e a solidariedade que receberam de todos os cantos do planeta, a maioria mais próxima da visão de Powell do que de Bush.

Em Porto Alegre, sem o francês José Bové e seus shows de radicalismos inconseqüentes (existem os conseqüentes?) e bobagens explícitas, os convidados buscaram debater os problemas da globalização com um certo ar novaiorquino, mais profissional, com menos som e fúria do que no ano passado. Muita gente não gostou disso. Teve gente que gostou menos ainda das críticas do professor norte-americano Michael Hardt, co-autor de Império, uma espécie de bíblia dos movimentos antiglobalização, ao uso eleitoral do Fórum Social pelo Partido dos Trabalhadores. Para Hardt, essa mistura de campanha política de um partido com eventos do Fórum poderia desqualificar toda a reunião. As críticas de Hardt mostraram que ainda há gente séria e independente pensando as grandes questões, mesmo que suas opiniões sejam, aqui e ali, mais destinadas ao consumo rápido.

Os dois fóruns dificilmente terão efeitos práticos a curto prazo. Mas os debates sobre pobreza e miséria, em Nova York, e as vozes que surgiram em Porto Alegre para afirmar que a globalização não é só um produto do diabo (leia-se Estados Unidos), trazem nova onda de otimismo para o palco das discussões. Os dois fóruns, porém, ainda praticaram, em vários momentos, o chamado “pensamento único” e possuem grupos que gostariam de ficar, em Nova York e Porto Alegre, repetindo as velhas teorias e as eternas convicções. O contraditório, para essas pessoas, é inútil. Democracia, infelizmente, não é o forte em reuniões em que predominam poderosos argumentos à direita e à esquerda, cada corrente querendo provar que tem a razão única e que possui as fórmulas mágicas para salvar o mundo. Eles têm, na verdade, fórmulas nada mágicas para afundar (ainda mais) o mundo.


Editorial

Aprovação popular

A Exata Opinião Pública divulgou resultado de uma pesquisa sobre a Lei Seca, medida que proíbe os bares de vender bebidas alcoólicas depois de determiandas horas, nas cidades que já a adotaram. Consultadas 2.500 pessoas, entre os dias 22 e 27 de janeiro, 85% se pronunciaram a favor e 11% contra, com 4% de abstenções. Os maiores índices de aprovação se concentraram em Taguatinga, Paranoá e Núcleo Bandeirante.

A Lei Seca é uma medida rigorosa adotada para combater uma situação gravíssima: a associação, cada vez maior, entre ocorrências policiais e abuso do álcool. Não é nenhuma surpresa, portanto, que as polícias civil e militar já tenham constatado uma redução, até 80%, no número de ocorrências nas cidades que proibiram os bares de vender bebidas após as 22h, nos dias de semana. A medida, sim é rigorosa, mas os números e o apoio da população a justificam.

A melhor notícia, porém, é que o Lago Sul e o Plano Piloto já se preparam para restringir a venda de álcool em alguns lugares. O Lago vai proibir a venda nos postos de gasolina, enquanto o Plano Piloto faz uma análise das quadras onde os índices de violência são maiores.


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02/06/2002


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