Integração sul-americana é a resposta ao novo cenário internacional, diz embaixador indicado para o Peru



A integração da América do Sul será a melhor resposta do Brasil ao novo cenário internacional, disse nesta quinta-feira (20) o embaixador nomeado para o Peru, ministro de primeira classe Jorge D"Escragnolle Taunay Filho, cuja indicação recebeu parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). E o Peru, informou, pode ser considerado um dos países "mais entusiastas" com o processo de integração.

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A defesa da aproximação com os países vizinhos foi feita por Taunay como resposta a um questionamento formulado pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) a respeito do papel do Brasil no momento em que surgem novos pólos de poder no mundo, como China, Rússia e Índia. O governo do Peru está negociando um Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos, lembrou o diplomata, mas encontra-se em "franco processo de aproximação" com o Brasil.

- Embora tenham prioridades diferentes, os peruanos estão conscientes de que a integração é a resposta ao atual momento internacional - disse Taunay, cuja indicação teve como relator ad hoc o senador Edison Lobão (DEM-MA).

Encontram-se atualmente em estudos, disse o embaixador, cinco eixos de transporte ligando os dois países e permitindo o trânsito do Atlântico ao Pacífico, por meio de hidrovias, rodovias e ferrovias. Além disso, acrescentou, já existem investimentos de US$ 2 bilhões de empresas brasileiras no Peru, sem contar outros US$ 2 bilhões que deverão ser investidos apenas pela Petrobras até 2011.

Ásia

Duas outras mensagens receberam parecer favorável da CRE. Elas contêm as indicações do ministro de primeira classe Alcides Gastão Rostand Prates para embaixador nas Filipinas e do ministro de segunda classe João de Mendonça Lima Neto para o cargo de embaixador junto ao Vietnã. As mensagens tiveram como relatores, respectivamente, os senadores Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) e Maria do Carmo Alves (DEM-SE).

Atual embaixador em Hanói, capital do Vietnã, Prates ressaltou a importância da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), da qual fazem parte tanto o próprio Vietnã como as Filipinas, seu próximo posto. A associação, a seu ver, permitiu a criação de uma "nova identidade" para os pequenos países asiáticos, em relação a vizinhos como a China.

Atual cônsul em Xangai, Lima Neto disse que o Vietnã oferece grandes oportunidades econômicas, além de haver se tornado um "modelo de desenvolvimento". O forte crescimento econômico do país, que atualmente oscila entre 7% e 8% ao ano, deve-se, segundo o embaixador indicado, a uma série de reformas iniciadas em 1986, com a abertura de sua economia. Atualmente, relatou, 56% das exportações do Vietnã são feitas por meio de empresas multinacionais instaladas no país.

Lima Neto disse ainda que o Vietnã tem um "evidente" interesse pelo Brasil. E recordou uma declaração recente do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, segundo a qual a Ásia será a prioridade da política externa brasileira em 2008.



20/09/2007

Agência Senado


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