Iris de Araújo questiona democracia brasileria
A senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) questionou nesta sexta-feira (27), em Plenário, se o Brasil pode ser considerado uma verdadeira democracia, em virtude de problemas como a manutenção da prática de tortura por parte do aparelho policial, denunciada nesta semana em relatório da Anistia Internacional.
- No Brasil, o aparelho policial torturar é fato corriqueiro - lamentou a senadora, ao citar caso recente ocorrido em Goiás, em que um inocente foi torturado até a morte por policiais.
Iris afirmou que vem de um passado de lutas contra a ditadura militar e questionou se é possível chamar de democracia um país onde muitas pessoas têm acesso restrito à comida, ou em que pessoas mais velhas enfrentam filas para pegar minguada aposentadoria ou ainda em que crianças, que deveriam estar nas escolas, ficam vagando pelas ruas pedindo esmolas nos sinais.
Hoje, destacou a senadora, não só crianças vivem de esmolas, também idosos abordam os carros nos sinais de trânsito. Além disso, observou, brasileiros vivem em casas feitas de papelão, cobertas de plástico. -Não vivemos realmente em uma democracia-, afirmou Iris.
Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) elogiou a sensibilidade da senadora, destacou que a tortura hoje atinge pessoas pobres e presas e afirmou que a grande vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a de ter origem humilde e assim poder entender melhor os sentimentos das pessoas que sofrem pelas privações materiais.
Também em aparte, o senador João Batista Motta (PPS-ES) associou-se às preocupações da senadora. Motta disse que o país tem melhorado, mas ainda há muito a se fazer. O senador sugeriu a isenção de tributos sobre gêneros alimentícios. -Um governo popular como o de Lula deveria contemplar na reforma tributária a desoneração de alimentos-, afirmou.
27/06/2003
Agência Senado
Artigos Relacionados
Iris de Araújo se despede do Senado
Garibaldi homenageia Iris de Araújo
Iris de Araújo lança livro no Senado
Iris de Araújo defende negociação de reforma
Iris de Araújo premia Emilia Fernandes
Iris de Araújo critica onda de denuncismo