JADER ADMITE MUDANÇAS.NAS REMESSAS PELAS CC-5
O senador Jader Barbalho (PA), líder do PMDB no Senado e autor do requerimento de criação da CPI do sistema financeiro, admitiu nesta segunda-feira (dia 7), em entrevista à imprensa, que a comissão de inquérito deverá propor mudanças nos critérios para remessa de dinheiro para o exterior pelas chamadas contas CC-5 do Banco Central. - Não acredito que seja o caso de se acabar com as CC-5, mas deve haver alguma alteração para permitir ao governo maior controle nessas remessas de divisas. Como é que apenas uma empresa de factoring remete R$ 1 bilhão para o exterior e ninguém pergunta nada, nem a origem do dinheiro? - afirmou Barbalho.Em seu depoimento à CPI, na última quarta-feira (dia 2), o procurador da República Celso Antônio Três, que investigou as CC-5, afirmou que, dos mais de R$ 100 bilhões enviados ao exterior nos últimos 7 anos, pelo menos a metade pode ter origem ilícita - contrabando, tráfico de drogas, caixa dois de empresas. O procurador disse ainda aos senadores que o Banco Central foi omisso na fiscalização do envio desse dinheiro para o exterior. Jader Barbalho acha que o Banco Central, no mínimo, deve mudar sua posição e ficar atento às remessas de maior valor para outros países, pelas CC-5. "Primeiro, vamos ouvir o outro lado sobre essa história. Vamos ouvir o que tem a dizer as autoridades do governo e aí pensaremos no que fazer". O líder peemedebista considerou "interessante" a proposta do senador Roberto Requião (PMDB-PR) de se centralizar no Banco do Brasil todas as operações com as CC-5, um caminho para, no mínimo, reduzir as fraudes.Sobre a decisão do ministro Celso de Mello, do STF, de que CPI não pode pedir de forma vaga busca e apreensão em residência de suspeito, Jader Barbalho disse que pretende ler detalhadamente a manifestação do ministro antes de qualquer opinião. Questionado por jornalistas, no entanto, afirmou que o ministro do STF se baseou na Constituição e, se for o caso, caberá ao próprio Congresso mudar a Carta para que as CPIs possam trabalhar melhor em suas investigações. "A CPI vai examinar a manifestação do ministro Celso de Mello para ver se cometeu algum equívoco", acrescentou.
07/06/1999
Agência Senado
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