Jader admite renunciar ao mandato



O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) admitiu nesta quarta-feira (dia 26), pela primeira vez, renunciar ao mandato. Ele se disse vítima de vingança política, decorrente das disputas que travou com o ex-senador Antonio Carlos Magalhães. Nesta quinta-feira, às 9h, o Conselho de Ética se reúne para votar o relatório dos senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Péres (PDT-AM) que pede a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra Jader. O ex-presidente do Senado desqualificou o trabalho de investigação promovido pelo conselho.

- Estou meditando sobre isso (a renúncia). A palhaçada é tão grande que nem eles conseguem esconder. O próprio relatório (do senador Osmar Dias, na Comissão de Constituição e Justiça) já coloca isso como ameaça: ou você se entrega ao julgamento político ou corre o risco de perder o mandato - criticou Jader.

A avaliação dominante no Senado é de que após a abertura de processo por quebra de decoro não há mais possibilidade de renúncia, sob pena da perda dos direitos políticos. O senador paraense garantiu que comparecerá à reunião para dizer que não há qualquer prova contra ele.

- Qual foi o meu crime? Dizer que é improcedente a acusação que me fazem ? - questionou o senador. Jader disse que os membros do Conselho de Ética pretendem substituir o Judiciário, que analisa o desvio de recursos do Banpará. "Eles já concluíram que menti e infringi o decoro parlamentar", frisou.

Jader insistiu na necessidade de depor no conselho antes da votação do relatório. "Quem me ouvir vai ver que estamos diante de uma fraude, porque não existe nenhum dado concreto que prove que menti", afirmou. O senador comparou o trabalho do Conselho de Ética aos processos contra os presos políticos durante o regime militar, "quando adulteravam documentos, colocavam pessoas no pau-de-arara (instrumento de tortura)".



26/09/2001

Agência Senado


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