Jader Barbalho diz que está sendo vítima de uma farsa



Defendendo-se por uma hora e meia na reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar na manhã desta quinta-feira (dia 27), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) refutou todas as denúncias que pesam sobre ele e disse que tem sido vítima de uma farsa montada para liquidá-lo politicamente desde que resolveu enfrentar o ex-senador Antonio Carlos Magalhães em abril do ano passado. Jader negou que tenha mentido ao Senado e citou relatórios de órgãos oficiais que o isentam de qualquer participação nos desvios do Banco do Estado do Pará quando era governador do estado - entre 1984 e 1988.

- Dizem que eu estou mentindo apenas por defender-me utilizando documentos expedidos pelo Banco Central, pela Procuradoria Geral da República e pelo Banpará que me inocentam. Todos os relatórios dizem a mesma coisa, ou seja, que não foi possível encontrar-se nenhuma prova robusta que pudesse indicar minha participação em irregularidades do Banpará - afirmou o senador.

Jader reclamou do fato de os senadores do conselho não permitirem a realização de perícia nos documentos do relatório e disse que isso também era resultado de um grande complô para desmoralizá-lo. "Quem tem medo de Virginia Wolf ?", perguntou o senador, citando livro da autora de mesmo nome, afirmando que todos os senadores do conselho que estavam contrários a ele teriam medo da verdade, ou seja, dos resultados da perícia.

- Estou sofrendo um massacre, com a participação dos meios de comunicação, a que nenhum homem público foi submetido até hoje e se o conselho votar a abertura de processo contra mim irá entrar para a história como tendo participado de uma montagem de vingança política - declarou o senador, alertando para a possibilidade de mover ações na Justiça contra aqueles que chamou de seus "caluniadores".

O senador utilizou-se ainda de trechos de falas dos senadores favoráveis à abertura de processo contra ele em que, segundo disse, constavam palavras que corroboravam a idéia de sua inocência. Os senadores citados, no entanto, negaram que Jader tivesse lido a íntegra dos pronunciamentos.

- Eu não permitirei que o senador Jader faça com as minhas palavras o que fez com o Banpará. Ele roubou o banco, mas não vai roubar minhas palavras - avisou Heloísa Helena (PT-AL).

Ao final da reunião, Jader fez comentários duros sobre um dos relatores do processo, senador Romeu Tuma (PFL-SP), o qual se recusou a responder ao senador paraense. O senador Geraldo Althoff (PFL-SC) leu moção de apoio do partido ao senador Tuma e contrária às provocações de Jader.

27/09/2001

Agência Senado


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