Jader quer CPI ampla, incluindo outras pendências na área bancária



O presidente do Senado, Jader Barbalho, manteve nesta segunda-feira (dia 12) sua posição de admitir a possibilidade de criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar denúncias de irregularidades na área bancária, mas incluindo "o esclarecimento de várias pendências na mesma cesta". Ele citou os episódios da "pasta cor-de-rosa" do Banco Econômico, das contas fantasmas do Citibank em Salvador e do desvio de US$ 300 milhões pela construtora OAS para contas na Suíça e nas Ilhas Virgens Britânicas, além do caso do Banpará.

Jader caracterizou a denúncia sobre a OAS como "um dos maiores escândalos da história do judiciário no Brasil", pelo total de evasão de divisas que teria ocorrido: "está tudo documentado, há cinco anos o processo tramita pela justiça federal de São Paulo e os acusados sequer foram ouvidos". Tudo começou com a prisão do diretor internacional da empresa, José Ramos Gigante, que estava de posse de documentos comprovando os depósitos no exterior.

O presidente do Senado destacou, porém, que a formação da CPI é uma decisão que cabe às lideranças políticas e que não tomará a iniciativa de propô-la; apenas dispôs-se a aceitá-la, por julgar que suas reiteradas explicações sobre o caso do Banpará não foram suficientes: "se tudo que já apresentei não basta, estou sugerindo, raciocinando sobre a hipótese da CPI" - esclareceu.

O senador afastou a possibilidade de que sua atitude contrarie o aviso do presidente Fernando Henrique aos aliados de que uma proposta de CPI seria deslealdade, lembrando que "nenhum dos casos levantados se refere ao governo".

Na avaliação de Jader, o ressurgimento do caso Banpará é uma conseqüência de sua eleição para a presidência do Senado. Ele destacou que o assunto já foi apurado no estado em 1990 e, em 1996, o Banco Central deixou claro que não existe nada a seu respeito. As investigações feitas pelo governo na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) também são aguardadas por Jader Barbalho com muito interesse. "Estou ansioso para verificar se meu nome, que foi levianamente envolvido em todo esse episódio da Sudam, será citado uma vez sequer", explicou. Ele revelou que vai pleitear, depois dessa varredura na Sudam, "que o presidente da República não deixe de fazer uma varredura idêntica na Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste)".

Jader considera oportunas essas varreduras, notadamente quando se planeja uma mudança na política de incentivos fiscais. Na sua avaliação, os eventuais erros desses órgãos são estruturais. Ele disse apoiar mudanças nessa área, desde que venham "melhorar a aplicação dos recursos dos incentivos".

Com relação à investigação sobre a possibilidade de violação do painel eletrônico de votação do Senado, Jader informou que "o inquérito prossegue, as perícias estão sendo realizadas e não há dificuldade".

Sudam

O senador não quis falar sobre as demissões na Sudam, alegando tratar-se de uma decisão administrativa do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra: "só o ministro pode falar a respeito de Sudam", concluiu.

12/03/2001

Agência Senado


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