Jader reassume presidência do Senado e anuncia renúncia para a próxima semana
O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) anunciou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (dia 13), estar reassumindo a presidência do Senado Federal, da qual estava licenciado desde o dia 20 de julho. Ao mesmo tempo, Jader comunicou que renunciará ao cargo até a próxima terça-feira (dia 18). Jader, no entanto, foi enfático ao declarar que não cogita renunciar ao mandato parlamentar.
O parlamentar pelo Pará deixou claro que a iniciativa de deixar a presidência do Senado foi uma decisão pessoal. Ele acredita que isso irá colaborar para a solução do impasse político iniciado por suas divergências com o ex-senador e ex-presidente da Casa Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). As divergências culminaram com a renúncia de ACM, como desdobramento do caso da violação do painel eletrônico do Plenário, e com a eleição de Jader para presidente do Senado.
Jader Barbalho informou ter determinado ao presidente de seu partido, o deputado Michel Temer (SP), que negocie politicamente a eleição do novo presidente do Senado junto com os presidentes e líderes dos partidos que compõem a maioria da base do governo (PMDB, PSDB, PFL e PPB).
A reunião entre os dois ocorreu na tarde desta quinta-feira no Palácio do Planalto, tendo como avalista do acordo o próprio presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. O presidente do Senado afirmou que não apontou e nem apontará nomes para substituí-lo, sendo a escolha de inteira responsabilidade do PMDB.
- Tenho meditado muito sobre este processo de natureza política. Sou político e tenho que analisar politicamente a questão. Sou presidente da instituição e tenho deveres para com ela. Criou-se um clima artificial e, com a minha iniciativa, demonstro apreço e respeito pelo Senado Federal. O cargo de presidente do Senado pertence ao meu partido e à instituição. É preciso deixar bem claro que fica garantido o espaço político e institucional do PMDB - disse o parlamentar.
Jader disse que não tomará nenhuma medida especial até a renúncia. Segundo ele, apenas aguardará o desfecho das negociações em torno do seu sucessor, cuja eleição ocorrerá cinco dias após sua saída do cargo.
Em relação ao relatório apresentado pelos senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Péres (PDT-AM), sobre o caso Banpará, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Jader afirmou ser esta "uma questão menor". O presidente do Senado disse que tratará do assunto, como senador, no momento oportuno. Ele também garantiu que não assinará o requerimento de abertura da CPI da Corrupção, pedida pelos partidos de oposição para investigar possíveis irregularidades praticadas durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso.
13/09/2001
Agência Senado
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