Jarbas defende inclusão de Tasso e Roseana nas prévias






Jarbas defende inclusão de Tasso e Roseana nas prévias
Peemedebista diz que inclusão de outros partidos nas prévias garantiria a unidade do palanque governista. Ele terá um encontro com o tucano e a pefelista para lançar movimento pela candidatura única da base aliada

BRASÍLIA - Os governadores de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), e do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), estão articulando um movimento em favor de uma candidatura única da base aliada na corrida presidencial do ano que vem. É este o principal objetivo do encontro que os três programam para a próxima terça ou quarta-feira.
Convidado a disputar as prévias eleitorais do PMDB com o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, Jarbas recusou e fez uma proposta alternativa: abrir as prévias ao PFL de Roseana e ao PSDB de Tasso. “Eu não posso me colocar nas prévias do PMDB agora porque sempre disse que qualquer candidato que sair das forças governistas não terá nenhuma chance se não tiver o apoio dos outros partidos da aliança”, explicou Jarbas. Por isso mesmo, ele está disposto a propor prévias interpartidárias a Roseana e Tasso esta semana, no encontro com os dois governadores.

Um dirigente do PSDB conta que Tasso está se articulando para manter de pé a aliança governista, mantendo contatos com o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que defende sua candidatura, e com Roseana. O assunto provoca arrepios no grupo de tucanos que defende a candidatura do ministro da Saúde, José Serra (PSDB), e não admite apoiar um candidato fora do PSDB. Mas até os chamados serristas admitem as consultas regionais a dirigentes do partido.

A cúpula do PSDB se preocupa com o crescimento do nome de Roseana no cenário político nacional. Mas a própria governadora mantém a defesa da aliança, convencida de que seu adversário é o PT. O raciocínio é o de que só quem tiver mais apoio entre os aliados terá condições de vencer o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Mais do que aproximar aliados, a idéia das prévias interpartidárias é a saída que setores do Governo e do PMDB vêem para se livrarem da candidatura de Itamar, que corre o risco de ser referendada pelo PMDB. A única saída para escantear o governador seria ampliar as prévias para os demais partidos da base, como sugere Jarbas. “As prévias são um instrumento democrático difícil de recusar”, concorda o peemedebista. Como estava fora do Recife no fim de semana, Tasso não conseguiu se comunicar com Jarbas. Mas, antes mesmo de receber o convite oficial para a reunião, ele se disse disposto a participar e antecipou a sugestão de abrir as prévias para que cada partido possa apresentar dois nomes na disputa.


PPS se reúne hoje em clima de guerra
A reunião da executiva estadual do PPS, hoje à noite, virá com a dura mensagem de que “roupa suja se lava em casa”. Parte da cúpula pós-comunista está disposta a dar um freio de arrumação e amenizar, pelo menos até o congresso estadual, a disputa entre o grupo do prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho, e os aliados do atual presidente do partido, Eduardo Carvalho.
“Não podemos nos dar ao luxo de perder quadros importantes como Fernando e Eduardo. O momento é de lutarmos por unidade, inclusive para oferecer maior sustentação à campanha de Ciro Gomes (à Presidência da República)”, afirmou Délio Mendes, integrante da executiva.

Mas fazer a paz no PPS não será tão fácil. O irmão de Bezerra Coelho, deputado Clementino Coelho, defende a intervenção da executiva nacional na direção estadual do partido e exige que Eduardo Carvalho reconheça “erros” da sua gestão. “O PPS em Pernambuco está realizando a marcha da insensatez e eu só vou deixar de lavar a roupa suja na rua se a atual gestão reconhecer que precisa se afastar. Essa foi a administração das sucessivas burrices e, se não houver uma análise profunda, uma retratação, continuaremos sendo dissidentes”, disparou.

Para se contrapor aos que apóiam Carvalho, Clementino é mais ácido. “Em Pernambuco, o PPS se resume ao prefeito Fernando Bezerra Coelho e ao senador Roberto Freire. O resto pode até ser projeto para alguma coisa futura, mas agora nenhum deles representa nada”. A expectativa dos mais moderados é antecipar o congresso estadual de dezembro para novembro e evitar maiores embates. “As discussões precisam ser trazidas para o âmbito do partido. É no congresso que essas pendências devem desaguar”, disse Délio Mendes.

CONTATOS – Com o objetivo de fortalecer a aliança das oposições, o pré-candidato majoritário do PT, Humberto Costa, reúne-se hoje com o presidente estadual do PDT, José Queiroz. A conversa deve ser uma das mais amenas, uma vez que o PDT não pensa em lançar candidato próprio ao Governo do Estado e é simpático à aliança com o PT. Humberto retomou os contatos com os demais partidos da oposição na semana passada. Já esteve com o senador Roberto Freire (PPS) e com o ex-governador Miguel Arraes (PSB).


PSDB e PPB selam chapinha para federal
Reunidos ontem à noite em um jantar oferecido pelo deputado Pedro Corrêa (PPB), integrantes das bancadas federais do PSDB e do PPB decidiram que não vão mesmo coligar com o PMDB e o PFL na disputa proporcional e selaram o acordo para formação de uma chapinha de candidatos a deputado federal. Não adiantou o apelo feito pelo governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) aos aliados em favor da unidade, como forma, inclusive, de garantir a sustentação da sua administração no próximo ano.

“É impossível não formarmos chapinhas. Isso é uma questão de sobrevivência política”, explicou o anfitrião Pedro Corrêa. Para ele, o governador está cumprindo seu papel ao tentar evitar a formação de coligações proporcionais isoladas, mas alguns parlamentares não querem se arriscar a coligar com partidos como o PFL e o PMDB por entenderem que a matemática eleitoral os prejudicaria e ameaçaria sua reeleição.

No jantar, representantes das duas legendas discutiram também a hipótese de reeditar a coligação PSDB/PPB na disputa pela Assembléia Legislativa. Na esfera estadual, porém, há mais candidatos que na federal. Por isso, Pedro Corrêa afirmou que é necessário estabelecer parâmetros para uma eventual coligação. “Vamos levar em conta quem tiver maior perspectiva de votos”, disse, acrescentando que, em alguns casos, o histórico do pretenso candidato também será levado em conta.

SUPRESA – Nem todos os integrantes da bancada do PSDB compareceram ao jantar na casa de Pedro Corrêa. Mas os parlamentares tucanos que participaram foram surpreendidos com outro tipo de discussão: os pepebistas anunciaram que esta semana deverão lançar o nome do ministro da Agricultura, Pratini de Morais (PPB-PR), como pré-candidato do partido à Presidência da República. “Pratini é o quadro mais preparado e não tem nada que macule a sua imagem”, afirmou o presidente regional do PPB, Severino Cavalcanti.


Suassuna pode receber hoje o convite de FHC para ministério
O PMDB aposta que começará a semana derrotando o PSDB na briga pela indicação do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) para o Ministério da Integração Nacional. “O presidente Fernando Henrique já avisou ao Ney que quer vê-lo nesta segunda-feira”, disse um dirigente do PMDB, certo de que haverá o convite oficial. Mas os tucanos mantêm a esperança de evitar a nomeação porque o horário da audiência não foi marcado.

O sinal de que o PMDB fincaria pé na indicação do senador paraibano foi dado na conversa de líderes do partido com FHC na semana passada. Para driblar as resistências do PSDB, que não se conforma em ver Suassuna fortalecido na disputa pelo Governo da Paraíba contra o tucano Cássio Cunha Lima, o presidente ofereceu o ministério ao líder do PMD B no Senado, Renan Calheiros (AL), que recusou.


Colunistas

Cena Política - Ciro Carlos Rocha

Assunto de família
A montagem das chapas proporcionais para 2002 repete um aspecto curioso: a cada eleição, crescem as candidaturas de parentes de políticos. No próximo ano, está prevista uma enxurrada delas. São filhos, esposas, irmãos, sobrinhos e outros familiares de deputados, prefeitos e caciques, de várias cores partidárias
Só para citar alguns casos, disputam a Assembléia as esposas dos prefeitos Fernando Rodovalho (Jaboatão), Yves Ribeiro (Igarassu) e Silvino Duarte (Garanhuns). Vão concorrer com filhos de José Aglailson (Vitória), Elias Gomes (Cabo), Paulo Afonso (São Bento do Una) e Francisco Simões (Petrolândia).
Ainda a título de exemplo, são candidatos os filhos dos deputados Severino Cavalcanti e Pedro Corrêa (do PPB), bem como de Inocêncio oliveira (PFL), que também apóia um sobrinho. Isso sem contar os vários casos nos quais o parentesco é mais distante. O que leva a indagar se, em tempos de globalização, a política pernambucana está muito distante da que era feita pelas oligarquias dos séculos passados.

O queridinho da torcida
Acumulando, há algum tempo, as presidências do Clube Náutico e do PTB, o deputado estadual André Campos diz que as duas atividades – futebol e política – são gratificantes. Mas apesar de ambas exigirem intensa dedicação, nem sempre o retorno é o mesmo. Afinal, quando estão em alta, os dirigentes de futebol contam pelo menos com o aplauso da torcida. Já os políticos...

Caça-fantasmas
Termina hoje o prazo para os funcionários inativos de Jaboatão fazerem seu recadastramento no DRH da Secretaria de Administração. O município tem cerca de 600 pensionistas, e a Prefeitura quer identificar possíveis servidores fantasmas. Quem não aparecer pode ficar sem salário.

Marketing
E por falar em Jaboatão, até no PT há quem reconheça que, pelo menos num ponto, o prefeito Fernando Rodovalho (PSC) vem dando um banho no petista João Paulo: o marketing. Tanto que está usando até espaço do aliado PPB na televisão, numa boa. Esse Rodovalho vai longe...

André de Paula quer abrir espaços na direção do PFL
Deputado federal licenciado, o secretário de Produção Rural, André de Paula defende a renovação da presidência regional do PFL, que ocupa há oito anos. Ele diz que a função é honrosa, mas acha que o partido precisa se oxigenar.

Lula Cabral vira tema de piadas dos colegas
Quando estava com um pé na oposição, o deputado Lula Cabral (ex-PFL) adiantou seu mote de campanha para 2002: “Agora é Lula lá, Lula cá, Lula em todo lugar”. Mas, no PMDB, terminou como o “Lula Já”, de Jarbas.

Festa da Uva
O prefeito de Lagoa Grande, Jorge Garziera (PMDB), está entusiasmado com a nova edição da Festa da Uva e do Vinho, que começa no dia 18. O evento tem apoio do Governo do Estado e Jarbas participará da abertura. Ex-socialista, Garziera entrou no PMDB pelas mãos de Cadoca.

PCdoB em Vitória
Em sintonia com o PSB, o PCdoB dá uma forcinha à gestão do prefeito José Aglailson em Vitória de Santo Antão. O novo presidente do partido no município é o secretário de Cultura de Aglailson, Antônio Arnaldo, o camarada que idealizou a Paixão de Cristo no Estádio Carneirão.
A vice-governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), escreveu a Marco Maciel (PFL) elogiando o folder, que recebeu do vice-presidente, sobre Integração Racial no Brasil. “Depoimentos como o de V.Exa fortalecem nossos passos para superar as questões que ainda impedem a construção de uma política de inclusão para nosso País”, disse Benedita.

À frente da Prefeitura do Recife até o dia 20, quando João Paulo (PT) volta da Europa, o vice-prefeito Luciano Siqueira (PCdoB) participa amanhã, em Brasília, da solenidade de lançamento do Programa Fome Zero, do Instituto de Cidadania do PT. O convite foi feito pelo próprio Lula.

Prefeitos de todo o Estado se reúnem hoje, na sede da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), para definir uma posição diante do Seguro-Renda, programa implantado pelo Governo Federal. Os prefeitos insistem na necessidade da construção de programas mais amplos e na intervenção direta do Governo estadual na questão da seca.

A polêmica da semana, na Câmara Federal, deve girar em torno da iniciativa de alguns líderes partidários de tentar revogar a lei, aprovada na semana passada, que institui o 13º salário para ex-parlamentares. Isso antes que as assembléias estaduais peguem o mote do projeto...


Editorial

Guerra do Apocalipse

A peste, fame et bello libera nos, Domine (Da peste, da fome e da guerra livrai-nos, Senhor) reza a velha Ladainha de Todos os Santos, da Igreja Católica Romana, composta na Idade Média. De lá para cá, séculos e séculos se escoaram, a saúde pública ganhou melhor tratamento, a produção de alimentos cresceu e multiplicou-se, o homem globalizou a Terra inteira, conquistou mares e montanhas, foi até a Lua, mas não conseguiu ainda acabar com a peste, as doenças, as epidemias, nem com a fome, nem com a guerra. Quando terminou a 1ª Guerra Mundial (1914-18), foi formada a Liga das Nações e acreditou-se que não haveria mais guerras. Elas continuaram, em menor escala, até rebentar a 2ª Guerra Mundial (1939-45). Finda esta, criou-se a Organização das Nações Unidas (ONU) e, mais uma vez, o mundo caiu na ilusão de que guerra nunca mais.

Veio a corrida armamentista insuflada pela chamada Guerra Fria. Vieram as guerras de libertação das colônias, as guerras neocolonialistas, para manter, por meios mais modernos, o domínio colonial.
Agora se desenha, a nossos olhos atônitos e sem perspectiva, o fantasma de uma terceira guerra de proporções globalizantes e apocalípticas: convencional, nuclear, química, bacteriológica, com tudo o que a humanidade criou contra a vida, contra si mesma. Parece que os povos oprimidos encontraram uma maneira de transformar sua miséria e fraqueza em armamento: a guerra bacteriológica mundializa a peste; a fome é o caldo de cultura para o ódio, o desejo de vingança.

E seria utópico, embora desejável, um wishful thinking, acreditar que as grandes potências mundiais vão sacrificar sua indústria bélica, seu consumo desbragado, sua dominação econômica e cultural, em proveito de uma paz mundial bem fundamentada e duradoura. Infelizmente, o que é mais provável é que, ainda uma vez, a guerra vença a paz.

Se o bom senso prevalecer dos dois lados, tanto melhor; do lado dos desenvolvidos e do lado dos pobres, dos atuais donos da guerra e dos terroristas, que estão prometendo tornar-se os senhores da guerra ao praticar formas de terror ‘de escala’ (como as do dia 11 de setembro em Nova Iorque e Washington), em vez de seus métodos, agora considerados toscos e primitivos, de ferir e desmoralizar o inimigo.

Enquanto isso, o mundo acompanha apavorado as primeiras escaramuças, se assim se pode dizer, desta guerra de fim do mundo, sem quartel e sem fronteira; e fica pensando como seria bom, se existir um dia, uma Terra sem guerra, sem opressores nem oprimidos, sem vencedores nem vencidos. Somente o dinheiro gasto para construir um tomahawk, desses que os americanos estão lançando às dezenas contra alvos no Afeganistão, daria para alimentar grandes populações de famintos, dar-lhes educação, saúde, casa, emprego, perspectiva de vida decente, digna, humana.

A suposta ‘inteligência’ de armas supersofisticadas é uma falácia. Consta que na campanha da Otan contra a Iugoslávia, essas armas, que, ao que se alega, têm ‘precisão cirúrgica’, teriam acertado somente 10% de seus alvos. Foram vítimas a Embaixada da China, um trem de passageiros, levas de refugiados. No Sudão, em represália antiterrorista, foi de struída toda a indústria farmacêutica do país. Na campanha atual, já morreram civis afegãos e funcionários da ONU e de ONGs.

Longe de nós comparar as forças armadas dos Estados Unidos, da Inglaterra, aos terroristas suicidas que lançaram aviões contra o World Trade Center e o Pentágono. O que queremos dizer, corroborando as observações acima sobre o caráter apocalíptico desta guerra, é que, assim como foram sacrificadas milhares de pessoas que não estavam em guerra, na tragédia americana do mês passado, milhares também foram, estão sendo e serão sacrificadas no Afeganistão, na Tchetchênia, na interminável luta entre palestinos e israelenses, no Vietnam, em Hiroshima e Nagasaki, em todas as guerras que os homens têm travado desde tempos imemoriais..


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10/15/2001


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