Jarbas rejeita aliança obrigatória no Estado









Jarbas rejeita aliança obrigatória no Estado
Decisão do TSE pode enfraquecer palanque do Governo, que perderá tempo na TV

O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) colocou-se, ontem, completamente, contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) obrigar os estados a reproduzir as alianças nacionais. "Eu sou contra mudança de regras em véspera de eleição. Antigamente se fazia muito isso, se mexia no calendário eleitoral às vésperas da eleição. É estranho que agora o TSE queira isso", declarou o governador. Ele salientou ser a favor da repetição das alianças nacionais nos estados, "mas desde que sejam fruto de negociações e não impostas de cima para baixo".

Segundo o DIARIO apurou, uma decisão neste sentido do TSE, que na próxima terça-feira baixa uma resolução a respeito, seria devastadora para o palanque jarbista. Primeiro, porque ele pode perder tempo no seu guia eleitoral, caso a unidade nacional do governo não aconteça. Se o senador José Serra (SP) for até o fim como candidato a presidente e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, se confirmar como presidenciável do PFL, o governador perderia o tempo do PSDB ou da Frente Liberal, dependendo com quem o seu partido, o PMDB, ficasse.

Se o PMDB fechar uma aliança com o governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, candidato do PSB, Jarbas perderia de uma só vez o tempo do PFL e do PSDB. Um segundo problema para o governador administrar seria a sua bancada de deputados estaduais e federais, porque pelo menos o PMDB e o PFL precisam de coligação - um para federal e outro para estadual - e Jarbas não teria como assegurá-la se esses dois partidos não tiverem o mesmo candidato a presidente.

O terceiro problema do governador seria com a sua chapa de candidatos a senador. Como ele faria uma campanha para o Senado apoiando o secretário de Projetos Especiais, Sérgio Guerra (PSDB) e o vice-presidente Marco Maciel (PFL) se os 3 não estiverem juntos no plano nacional? Afinal, tanto Roseana quanto Serra já disseram que vão até o fim como candidatos. É por isso que em Brasília já se fala que a melhor posição para o PMDB, na hipótese do TSE verticalizar as coligações nacionais, seria não apoiar nenhum presidenciável.

Jarbas ressaltou que o Art.16 da Constituição - fruto de uma emenda do ex-deputado Egídio Ferreira Lima - determina que qualquer modificação nas regras eleitorais tem que ser feita com um ano de antecedência. "Ora, se isso é um princípio maior para o legislador deveria ser também para o julgador. Se o TSE obrigar as alianças vai modificar amplamente a eleição" enfatizou Jarbas.

A decisão do TSE também causa um grande tumulto no PTB pernambucano, leia-se, na vida do senador Carlos Wilson. Ele deseja ser senador com na chapa do PT, mas pode ser obrigado a ser candidato a deputado federal numa chapa com o PDT e o PPS, se prevalecer o entendimento nacional em torno de Ciro Gomes.


Arraes e Garotinho tentam atrair o PMDB
O governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, o deputado federal, Eduardo Campos e o ex-governador Miguel Arraes, todos do PSB, estão articulando uma aliança com a cúpula do PMDB. Garotinho já confirmou sua participação na reunião marcada para amanhã, na sede do PMDB, em Brasília, com a direção nacional do partido. O ex-governador Miguel Arraes não confirmou presença, mas deu seu aval favorável para que as negociações avançassem.

O ex-secretário de Governo de Arraes, Dilton da Conti, informou que na última quinta-feira, o ex-governador conversou longamente com Garotinho, no Rio de Janeiro. No encontro ficou acertado que o pré-candidato do partido a presidência da República se encarregaria de conduzir o diálogo com o PMDB, em Brasília. "Arraes considerou que esse contado deveria ficar a cargo de Garotinho. Provavelmente ele não participará da reunião. Até porque não há nenhuma viagem de dr. Arraes marcada para quinta-feira", garantiu.

Como ainda não definiu se terá candidato próprio a presidência daRepública, o PMDB decidiu abrir o leque de negociações para todos os candidatos à presidência da República do PFL, PSDB, PPS e PSB. Em contrapartida, o partido não deverá abrirá mão de indicar o candidato a vice-presidente. O primeiro sinal de que a coligação PMDB/PSB não é surreal, foi dado pelo presidente nacional da legenda, o deputado Michel Temer.

Em entrevista a Agência Globo, o peemdebista assegurou que Garotinho é um candidato que está em ação. "Houve-se com freqüência que o segundo turno deverá ser decidido entre ele, Lula e Roseana. A aproximação do PMDB com Garotinho é perfeitamente possível e pode ser facilitada pelo entendimento que está havendo no Rio de Janeiro entre o governador e nossos companheiros de lá, principalmente, Moreira Franco", argumentou.

O deputado federal Eduardo Campos considera natural a aproximação do PMDB com o PSB nos estados. "Eles estão querendo conversar com todas as forças políticas. Na hora do crescimento de Garotinho, é normal que nos procurem para conversar. Emvários estados, a exemplo de Alagoas e Espírito Santo, os PMDB está formando aliança conosco", disse .


Ciro diz que Lula está enfraquecido
Presidenciável do PPS afirma que PT é "a oposição escolhida para perder"

O pré-candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, disse ontem no Recife que a candidatura de Lula (PT) está "isolada e enfraquecida" e tornou-se "a oposição escolhida para perder". Segundo ele, Lula e o virtual candidato do PSDB, José Serra, "são adversários numa simbiose", conceito que definiu como sendo "um tipo de parasitismo em que uma vida vive da outra; embora se antagonizando, uma depende da outra".

Argumentou que, "involuntariamente", o PT e Lula estariam "aperfeiçoando o jogo do sistema". É por não perceber isso, acrescentou, que o PT "pretende continuar teimosamente com o seu mesmo candidato de sempre, o seu mesmo não-programa de sempre, só que desta vez mais frágil do que nunca". Em cerca de uma hora de entrevista - concedida no Aeroporto dos Guararapes, onde fez escala antes de seguir para Campina Grande (PB) para cumprir compromissos políticos e dar palestra -, Ciro desferiu mais críticas a Lula e ao PT do que ao Governo federal.

Embora ressalvando que "é irresponsabilidade querer governar o Brasil sem alianças", apontou a "contradição" do PT - "que se comportou a vida inteira de forma sectária" - em buscar uma união com o PL. Condenou também as negociações do partido com líderes da Igreja Universal do Reino de Deus, cuja representação política integra hoje o PL. "Misturar partido político com igreja e religião é um retrocesso", criticou. Semana passada Lula e a direção nacional petista reuniram-se com o deputado federal "Bispo" Rodrigues (PL), um dos líderes da Igreja Universal.

SEM UNIDADE - "Todos nós aqui já ajudamos o PT. Agora chega", afirmou Ciro, ao enumerar o que considerou equívocos políticos do partido. Disse que em 1999 divulgou um documento propondo a união das forças de centro-esquerda, o PT elogiou mas "não deu um passo para que isso se viabilizasse". Criticou também o fato de, em 1992, após o impeachment do presidente Fernando Collor, o PT não ter aceitado apoiar o novo governo, liderado por Itamar Franco. "Recebemos um País em pandarecos. Eu cansei de procurar o Lula para mostrar-lhe que era uma irresponsabilidade deixar o País daquela forma. Cansei de mostrar para ele que o governo Itamar Franco tinha um desenho de centro-esquerda que a gente devia emular e ele simplesmente recusou-se a apoiar o governo", destacou Ciro, acrescentando: "É muita inconseqüência para querer continuar fazendo a mesma coisa. O País não aguenta mais. Agora está na hora de o PT ajudar o País".

Indagado se achava que uma forma de o PT "ajudar o País" seria retirando a candidatura de Lula, Ciro respondeu enfático: "Acho". Logo em seguida, porém, disse que o PT deveria "liderar um apelo à unidade da oposição e não nem (sic) retirar, mas não impor a candidatura do Lula". Adiantou que o PT e as forças de centro-esquerda deveriam "tentar convergir para um programa comum e ver qual a candidatura mais viável".


TSE acaba com coligações estaduais
Eleições de outubro terão que obedecer acordos feitos para a sucessão do presidente da República

BRASÍLIA - Por cinco votos a dois, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu ontem à noite que os partidos terão de seguir, também nas eleições estaduais, as mesmas coligações que fizerem para disputar a Presidência da República, no pleito de outubro.

A decisão do TSE de restringir as alianças estaduais às coligações acertadas à sucessão presidencial desarrumou a articulação dos partidos e pôs o Legislativo em rota de colisão com a Justiça, mas não surpreendeu os políticos.

Antes mesmo de conhecer a decisão do Tribunal, o Congresso já havia entrado em ebulição à tarde, depois que representantes de sete partidos de oposição (PT, PSB, PPS, PC do B, PL, PSC e PRTB) visitaram o presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, e ouviram dele que a mudança era iminente.

"A qualidade da democracia vai mudar", comemorou o autor da consulta ao Tribunal, deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). "Uma decisão dessas pode provocar uma crise entre os Poderes", protestou o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL).

A novidade provocou pânico entre parlamentares de todos os partidos. Os sinais da reação foram dados no início da tarde. Diante do pessimismo do petista Walter Pinheiro (BA), o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), vaticinou: "Só Cristo é irrecorrível".

As coligações que os partidos articulavam nos estados eram completamente descasadas das negociadas para a eleição presidencial. O candidato do PT à sucessão de Fernando Henrique, Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, namora o PL e sonha com um senador do partido, José Alencar (MG), para compor a chapa. Na Bahia, porém, o PL flerta com o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) e, no Rio, ensaia um relacionamento com o governador Anthony Garotinho (PSB).

Já o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, está de olho no PMDB, partido que tenta se aliar ao PT no Paraná, em Goiás, em Mato Grosso e em São Paulo. O PTB, por sua vez, fechou uma frente para a sucessão presidencial com o PDT e terá como candidato o ex-governador Ciro Gomes (PPS). Mas, em São Paulo, o partido negocia com o governador tucano Geraldo Alckmin. E, na Bahia, conversa com o PT.


Partido faz convenção extra dia 8
BRASÍLIA - A executiva nacional do PMDB decidiu há pouco convocar uma convenção extraordinária do partido para o dia 8 de março, em Brasília. A ala oposicionista do partido queria que esta convenção fosse no dia 3, em São Paulo. A convenção extraordinária servirá para ratificar a realização das eleições prévias do PMDB, marcadas para 17 de março.

A executiva decidiu que não irá alterar o quórum de 50% dos 16 mil convencionais para a escolha do pré-candidato do partido à Presidência da República. A previsão é que hoje o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, e o senador Pedro Simon (RS) devam apresentar sua inscrição nas eleições prévias na sede do partido.

Apesar da confirmação das duas prévias, o presidente nacional do PMDB, o deputado federal Michel Temer, garante que o partido, numa eventual aliança com uma legenda governista, não abre mão de indicar o candidato a vice-presidente.

O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) comunicou ontem sua desfiliação do PSB por discordar da posição do partido de optar pelo pré-candidato à Presidência da República, o governador do Rio, Anthony Garotinho. "Não posso continuar convivendo com um partido que muda a sua natureza e descumpre uma das suas funções mais importantes", afirmou.


FHC quer livrar africana de morte a pedradas
O presidente Fernando Henrique Cardoso vai pedir ao governo da Nigéria que liberte da prisão uma mulher condenada à morte, sob acusação de adultério, anunciou ontem o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Arthur Virgílio. Sufiyatu Huseini, de 35 anos, concebeu uma menina que está com 10 meses e na defesa alegou que a gravidez resultou de um estupro, mas não convenceu as autoridades do país africano. Se não conseguir indulto, ela será morta por apedrejamento após terminar o período de amamentação da filha. FHC aderiu a um movimento universal em defesa de Sifiyatu e encaminhou o caso ao ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, para que tome providências legais relativas à oferta de asilo.


Artigos

Um sábado em 2002
Rivaldo Paiva

ESCRITOR
Morreu Luiz Marinho. O teatro pernambucano chorou. Naquele sábado antes do Carnaval - porque era sábado, de passagem para o domingo - o querido amigo adormeceu eternamente nas lembranças da sua Timbaúba. O Último Trem para os Igarapés, lotado pela meganha fardada, parou em honra ao filho ilustre. O coronel da casa grande enfatiou-se de sua farda de gala da Brigada Nacional. O filho dele não comeu a nova empregada. O pastoril desmoronou - ninguém, naquela noite gritaria prendas para o cordão azul e nem dava Viva ao Cordão Encarnado. Sá Nana providenciou a Derradeira Ceia, bisbilhotando A Incelença cantada pela ruma de velhas rezadeiras e a cachaçada dos aruás em procissão pelas vielas da cidade.

De temperamento dócil e comportamento beirando a timidez, Marinho, como Kierkegaard, sabia o que era grandeza. E, de sua carreira bancária, furava a noite dedilhando seu maior trunfo: as peças teatrais, peças marinhas no dizer de Mauro Mota, que ficaram conhecidas por este Brasil afora, tornando-o famoso (contrariando sua vontade recatada) pelas mãos e interpretações comandadas pela família Oliveira, através do nosso Teatro de Amadores de Pernambuco.

Lembro da figura dele desde o final da década de 50 do século passado, quando, em saraus telúricos na casa da minha avó, organizados pela sua grande amiga Maria de Lourdes Mello (também colega de trabalho na Caixa Econômica) - minha tia. Humilde como sempre foi, se esgueirava pelas esquinas do terraço, escondendo-se como podia das boutades de Mauro Mota, porém sem nunca se omitir de participar dos motes singularíssimos injetados por Valdemar de Oliveira, Ariano Suassuna, Carlos Penna Filho, Laurênio Lima (por vezes Gilberto Freyre). Havia os intervalos dos causos e poesias, animadas e prosaicas, para goles de licor de jenipapo, ao som da gaita do maestro Geraldo Menucci.

Além de escritor e teatrólogo, era um folclorista, anos depois fazendo parte, como representante de Pernambuco, do Conselho Internacional das Organizações de Festivais Folclóricos(Unesco).

Assumiu, em 28 de novembro de 1980, a Cadeira 39 da Academia Pernambucana de Letras, acenando, com um belo discurso de posse, toda a sua verve sociológica, refletindo os costumes e o idioma de uma região.

Em belo trabalho, já longemente recente, foi o monólogo Corpo Corpóreo, num texto denso, lírico, marcado pela linguagem forte e o fogo impiedoso das paixões e dilaceramentos humanos, como bem registrou o saudoso Potiguar Matos (meu professor de História no Colégio Nóbrega): "Marinho caminha pelas fronteiras da loucura, tentando a anatomia de mistérios insondáveis", fugindo, de repente, do seu universo ficcional, que espelhava a tragicomédia, típica de sua literatura.

Somente tomei conhecimento de sua partida três dias depois, mas tenham certeza seus familiares que ele está muito bem acomodado lá no céu, pois, além de reencontrar seus velhos amigos, é afilhado de Nossa Senhor a da Conceição.

Ave, Marinho!...


Colunistas

DIÁRIO POLÍTICO – Divane Carvalho

Alianças compulsórias
Os políticos estão na maior ansiedade aguardando a resposta do TSE a uma consulta feita por Miro Teixeira (PDT-RJ), sobre a possibilidade de as coligações nacionais terem de ser reproduzidas nos Estados. Ontem, em Brasília, um grupo de deputados saiu bem desanimado de uma conversa sobre o tema, com o presidente do Tribunal, Nelson Jobim, e não sem motivo. Segundo Eduardo Campos (PSB-PE), que participou da reunião, todos saíram preocupados porque Jobim disse que a questão divide o TSE, hoje, com três votos a favor da verticalização das alianças e três contra, cabendo a ele o voto de Minerva. Para os parlamentares, isso significa que as coligações podem ser compulsórias, uma vez que o presidente do TSE nunca escondeu de ninguém que defende esse modelo de aliança. Tendo inclusive explicado que o mesmo não foi adotado no pleito de 98 apenas porque o Tribunal não foi provocado, como agora, mas valeu para os candidatos ao Senado. Se o TSE decidir mesmo que as coligações para a eleição de presidente devem ser repetidas nos Estados, vai complicar a vida de muitos partidos, alguns em fase adiantada de entendimentos para formalizar uma união. Como do PSDB de José Serra que sonha com o PMDB, do PT de Luiz Inácio Lula da Silva que está de olho no PL, do PL do bispo Rodrigues que gostaria de apoiar o PFL de Antônio Carlos Magalhães, de um pedaço do PMDB que flerta com Roseana Sarney, do PFL, e do PTB que apóia Ciro Gomes, do PPS, mas namora com o PFL de Geraldo Alckmin.

Arraes (PSB) vai receber o título de Cidadão do Recife. Por 38x0 a Câmara dos Vereadores aprovou, ontem, projeto de João Arraes (PSB) que faz uma homenagem ao ex-governador de Pernambuco, que nasceu no Ceará. Agora, só falta agendar o dia da festa

Humor 1 Dizem que Jarbas Vasconcelos ficou irritado com a história do Boeing 737-300 que atolou no Aeroporto de Caruaru, segunda-feira, no pouso inaugural de um avião desse porte na pista construída pelo Governo do Estado. Por pura maldade já tem oposicionista fazendo comparação com o Titanic.

Humor 2 Além de anedota, o caso do Boeing inspirou versos de cordel na Assembléia, ontem, com Paulo Rubem (PT) declamando:" O dia em que Caruaru viveu a saga do avião atolado". Augustinho Rufino (PSDC) rebateu, também com poesia, as críticas do petista e no final a piada provocou boas gargalhadas.

Desligado 1 Dorany Sampaio parece que anda meio desligado. O secretário de Governo telefonou para Manoel Ferreira (PPB) convidando o deputado para um encontro com Jarbas Vasconcelos, hoje, com os líderes dos partidos da base aliada.

Desligado 2 Henrique Queiroz ficou profundamente irritado com o telefonema de Dorany Sampaio porque há um ano e dois meses ele é o líder do PPB na Assembléia. E nessa condição já participou de umas cinco reuniões com o governador.

Segurança Sérgio Leite, do PT , participa hoje, em Brasília, do lançamento do Projeto de Segurança Pública para o Brasil organizado pelo Instituto da Cidadania e pelo PT. A partir das 10h, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.

Dengue Pedro Eurico, do PSDB, acha um absurdo Humberto Costa viajar aos Estados Unidos com a epidemia de dengue que está aí:" É irresponsabilidade do secretário de Saúde da PCR sair da cidade num momento como esse". É mesmo.

Relator A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis( ABGLT) e o grupo pernambucano Leões do Norte querem que Carlos Lapa (PSB) se declare impedido de relatar o projeto de pensão para os companheiros homossexuais dos servidores estaduais, porque ele já se manifestou contrário ao mesmo.

Candidato O crescimento de Roseana Sarney (PFL-MA) nas pesquisas foi considerado natural por Jarbas Vasconcelos que tem dúvidas se ela continuará crescendo sem a TV. Quanto a José Serra (PSDB-SP), ele diz: "Vai crescer no Brasil inteiro e se depender de mim, do meu trabalho e esforço, será o candidato da aliança".


Editorial

CHANCE PARA PAZ

A proposta da Arábia Saudita para viabilizar politicamente um acordo de paz no Oriente Médio entre israelenses e palestinos tem forma e conteúdo. Forma na subentendida inspiração norte-americana. Pois o presidente George Bush, com instantânea rapidez, já declarou seu apoio às conversações. E no raciocínio óbvio de que os sauditas não tomariam tal curso se não estivessem previamente acertados com os Estados Unidos. As diplomacias norte-americana e saudita sempre trabalharam alinhadas.

A mencionada proposta tem igualmente conteúdo porque está ancorada tanto nas letras do Acordo de Oslo de 1993, quanto na sensatez de todos os tempos. Aquele Acordo determinou a devolução, por parte de Israel, dos territórios palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. O entendimento não se concretizou porque Israel a ele se opôs nas conversas patrocinadas em Camp David pelo então presidente Bill Clinton.

De lá para cá a situação naquela região piorou muito. Não só a quantidade de perdas aumentou - de setembro de 2000 até esta data são mais de 1.200 mortos. Como também a capacidade de criar espaços de entendimento diminuiu assustadoramente. Falta atitude voltada para a paz. E sobra espírito belicoso. Tudo quanto tem ocorrido de violência naquela área, sobretudo nos últimos dois anos, configura a marcha da insensatez de que nos fala a historiadora Bárbara Tuchman.

Na verdade, a escalada do conflito deve-se, em grande parte, à ausência de visão política do primeiro-ministro israelense Ariel Sharon. Ele frustrou o eleitorado de seu país quando baseou sua campanha no compromisso de encontrar caminhos para estabelecer a paz. E agiu exatamente ao contrário. Por um lado, fez pouco caso das reiteradas exortações da União Européia para que cumprisse as resoluções da Organização das Nações Unidas no tocante à devolução dos territórios ocupados.

Por outro lado, Sharon fixou a segregação em áreas sob controle militar da população palestina, resultando num brutal recurso - o apartheid. É o retorno a uma prática que viola direitos humanos e se imaginava banida no rol das ações de governos democráticos. O mundo civilizado reagiu com espanto e repúdio. Pois que a crescente violência passou a assumir modalidades que estão extintas na África do Sul desde a época da colonização européia.

Mas, abre-se uma chance para a paz. A Árábia Saudita, com apoio expresso do presidente norte-americano, propõe que todos os países árabes reconheçam a existência do Estado de Israel e que os israelenses devolvam os territórios ocupados, cumprindo as bases do Acordo de Oslo. É evidente que aqueles que detêm maior parcela de poder têm simetricamente mais responsabilidade na solução do conflito. Daí a importância do suporte norte-americano à oferta saudita.

Na antiga Grécia, um homem de idéias chamado Platão defendia a tese de que os governos das nações deviam ser exercidos por filósofos por se tratar de pessoas aplicadas à razão. Não se chega a tanto. Espera-se que os responsáveis pela situação no Oriente Médio exerçam a racionalidade, alcançando o desejado território da sensatez. E façam a paz.


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02/27/2002


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