Jefferson Péres antecipa agenda do Senado com o Itamaraty
O protecionismo siderúrgico norte-americano; o ingresso do Brasil na Alca; a questão palestina; e o movimento orquestrado pelos Estados Unidos para destituir o embaixador José Maurício Bustani da Organização para Proscrição de Armas Químicas integram a agenda a ser discutida nos próximos meses pelo Senado com o Itamaraty.
A previsão é do senador Jefferson Péres (PDT-AM), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, para quem essas dificuldades preocupam o Legislativo e a sociedade brasileira. Ele disse que a iniciativa do Senado de ouvir o chanceler Celso Lafer sobre as restrições americanas ao aço brasileiro reflete oportuna tomada de consciência do Parlamento quanto ao seu papel na discussão e fiscalização dos rumos da política externa brasileira.
Jefferson Péres lembrou que na última década a indústria brasileira de aço entrou num amplo processo de modernização e reestruturação, resultando disso que, das 34 empresas do ramo, hoje só existem 12. Em agudo contraste, ele observou que a siderurgia americana é um setor ineficiente e obsoleto, que vem sendo sacudido por falências em série.O senador considerou impossível prever as conseqüências econômicas e políticas de um retrocesso nos entendimentos para uma Área de Livre Comércio das Américas (Alca), em razão da insistência dos países ricos em dificultar o acesso a seus mercados, embora mantendo uma retórica liberal desmoralizada por gestos protecionistas.
- O enigma se afigura tanto mais angustiante quando verificamos, assentada a poeira dos ataques terroristas de 11 de setembro e da devastadora resposta americana ao regime talibã, que essas experiências aparentemente fortaleceram os setores da administração Bush adeptos de um unilateralismo agressivo no trato de questões internacionais - afirmou.Jefferson Péres acrescentou que, embora o caso Bustani não tenha sido incluído explicitamente no debate do Senado com Celso Lafer, precisa ser esclarecido.
11/04/2002
Agência Senado
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