JEFFERSON PERES APONTA FISIOLOGISMO



Cargos públicos devem ser preenchidos por critério de competência e probidade, e não por critério político,afirmou hoje (dia 4)o senador Jefferson Peres (PSDB-AM), ao criticar o procedimento adotado pelo governo federal no preenchimentode cargos de segundo escalão, como asnomeações de pessoas indicadas por políticos, principalmente paraas empresas de telecomunicações nos estados.

- O PSDB é um partido que prima, ou pelo menos diz que prima, pela ética. Não podemosfazer no governo aquilo que condenamos na oposição. Loteamento de cargos públicos, privatização do setor público, não. Definitivamente não - reagoiu o senador pessedebista.

Jefferson Peres criticou ainda o posicionamento do governo com relação às denúncias do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), segundo as quais haveria 12 indicados para as teles sob suspeita de corrupção. Citando declaração doporta-voz da presidência da República, Sérgio Amaral, no sentido de que apenas dois dos denunciados seriam investigados, JeffsersonPeresdisse que questão dever cair no esquecimento.

Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) elogiou a conduta de Antonio Carlos Magalhães e condenou a simplificação tentada pelo governo. "Fernando Henrique Cardoso deve uma satisfação à nação", disse Simon, para quem o assunto não foi encerrado e deve ser plenamente esclarecido.

Jefferson Peres foi aparteado ainda pelos senadores Esperidião Amin (PPR-SC), Vilson Kleinübing (PFL-SC), Osmar Dias (PSDB-PR), Bernardo CAbral(PP-AM) e Geraldo Melo (PSDB-RN). Esperidião Amin referiu-se à declaração atribuída ao ministro das Comunicações, Sérgio Motta, segundo a qual, na briga por cargos, o Congresso estaria cada vez mais afastado da sociedade. "Quem, no Congresso, leva o ministro para o mau caminho?", perguntou, irônico, o senador catarinense.

Kleinübing censurou o "loteamento" de cargos públicos e pediu que o presidente da República apresente os nomes dos denunciados. Entretanto, ele defendeu a participação dos políticos no processo de indicação de dirigentes na esfera pública, cabendo ao presidente da República avaliar a honestidade e capacidade dos nomes sugeridos.

Para Osmar Dias, o retorno do fisiologismo deve-se à demora no preenchimento das funções de confiança e às insinuações do governo, no sentido de barganhar cargos em troca de apoio parlamentar.

Já o senador Bernardo Cabral observouque esse tipo de problema é gerado pelo próprio sistema de governo adotado pelo Brasil. Segundo Cabral, o parlamentarismo limita as nomeações políticas ao primeiro escalão, o que não ocorre no modelo presidencialista.

Geraldo Melo disse que a indicação política não desmerece o indicado ou quem o apóia. "O político não está inabilitado para apoiar quemdetém qualificações para a função pública", garantiu.



04/08/1995

Agência Senado


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