JEFFERSON PÉRES CRITICA AUMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO SERVIDOR



O senador Jefferson Péres (PSDB-AM) criticou nesta sexta-feira (22) a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei que cria a contribuição previdenciária para os servidores públicos inativos e aumenta a alíquota da contribuição dos ativos para até 25%. Em seu pronunciamento, leu artigo do jornalista Luís Nassif, publicado nesta sexta-feira no jornal Folha de São Paulo, que trata do tema. O senador disse também que está sendo "empurrado para fora" de seu partido.Péres afirmou que é fiel à base ética de seu partido, "fundado para defender a moralidade pública". Mas disse que não se submeteria à "barganha imoral" da troca de cargos no governo por votos dos parlamentares.O senador lembrou que, no mesmo dia em que o projeto foi aprovado, a cotação do dólar disparou, chegando a R$ 1,80, e a Bolsa de São Paulo e os títulos da dívida externa brasileira caíram, em índices próximos a 4%.- O mercado esnobou os deputados - afirmou Péres, dizendo ainda ter "um tênue fio de esperança de que os senadores não se curvem a essa chantagem, como fizeram os deputados", na votação da matéria na próxima terça-feira.O senador afirmou ter um "acordo tácito" com o presidente da República. Disse que nunca pediria a ele favores políticos e pessoais, mas em troca não apoiaria o governo em matérias que ferissem sua consciência. Em aparte, o senador Josaphat Marinho (PFL-BA) enalteceu a conduta política de Péres, que não negou seu apoio ao governo mas resguardou sua autonomia de pensar e de agir.O senador Ademir Andrade (PSB-PA) afirmou, também em aparte, que o Bloco Oposição aguarda o ingresso de Jefferson Péres "com muita ansiedade". Já o senador Lauro Campos (PT-DF) pediu a palavra para lembrar frase do ex-presidente Tancredo Neves, para quem "a dívida não se paga com a fome do povo", e indagar se o presidente Fernando Henrique Cardoso conhece outra moeda que não a fome dos brasileiros.No artigo - pleno de sarcasmo, segundo Jefferson Péres -, o jornalista afirma que o governo está "indo longe demais e em uma direção totalmente oposta àquela que garantiu duas eleições" ao presidente da República. Diz também que "nas próximas semanas, se terá um quadro claro do custo desses quatro anos de política monetária e cambial", com "velhos, mulheres e crianças estendidos pelo chão". E conclui dizendo que "repousa nos ombros do PSDB a responsabilidade histórica de colocar o governo nos eixos, ao preço de romper com seu próprio presidente".

22/01/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


Jefferson Péres critica aumento de juros

Jefferson Péres recomenda reforma previdenciária justa

Lula omitiu reforma previdenciária em seu discurso, diz Jefferson Péres

Pavan rejeita aumento da contribuição previdenciária para pagar aposentados

Jefferson Péres classifica como inquietante decisão do STF sobre contribuição de aposentados

JEFFERSON PÉRES DEFENDE AUMENTO DE SALÁRIOS