Jefferson Péres diz que Estado deve remover os obstáculos na economia



O senador Jefferson Péres (PDT-AM) afirmou, após explanação em Plenário do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que "o Estado não deve ser locomotiva de desenvolvimento, mas sim um navio quebra-gelos, um removedor de obstáculos". O parlamentar é o autor do requerimento de convite ao ministro para ele explicar aos parlamentares as linhas gerais da política econômica no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após a fala do ministro, nesta quarta-feira (20), Jefferson Péres enumerou algumas medidas que, na sua avaliação, contribuiriam para o país crescer num ritmo mais acelerado: estipular a meta da inflação entre 4% e 4,5%, garantir um superávit fiscal de 4,25% para os próximos quatro anos, estabelecer metas para conter os gastos públicos e fazer a reforma da previdência possível.

O senador também sugeriu a consolidação dos marcos regulatórios dos vários setores, a extinção do Conselho Monetário Nacional, a manutenção da política de câmbio, a ampliação dos investimentos na construção civil, a não-repactuação das dívidas com os estados e a determinação de que a Lei de Responsabilidade Fiscal é intocável.

O ministro Mantega concordou que o Estado não pode impulsionar o desenvolvimento, mas apenas criar as condições para que ele ocorra.

- Quando o setor privado não tinha condições para promover o crescimento, aí sim a participação do Estado era fundamental. Hoje o nosso papel deve ser criar um ambiente favorável para que o setor privado lidere a expansão da economia - disse o ministro.

Mantega acrescentou que o governo deverá abrir discussão sobre a reforma da previdência. Segundo ele, a intenção é estabelecer um fórum de discussão para que a sociedade possa discutir o assunto.

- Não cabe unilateralmente ao governo propor uma reforma da previdência, mas sim abrir a discussão para examinar os problemas não só do presente, mas também do futuro. Essa discussão tem que ser aberta e com as participações dos trabalhadores, empresários, do governo e do Congresso - afirmou Guido Mantega.

Após ouvir os comentários do ministro, Jefferson Péres observou que há muitos pontos de concordância entre ambos e se disse mais tranqüilo.

- Se for Vossa Excelência o encarregado de guiar o navio quebra-gelos, estou certo de que não iremos bater num iceberg - comentou.



20/12/2006

Agência Senado


Artigos Relacionados


"Ultimato" de Chávez deve ser rejeitado, diz Jefferson Péres

Jefferson Péres: "Senado deve se preocupar com a Venezuela"

Jefferson Péres: Itamaraty deve ser mais cuidadoso ao definir viagens presidenciais

Jefferson Péres: Congresso deve reagir ao descaso do governo com as Forças Armadas

PARA JEFFERSON PÉRES, SENADO DEVE SER OUVIDO SOBRE ALÍQUOTAS DE IMPORTAÇÃO

Jefferson Péres: Brasil não deve interferir no conflito entre as Farc e forças militares da Colômbia