"Ultimato" de Chávez deve ser rejeitado, diz Jefferson Péres
O senador Jefferson Péres (PDT-AM) sugeriu nesta quinta-feira (5) que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) não inicie a análise do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul até que se esgote o prazo estabelecido no "ultimato" feito pelo presidente venezuelano Hugo Chávez ao Congresso brasileiro. Chávez ameaçou retirar o pedido de adesão de seu país ao bloco se o protocolo não for aprovado até setembro.
- Seria extremamente humilhante nós apreciarmos o protocolo dentro do prazo fixado pelo coronel Chávez - disse Jefferson.
O protocolo de adesão ainda se encontra na Representação Brasileira da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, como informou a Jefferson o presidente da CRE, senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Depois dali, ainda terá de passar nas Comissões de Relações Exteriores da Câmara e do Senado e nos Plenários das duas Casas. Para Heráclito, o presidente da Venezuela estaria tentando "confundir a opinião pública", uma vez que empresários de seu país temeriam a competição com produtos do Mercosul.
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) concordou com os argumentos de Jefferson e atribuiu a atitude de Chávez, de estabelecer o ultimato, à "formação autoritária" do presidente da Venezuela. Para Jarbas Vasconcelos, o protocolo de adesão só deveria começar a ser apreciado depois de esgotado o prazo de três meses.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu a realização de uma viagem ao Brasil de deputados venezuelanos, para melhorar o diálogo entre os dois países. Ao final da reunião, o senador Mão Santa (PMDB-PI) pediu que uma delegação de senadores brasileiros fosse a Caracas, com o mesmo objetivo. A proposta foi contestada pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), para quem a iniciativa política, neste momento, deveria caber à Venezuela. "Nós é que fomos agredidos", disse Azeredo, ao recordar a declaração de Chávez segundo a qual os senadores brasileiros seriam "papagaios" dos Estados Unidos.
05/07/2007
Agência Senado
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