JEFFERSON PERES PREGA JUSTIÇA SOCIAL
O senador Jefferson Peres (PDT-AM) afirmou hoje (dia 30) que o governo não tem políticas públicas coordenadas que combatam as desigualdades sociais, um dos piores vícios da sociedade brasileira. "Mesmo quando acerta, ao propor um programa de moradias para carentes, no valor de R$ 3 bilhões, erra quando limita o programa aos estados do Rio de Janeiro e São Paulo", exemplificou.Jefferson considerou "corretíssima", a adoção de uma política de estímulo à construção civil, porque dinamiza a economia e combate o desemprego. - Ela traz um efeito de encadeamento, gerando demanda de areia, barro, cimento, tijolo, vidro, material elétrico e hidráulico. Mais importante, é empregadora de mão-de-obra não-qualificada, uma vez que um peão de obra pode até ser analfabeto. Na ponta final, ainda melhora o padrão de vida dos carentes, dando-lhes moradia - afirmou.Para Jefferson, não há qualquer motivo que justifique a limitação do programa ao eixo Rio-São Paulo. Ele aplaudiu o protesto da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que não foi ao Planalto para a cerimônia de lançamento do programa "por não aceitar essa discriminação". - Se não seria possível cobrir o Brasil inteiro, porque não começar pelas regiões mais pobres? Será por que só os números do desemprego no Rio e São Paulo gera manchetes? - perguntou.Em apartes, os senadores Luiz Otávio (PPB-PA) e Romero Jucá (PSDB-RR) concordaram com as teses do expositor. Segundo Casildo Maldaner (PMDB-SC), Roseana pode ser considerada a "Margareth Thatcher do Nordeste, por sua coragem em dar um grito de revolta contra uma política que ajuda a centralização dos recursos, alimentando o êxodo das populações em direção aos grandes centros". Finalizando seu discurso, Jefferson afirmou que "o governo deve agir com mais correção, se não por justiça, pelo menos por inteligência, porque tratamento desigual entre estados da Federação gera retorno muito negativo".
30/04/1999
Agência Senado
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