JEFFERSON PÉRES QUER ESTUDOS AMBIENTAIS ANTES DE EXPLORAÇÃO PRIVADA DE FLORESTAS



O senador Jefferson Péres (PSDB-AM) defendeu a necessidade de qualquer iniciativa de exploração empresarial da floresta ser precedida de competentes e cuidadosos estudos de impacto ambiental numa perspectiva multidisciplinar.

A adoção desse rumo, segundo o senador, irá pressupor uma decisão política do governo federal de prestigiar e apoiar financeira e institucionalmente o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), "sem dúvida o maior e mais precioso repositório de dados, informações e conhecimentos científicos" sobre a região.

Jefferson Péres defendeu também a importância de o governo federal prestar informações à sociedade sobre as reais condições dos recursos técnicos, materiais, financeiros e humanos atualmente à disposição do Ibama para o exercício de seu papel de órgão normativo, executor e fiscalizador da política florestal brasileira.

Para o senador, à primeira vista as razões apresentadas pelo governo em apoio à nova política florestal "fazem todo o sentido", já que é preciso refrear a escalada de devastação clandestina e repensar integralmente a estrutura de incentivos vigentes, para que se estabeleça um novo modelo capaz de colocar a racionalidade produtiva a serviço da preservação do gigantesco patrimônio de biodiversidade e do aumento dos padrões gerais de bem-estar das populações locais.

Apesar desse entendimento, Jefferson Péres considerou "oportuna" a recente decisão do Ministério Público de sustar o processo licitatório inicial para a exploração privada de madeira na Floresta Nacional do Tapajós, no Pará. Isso porque, segundo o senador, há um sólido conjunto de argumentos alternativos que, "se não descartam cabalmente a exploração econômica do patrimônio florestal da Amazônia, ao menos recomendam um exame mais detido e minucioso das condições efetivas desse aproveitamento, tendo em vista suas conseqüências de longo prazo".

Entre as preocupações do senador, está a resultante do fato de que a floresta amazônica é "o pivô de um delicado e complexo ecossistema em equilíbrio, no qual 50% do suprimento da bacia hidrográfica provém da evapotranspiração das folhas":

- Portanto, experiências de exploração mal planejadas e executadas poderão irremediavelmente ameaçar a sobrevivência da flora, da fauna e sobretudo das populações cujo ciclo de vida é regido pela pesca e pela navegação naqueles rios - disse ele.

19/09/1997

Agência Senado


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