Jereissati alerta para possibilidade de reeleição de corruptos para a Câmara



O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) advertiu nesta terça-feira (1º), da tribuna, para a possibilidade de reeleição de um grande número de deputados federais envolvidos em escândalos de corrupção que estão sendo apurados pelo Congresso, ocorrendo apenas "uma tímida renovação" nos quadros da Câmara dos Deputados.

Na sua avaliação, a eleição de outubro próximo será "a mais corrupta da história do país", com "mensaleiros" e "sanguessugas" competindo em grande vantagem contra deputados honestos que tentam a reeleição e contra novos candidatos.

- Na verdade, preparemo-nos para o pior, porque, da maneira como está ocorrendo a atual eleição para a Câmara dos Deputados, com certeza o próximo Congresso será pior do que este - disse o senador.

Jereissati disse ter conversado sobre o assunto com candidatos a deputado federal em todo o país, os quais manifestaram o temor de ser derrotados pelos candidatos à reeleição que recebem recursos orçamentários para votar a favor do governo.

- E não falo só daqueles do PT, mas de todos os partidos, inclusive do meu, que faço questão de expulsar, caso sejam provadas denúncias contra eles - afirmou o senador, que é presidente do PSDB.

Para Jereissati, a corrupção nunca esteve tão institucionalizada quanto no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme disse, o Executivo federal alimenta o esquema que envolve deputados da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) e prefeitos.

- Estes só querem conversa com deputados que tenham emendas individuais aprovadas. No caso, só quem tem emendas aprovadas são os que votam com o governo no Congresso - denunciou.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou que foi escolhido sub-relator para assuntos de emendas na CMO pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, e que gostaria de saber os nomes dos candidatos que sairão vitoriosos. Diante da reação negativa e de surpresa do orador, Suplicy explicou a Tasso que apenas tentava colher mais informações e ajuda para o seu relatório na CPI.

Também em outro aparte, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse ter presenciado ações de parlamentares envolvidos com esquemas de liberação de verbas de ministérios na Comissão de Orçamento.

Por sua vez, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) conclamou o Congresso a extinguir de vez, e já para o próximo exercício fiscal, as emendas individuais dos parlamentares.A seu ver, essa prerrogativa é uma das principais referências ilícitas na relação governo-parlamento.

01/08/2006

Agência Senado


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