João Batista Motta pede reforma tributária "radical", sem impostos sobre produtos básicos
O senador João Batista Motta (PSDB-ES) defendeu da tribuna nesta quinta-feira (22) que o governo adote uma "reforma tributária radical", em que seriam cobrados impostos apenas sobre movimentação bancária, combustíveis, cigarros, bebidas, energia e produtos que não são considerados básicos pela população. Informou que até a Fundação Getúlio Vargas (FGV) concluiu ser viável uma reforma desse jeito.
Para o senador, não é mais possível no Brasil que um motorista de caminhão de cargas que sai do Espírito Santo com destino ao Pará seja obrigado a enfrentar dezenas de paradas burocráticas pelo caminho, apresentando documentos e pagando pedágios que encarecem as mercadorias. A idéia, sublinhou, é permitir que um pequeno agricultor "pegue seu feijão e vá para a cidade vender sua produção até na rua, sem ser incomodado por fiscais atrás de impostos".
João Batista Motta propõe que, num sistema tributário como esse, o governo poderia usar o câmbio para incentivar exportações ou impedir a entrada de produtos estrangeiros que ameaçassem nossa produção.
O senador anunciou que não pretende se candidatar mais a cargos eletivos, principalmente por causa da "má imagem dos políticos". Observou que os brasileiros têm mudado suas idéias sobre honestidade por causa, entre outras coisas, dos escândalos políticos e do envolvimento de parlamentares com corrupção, como foi demonstrado pela CPI dos Correios.
O parlamentar criticou o instituto da reeleição no país, lamentando que nem todo prefeito ou governador que se reelege consegue esse feito por causa da administração que realizou, mas pela propaganda que faz de sua gestão, usando dinheiro oriundo do pagamento de impostos.22/06/2006
Agência Senado
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