João Durval diz que ainda há tempo para evitar desastre com o clima



O senador João Durval (PDT-BA) sustentou em discurso nesta segunda-feira (23) que o processo de grandes mudanças ecológicas, desencadeado pelo aquecimento da Terra, "ainda não é irreversível". Ele pediu que os países assumam suas responsabilidades para evitar desastres em poucas décadas. Para ele, será sensato que os governantes do mundo prestem atenção às advertências dos cientistas e procurem tomar medidas para contornar o aquecimento do planeta.

No caso do Brasil, ele citou o que pode ser feito: disciplinar a exploração da Amazônia, reduzir a poluição atmosférica, revitalizar rios (como o São Francisco) e modernizar a infra-estrutura viária. Durval considera ainda fundamental a construção de barragens para geração de energia elétrica.

O senador da Bahia ponderou que não se pode paralisar o mundo "a pretexto de preservá-lo". Com uma população crescente, que exige mais bens e serviços, a Humanidade vive uma contradição: como dar melhores condições de vida às pessoas sem esgotar os recursos que o Planeta nos oferece?

João Durval lembrou as advertências do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, anunciado em fevereiro, o qual constata que o mundo já tem um bilhão de pessoas expostas a severa escassez de água, enquanto 600 milhões estão sujeitas a fome em razão de secas.

O senador citou reportagem da revista Época do início deste mês, onde há um desenhomostrando o Rio de Janeiro submerso pelas águas do mar, aparecendo apenas o Corcovado e o topo de edifícios.

- Está soando o alarme do clima terrestre? Creio que sim. O relatório do Painel de Mudanças Climáticas nos diz que sim. O Rio de Janeiro sob as águas, mostrado pela revista, resume o que pode acontecer, caso os governantes de hoje não ajam em prol do futuro. Será que temos o direito de deixar isso acontecer com os nossos descendentes? - questionou.

João Durval mencionou ainda outros possíveis efeitos de um aquecimento da terra, no caso brasileiro: a transformação das florestas da Amazônia em savanas; a desertificação do semi-árido do Nordeste, com a conseqüente migração de 32 milhões de pessoas para o litoral ou para o Sudeste; e a escassez de chuvas no Centro-Oeste brasileiro, levando a uma redução de 60% nas áreas de cultivo de alimentos.



23/04/2007

Agência Senado


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