João Pedro critica governo de Israel e diz que falta coerência a discurso de Shimon Peres
O senador João Pedro (PT-AM) criticou em Plenário o governo israelense, logo após a visita do presidente de Israel, Shimon Peres, que foi recebido com sessão solene no Senado. Para João Pedro, falta coerência entre o discurso de Peres em favor da paz e a situação de violência vivida pelos palestinos na Faixa de Gaza, na Cisjordânia. O parlamentar visitou a região em julho deste ano.
- Vamos desconhecer os ataques à cultura muçulmana, vamos fazer de conta que não existem muros na Palestina construídos por Israel? A paz que prega o presidente de Israel ou a guerra que matou crianças em janeiro e fevereiro - condenou o parlamentar, nesta terça-feira (10).
João Pedro criticou o bloqueio da Faixa de Gaza, à qual, segundo ele, nem mesmo a Organização das Nações Unidas tem acesso e que faz com que o povo palestino dependa dos israelenses até mesmo para beber água. Ele pediu à ONU - que condenou os ataques de Israel à Palestina em janeiro no Relatório Goldstone - mais empenho pela criação do Estado Palestino.
João Pedro condenou os bombardeios de Israel, com sua superioridade bélica, que causaram a morte de 1.500 palestinos, em ofensiva no início deste ano, assim como prisões ilegais existentes no deserto árabe, onde estão presos milhares de palestinos. O parlamentar pela Amazônia condenou igualmente a proibição imposta por Israel aos palestinos de cidades como Belém, Ramallah e Hebrom de visitar a capital Jerusalém, bem como o controle por Israel das fronteiras da Jordânia.
- Quem defende a paz tem que fazer a paz e não a guerra. Espero que a paz reine para o povo palestino, que padece da violência, do ataque covarde da aviação israelense, das prisões ilegais nos desertos do mundo árabe feita por Israel - criticou.
João Pedro foi aparteado pelo colega de partido Eduardo Suplicy (SP) que manifestou o desejo de que as palavras do líder Shimon Peres signifiquem a busca por entendimento entre palestinos e judeus.
Venezuela no Mercosul
O senador petista reiterou seu apoio à entrada da Venezuela no Mercosul. Disse tratar-se de uma questão de Estado, e não da entrada do governante Hugo Chávez no bloco econômico, que deverá, na sua avaliação, aceitar divergências político-ideológicas para se firmar como bloco latino-americano.
- Nem as criancinhas acreditam na guerra entre a Venezuela e a Colômbia, Esquecem que há um ano foi a Colômbia que invadiu o Equador. Ou Hugo Chávez invadiu algum país na América Latina? - questionou, em referência à conclamação à guerra feita por Chávez ao povo e ao exército venezuelano para garantir a paz no país.
Ele recordou que, em 40 anos, só houve conflito armado entre Peru e Equador, na administração Fujimori, em disputa por território.
Em aparte, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) concordou com a avaliação de João Pedro sobre a Venezuela e o Oriente Médio. Disse que por razões geoestratégicas o ingresso da Venezuela no Mercosul, "é ainda mais urgente, irmãos nossos que não podem ser nossos adversários".
10/11/2009
Agência Senado
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