João Ribeiro diz que seqüestro de carbono é oportunidade comercial para o país
O senador João Ribeiro (PFL-TO) registrou em Plenário, nesta sexta-feira (9), os avanços ocorridos no Tocantins com o desenvolvimento de projetos de seqüestro de carbono na Ilha do Bananal e na capital do estado, Palmas. O seqüestro de carbono, afirmou, constitui enorme oportunidade comercial para o Brasil e pode ser a chance de o país obter financiamentos externos destinados a projetos de desenvolvimento sustentável.
- Além de trazerem recursos financeiros e tecnológicos, esses projetos poderão gerar empregos e auxiliar efetivamente na redução das tensões sociais que, hoje, preocupam a todos nós - afirmou João Ribeiro.
O senador lembrou que a preocupação com a questão do acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera levou a Organização das Nações Unidas a convocar a Conferência Mundial sobre Mudança do Clima, realizada em 1997 no Japão, quando foi assinado o Protocolo de Kyoto, em que se atribui uma cota de redução de descarga de gases causadores do efeito estufa para cada país signatário. O ponto mais importante das decisões tomadas em Kyoto, disse ele, talvez tenha sido o conceito do seqüestro de carbono como mercadoria comercializável.
- Assim, seria criado um mercado internacional de carbono capturado, pelo qual países com potencial para grandes projetos de reflorestamento, capazes de aprisionar carbono nas novas florestas implantadas, poderiam vender créditos de carbono para aqueles países que não conseguirem cumprir suas cotas de redução de descarga - esclareceu João Ribeiro.
Na avaliação do senador, esta é uma enorme oportunidade comercial para o Brasil, que detém a maior concentração mundial de áreas florestais originais e, também, áreas degradadas, pouco viáveis para a agricultura, mas que podem e devem ser reflorestadas.
O senador deu detalhes sobre os dois projetos de seqüestro de carbono desenvolvidos no Tocantins. O da Ilha do Bananal, conforme registrou, iniciado em 1998, visa preservar o ecossistema natural da micro-região, reduzindo o índice de desmatamento e reflorestando as suas áreas já degradadas, ao mesmo tempo em que orienta as populações ali assentadas para atividades extrativistas sustentáveis, contribuindo para a geração de renda nas áreas resultantes de projetos de reforma agrária.
Já o projeto desenvolvido em Palmas visa a absorção de 16 mil toneladas anuais de carbono da atmosfera. As diretrizes de tal projeto, segundo João Ribeiro, estão centradas nas atividades de seqüestro, no fortalecimento do sistema municipal de controle ambiental, na redução da pobreza, na melhoria da qualidade de vida da população e no monitoramento e verificação do seqüestro de carbono.
- O estado do Tocantins, pela sua capital e pela região da Ilha do Bananal, nessa perspectiva relacionada à prática do que ficou estabelecido em Kyoto em 1997, está na vanguarda mundial de uma promissora vertente de estudos e novas práticas de tratamento ambiental - concluiu o senador.
09/05/2003
Agência Senado
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